A inglória luta contra o Zika
“Quando se trata de doenças infecciosas, não podemos olhar para o passado quando tomamos medidas para o futuro”. A frase foi dita ontem durante o discurso de Margaret Chan, diretora geral da Organização Mundial da Saúde, na abertura da 69ª Assembleia da OMS, que se estende até sábado em Genebra, na Suíça. A razão para […]
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2016 às 05h58.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h50.
“Quando se trata de doenças infecciosas, não podemos olhar para o passado quando tomamos medidas para o futuro”. A frase foi dita ontem durante o discurso de Margaret Chan, diretora geral da Organização Mundial da Saúde, na abertura da 69ª Assembleia da OMS, que se estende até sábado em Genebra, na Suíça.
A razão para a frase é a ampliação do surto do vírus Zika, que causa microcefalia em fetos e pode estar relacionada a doenças neurológicas em adultos. A doença ameaça se espalhar para novas partes do globo com a aproximação do verão no hemisfério norte. Em março a OMS anunciou um plano de resposta à doença que prevê o desembolso de 56 milhões de dólares durante 6 meses, divididos em prevenção, controle do mosquito e pesquisa.
Não tem surtido muito efeito. A epidemia já é sentida em 46 países e há outros 17 com suspeitas de infecção. No Brasil, já são mais de 1.300 casos confirmados de má formação fetal e cerca de 7.500 casos suspeitos desde que o surto da doença começou a preocupar as autoridades em outubro do ano passado. O governo brasileiro anunciou, em março, um pacote de investimento para pesquisas e prevenção de 1,2 bilhões de reais. Mais de 3.500 delegados dos 194 países membros da OMS participam do evento. O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, também vai à Suíça falar sobre o tema.
Na pauta da OMS, além do Zika, está também a febre amarela urbana, o ebola e a poliomielite. Sem vacina, sem tratamento e com poucos estudos disponíveis sobre o Zika, a organização se limita a dar “conselhos”. “Evitem picadas de mosquito, atrasem a gravidez, não viagem para áreas com contaminação constante”. Nesse sentido, a única boa notícia para o Brasil é a chegada do inverno, que diminui a incidência da doença. O problema: no fim do ano, será verão outra vez.