BlackRock: para gestora, governo Biden pode favorecer ações mercados emergentes (Toru Hanai/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 09h17.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 09h18.
A BlackRock, maior gestora do mundo com mais 7 trilhões de dólares sob gestão acredita que o resultado das eleições americanas deve seguir beneficiando ações de empresas em crescimento em detrimento das de companhias já consolidadas.
Eleito no fim de semana após conseguir a maioria dos votos do estado da Pensilvânia, o democrata Joe Biden ainda não sabe se governará os Estados Unidos com ou sem um Senado a seu favor. Isso porque na Georgia, as eleições para o Senado serão decidas apenas em janeiro, já que o pleito foi para o segundo turno. Ainda assim, as expectativas são de que Biden tenha que lidar com um Legislativo divido, com apenas a Câmara de maioria democrata.
Nesse cenário, a BlackRock vê espaço para que ações de tecnologia, saúde e large caps tenham bons desempenhos. Segundo a gestora, um governo dividido restringiria a capacidade de Biden implementar aumento de impostos, como sondado quando ainda estava em campanha eleitoral.
Com o governo dividido, a BlackRock estima que Biden deverá implementar sua agenda de sustentabilidade mais por meio de ações regulatórias em vez de política tributária ou investimentos em infraestrutura verde. Também se espera que o Senado republicano limite os incentivos fiscais .
“Algum alívio fiscal parece possível no curto prazo, mas vemos o escopo e o tamanho do estímulo fiscal e do investimento público como muito mais modestos do que o que um governo totalmente democrata poderia ter proporcionado”, afirmam em relatório.
Por outro lado, as relações comerciais dos Estados Unidos com a China devem se tornar mais previsíveis, segundo a BlackRock. Embora acredite que a competição entre os dois países deva permanecer elevada, a gestora acredita em uma melhora do sentimento comercial, o que beneficiaria ativos de mercados emergentes, especialmente na Ásia.