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A história por trás desta foto e da jornalista que a tirou

A jornalista Ketevan Kardava contou a um jornal a história da foto que se tornou a imagem icônica dos atentados em Bruxelas

Bruxelas: a mulher de casaco amarelo “estava em choque. Não chorava nem gritava. Ela só olhava o corredor com medo”, contou a jornalista (Reprodução/ Facebook/ Ketevan Kardava)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2016 às 21h13.

É uma imagem forte, daquelas que emocionam. Reflete o horror. O terror . O massacre.

Duas mulheres cobertas de sangue e de pó. Uma fala ao telefone, a mão ensanguentada. A outra olha para a câmera, seminua por causa dos efeitos da explosão. Ela perdeu um sapato e sua mão está agarrada a uma das cadeiras do saguão do aeroporto de Bruxelas .

“Nos ajude.”

Ketevan Kardava, enviada especial à Bélgica de uma rede de TV da Geórgia, estava no aeroporto a caminho de Genebra quando aconteceu a primeira explosão.

Ela estava a apenas um metro e meio. Enquanto era envolvida por uma nuvem de fumaça e estilhaços de vidro, sua primeira reação foi pegar a câmera. “Estava em choque, foi instintivo.”

A fotógrafa contou ao jornal americano USA Today a história da foto que se tornou a imagem icônica dos atentados em Bruxelas.

Foi uma das primeiras imagens distribuídas. Primeiro, ela se tornou um viral nas redes sociais e depois chegou a todos os meios de imprensa por meio da agência Associated Press. A foto foi publicada na primeira página de jornais do mundo inteiro.

აფეთქებაააა ბრიუსელის აეროპორტში. ესიყო კატასტროფაააააა. სრული პანიკააააააეროპორტში

Publicado por Ketevan Kardava em Terça, 22 de março de 2016

Com a voz trêmula, Kardava lembra o momento em que tirou a foto. “Não podia ajudá-las. Todo mundo estava coberto de sangue. Havia gente que perdeu as pernas. Eu estava olhando para as minhas.”

A fotógrafa diz que assim que deu-se conta de que estava viva começou a gritar pedindo ajuda. “Um médico! Um médico!” Mas não havia nenhum no local.

Foi então que pegou a câmera. A mulher de casaco amarelo que aparece na foto “estava em choque. Não chorava nem gritava. Ela só olhava o corredor com medo”, disse ela à revista Time.

“O que fazer numa situação dessas se você é jornalista? Ajudar? Pedir ajuda a um médico? Ou tirar uma foto?”, pergunta ela. “Nesse momento, dei-me conta de que tinha de mostrar ao mundo o que estava acontecendo naquele momento de terror, de que a foto era mais importante.”

Kardava também fotografou Sebastian Bellin, ex-jogador de basquete belga que estava caído no chão. Bellin foi atingido por destroços e está hospitalizado.

Kardava continuou fazendo fotos e gritando por ajuda, até a chegada de soldados. Eles pediram que todos corressem para fora do aeroporto.

“As pessoas que fotografei não podiam correr, e eu não podia ajudá-las. Fui muito difícil para mim deixá-las ali. Queria ajudar todos, mas não podia. Tinha de sair. Havia temores de outra explosão”, diz ela.

“Espero que estejam bem. Realmente espero que possam superar isso.”

“Não sei como tirei essa foto. Foi instinto de jornalista. A coloquei no Facebook e escrevi: ‘Explosão. Nos ajudem’.”

A jornalista diz que ter testemunhado os atentados mudou sua visão de mundo.

“Morei aqui durante oito anos e cobri todo tipo de coisa, inclusive os atentados de Paris. Mas agora sei como é. Pode ser em qualquer lugar, a qualquer momento. Agora me dou conta do significado da frase: ‘o terrorismo não tem fronteiras’.”

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É uma imagem forte, daquelas que emocionam. Reflete o horror. O terror . O massacre.

Duas mulheres cobertas de sangue e de pó. Uma fala ao telefone, a mão ensanguentada. A outra olha para a câmera, seminua por causa dos efeitos da explosão. Ela perdeu um sapato e sua mão está agarrada a uma das cadeiras do saguão do aeroporto de Bruxelas .

“Nos ajude.”

Ketevan Kardava, enviada especial à Bélgica de uma rede de TV da Geórgia, estava no aeroporto a caminho de Genebra quando aconteceu a primeira explosão.

Ela estava a apenas um metro e meio. Enquanto era envolvida por uma nuvem de fumaça e estilhaços de vidro, sua primeira reação foi pegar a câmera. “Estava em choque, foi instintivo.”

A fotógrafa contou ao jornal americano USA Today a história da foto que se tornou a imagem icônica dos atentados em Bruxelas.

Foi uma das primeiras imagens distribuídas. Primeiro, ela se tornou um viral nas redes sociais e depois chegou a todos os meios de imprensa por meio da agência Associated Press. A foto foi publicada na primeira página de jornais do mundo inteiro.

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Publicado por Ketevan Kardava em Terça, 22 de março de 2016

Com a voz trêmula, Kardava lembra o momento em que tirou a foto. “Não podia ajudá-las. Todo mundo estava coberto de sangue. Havia gente que perdeu as pernas. Eu estava olhando para as minhas.”

A fotógrafa diz que assim que deu-se conta de que estava viva começou a gritar pedindo ajuda. “Um médico! Um médico!” Mas não havia nenhum no local.

Foi então que pegou a câmera. A mulher de casaco amarelo que aparece na foto “estava em choque. Não chorava nem gritava. Ela só olhava o corredor com medo”, disse ela à revista Time.

“O que fazer numa situação dessas se você é jornalista? Ajudar? Pedir ajuda a um médico? Ou tirar uma foto?”, pergunta ela. “Nesse momento, dei-me conta de que tinha de mostrar ao mundo o que estava acontecendo naquele momento de terror, de que a foto era mais importante.”

Kardava também fotografou Sebastian Bellin, ex-jogador de basquete belga que estava caído no chão. Bellin foi atingido por destroços e está hospitalizado.

Kardava continuou fazendo fotos e gritando por ajuda, até a chegada de soldados. Eles pediram que todos corressem para fora do aeroporto.

“As pessoas que fotografei não podiam correr, e eu não podia ajudá-las. Fui muito difícil para mim deixá-las ali. Queria ajudar todos, mas não podia. Tinha de sair. Havia temores de outra explosão”, diz ela.

“Espero que estejam bem. Realmente espero que possam superar isso.”

“Não sei como tirei essa foto. Foi instinto de jornalista. A coloquei no Facebook e escrevi: ‘Explosão. Nos ajudem’.”

A jornalista diz que ter testemunhado os atentados mudou sua visão de mundo.

“Morei aqui durante oito anos e cobri todo tipo de coisa, inclusive os atentados de Paris. Mas agora sei como é. Pode ser em qualquer lugar, a qualquer momento. Agora me dou conta do significado da frase: ‘o terrorismo não tem fronteiras’.”

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