Os 10 maiores acidentes petrolíferos da história
Juntos, eles respondem por 68% dos vazamentos de petróleo mais graves já registrados nos últimos 70 anos
Vanessa Barbosa
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
São Paulo - A maré negra que se espalha no Golfo do México desde a explosão e o afundamento da plataforma da British Petrolium, no último dia 20 de abril, tem o potencial de causar danos ambientais de grande alcance. Mas não é, nem de longe, um dos maiores vazamentos de petróleo já registrados na história.
Nos últimos 70 anos, mais de 80 episódios de média e alta gravidade lançaram nos mares e oceanos cerca de 7,4 bilhões de litros de petróleo - o correspondente ao volume de quase 3000 piscinas olímpicas. Os dez maiores desastres respondem por 68% desse total.
Seriam necessários meses para o acidente da BP se igualar ao do Ixtoc I, um superpetroleiro que explodiu há 30 anos e derramou 454 mil toneladas de petróleo na baía de Campeche, no México. E anos para alcançar a magnitude dos 2 bilhões de litros derramados pelas forças iraquianas durante a Guerra do Golfo, em 1991, o maior da história. O volume de óleo jorrado pelo poço da BP - cerca de 11 milhões de litros, até agora - ainda é dez vezes menor que o liberado em 1967 pelo Torrey Canyon, um dos primeiros supertanques petrolíferos, que, após colidir com um recife, despejou 119 mil toneladas do óleo na costa sudoeste do Reino Unido.
Se o vazamento no Golfo do México não for controlado a tempo, talvez suas consequências se igualem às do Exxon Valdez, que entrou pra história não como um dos maiores acidentes petrolíferos, mas como um dos mais graves e emblemáticos. Em 1989, a embarcação americana contaminou 2.000 quilômetros de um litoral intocado, matando milhares de aves marinhas, focas, lontras e orcas. Duas décadas depois, ainda restam 95 mil litros de óleo na região, a maior parte debaixo da terra, segundo um estudo publicado em janeiro na revista Nature Geoscience. A seguir conheça os dez maiores acidentes petrolíferos da história, suas cronologias e dimensões de vazamento:
1- Guerra do Golfo, Kuwait, Golfo Pérsico (janeiro/1991)
Volume: 1 milhão e 360 mil toneladas (753 piscinas olímpicas)
O pior vazamento de petróleo da história não foi propriamente acidental, mas deliberado. Causou enormes danos à vida selvagem no Golfo Pérsico, depois que forças iraquianas abriram as válvulas de poços de petróleo e oleodutos ao se retirarem do Kuwait.
2- Ixtoc I, Campeche, Golfo do México (junho/1979)
Volume: 454 mil toneladas (251 piscinas olímpicas)
A plataforma mexicana Ixtoc 1 se rompeu na Baía de Campeche, derramando cerca de 454 mil toneladas de petróleo no mar. A enorme maré negra afetou, por mais de um ano, as costas de uma área de mais de 1.600 km2.
3- Poço de petróleo Fergana Valley, Uzbequistão (março/1992)
Volume: 285 mil toneladas (158 piscinas olímpicas)
Trata-se de um dos maiores acidentes terrestres já registrados. Em março de 1992, a explosão de um poço no Vale da Fergana afetou uma das áreas mais densamente povoadas e agrícolas da Ásia Central.
4- Atlantic Empress, Tobago, Caribe (julho/1979)
Volume: 287 mil toneladas (159 piscinas olímpicas)
Durante uma tempestade tropical, dois superpetroleiros gigantescos colidiram próximos à ilha caribenha de Tobago. O acidente matou 26 membros da tripulação e despejou milhões de litros de petróleo bruto no mar.
5- Nowruz, Irã, Golfo Pérsico (fevereiro/1983)
Volume: 260 mil toneladas (144 piscinas olímpicas)
Durante a Primeira Guerra do Golfo, um tanque colidiu com a plataforma de Nowruz causando o vazamento diário de 1500 barris de petróleo.
<hr> <p class="pagina"><strong>6- ABT Summer, Angola (maio/1991)</strong><br>Volume: 260 mil toneladas (144 piscinas olímpicas)<br>O superpetroleiro Libéria ABT Summer explodiu na costa angolana em 28 de maio de 1991 e matou cinco membros da tripulação. Milhões de litros de petróleo vazaram para o Oceano Atlântico, afetando a vida marinha. <br><strong><br>7- Castillo de Bellver, Africa do Sul (agosto/1983)</strong><br>Volume: 252 mil toneladas (139 piscinas olímpicas)<br>Depois de um incêndio a bordo, seguido de explosão, o navio espanhol rachou-se ao meio, liberando cerca de 200 milhões de litros do óleo na costa de Cape Town, na África do Sul. Por sorte, o vento forte evitou que a mancha alcançasse o litoral, minimizando os efeitos ambientais do desastre.<br><br> <strong>8 - Amoco Cadiz, França (março/1978)</strong><br>Volume: 223 mil toneladas (123 piscinas olímpicas)<br>Um dos piores acidentes petrolíferos do mundo aconteceu em 1978, quando o supertanque Amoco Cadiz rompeu-se ao meio perto da costa noroeste da França. O vazamento matou milhares de moluscos e ouriços do mar. Esta foi a primeira vez que imagens de aves marinhas cobertas de petróleo foram vistas pelo mundo. <br><br><strong>9 - M T Haven, Itália (abril/1991)</strong><br>Volume: 144 mil toneladas (79 piscinas olímpicas)<br>Outro superpetroleiro, o navio gêmeo do Amoco Cadiz explodiu e naufragou próximo da costa de Gênova, matando seis tripulantes. A poluição na costa mediterrânea da Itália e da França se estendeu pelos 12 anos seguintes. <br><strong><br>10 - Odyssey, Canadá (setembro/1988)</strong> <br>Volume: 132 mil toneladas (73 piscinas olímpicas) <br>O poço petrolífero localizado na província canadense de Newfounland explodiu durante uma operação de perfuração da plataforma americana Odyssey. Uma pessoa morreu e outras 66 foram resgatadas sem ferimentos.</p>
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