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A guerra de sanções entre Rússia e Estados Unidos

A situação das relações bilaterais entre os países se agravou após os EUA ordenarem, nesta quinta-feira, o fechamento do consulado russo em São Francisco

Rússia-EUA: tudo parece indicar que as relações entre Moscou e Washington estão em um nível ainda mais baixo do que no governo Obama (Carlos Barria/Reuters)
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AFP

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 09h48.

A guerra de sanções e represálias entre Moscou e Washington se agravou nesta sexta-feira, depois que a Casa Branca ordenou o fechamento do consulado russo em São Francisco antes de sábado, enquanto as relações bilaterais estão estagnadas.

Na Rússia, quase dois terços dos funcionários das representações diplomáticas americanas abandonaram o país, apesar de a chegada ao poder de Donald Trump ter suscitado esperanças de uma melhora dos laços entre russos e americanos.

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O governo dos Estados Unidos ordenou o fechamento, antes do fim de sábado, do consulado russo de São Francisco e das missões comerciais em Washington e Nova York em nome da "reciprocidade", mas Moscou lamentou rapidamente uma "escalada" na disputa diplomática.

A medida responde à drástica redução de 755 diplomatas e funcionários, russos e americanos, na Rússia, ordenada no final de julho por Vladimir Putin em reação às novas sanções econômicas aprovadas por Washington.

A presença diplomática americana ficou limitada a 455 pessoas, as mesmas que trabalham na representação russa nos Estados Unidos.

O Departamento de Estado assegurou nesta quinta-feira que a redução havia sido "executada totalmente". Por outro lado, a concessão de vistos para os Estados Unidos na Rússia, suspensa com estas restrições, será retomada em breve, embora de forma limitada.

No começo de agosto, os Estados Unidos tiveram que deixar de utilizar dois edifícios diplomáticos situados na periferia da capital russa depois que o Kremlin suspendeu a permissão de uso.

O fechamento do consulado de São Francisco será feito "no espírito da reciprocidade invocado pelos russos", defendeu o Departamento de Estado americano, que disse, entretanto, querer "pôr fim ao círculo vicioso" que deteriora as relações, esperando que a medida não traga "novas represálias".

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou "a escalada de tensões", "iniciada" pelos Estados Unidos, e prometeu que as novas medidas americanas "seriam estudadas com atenção" considerando uma eventual resposta de Moscou.

"Não buscamos nos aborrecer com os Estados Unidos [...] e queremos, verdadeiramente, que o clima político volte à normalidade", declarou nesta sexta-feira. "Mas para um tango, são necessários dois, e nosso parceiro tem se lançado, sem parar, em uma dança solitária", ironizou.

Reunião em setembro

O secretário de Estado americano Rex Tillerson conversou por telefone na quinta-feira com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, e ambos se reunirão em setembro, provavelmente à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Lavrov prometeu nesta sexta-feira que buscará uma "aproximação baseada no respeito mútuo" e que chegaria a um "compromisso" com Washington.

Tudo parece indicar que as relações entre Moscou e Washington estão em um nivel ainda mais baixo do que no governo de Barack Obama, que expulsou 35 diplomatas russos e suas famílias no final de 2016, mas sem represálias por parte do Kremlin.

Diante da nova situação, Moscou nomeou um novo embaixador em Washington, Anatoli Antonov, conhecido por ser partidário de uma linha dura e por demonstrar uma profunda desconfiança de seus interlocutores americanos.

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