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Não há crise no câmbio, diz Luiz Carlos Mendonça de Barros

Para o economista, a alta recente do dólar se deve à queda da Selic e a troca de dívidas das empresas

Luiz Carlos Mendonça de Barros: "Não consigo enxergar nenhum tipo de crise" (Mario Magalhães/Amcham/Divulgação)

Luiz Carlos Mendonça de Barros: "Não consigo enxergar nenhum tipo de crise" (Mario Magalhães/Amcham/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 11h36.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2020 às 15h22.

São Paulo -  O comportamento do dólar tem chamado a atenção nas últimas semanas, com a moeda americana superando máximas seguidas. Ontem, a moeda alcançou o valor histórico de R$ 4,38. Para o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, não há problemas com o câmbio. “Não consigo enxergar nenhum tipo de crise”, disse em evento realizado nesta sexta-feira (14) pela Amcham (Câmara Americana de Comércio).

Para o economista, a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, com a venda de contratos de swap cambial foi acertada, favorecendo a queda do dólar. Hoje, a moeda é vendida por R$ 4,31.

Mendonça de Barros explicou que comportamento do câmbio atualmente se deve a alguns movimentos. O primeiro é a queda da taxa Selic no Brasil, que chegou a 4,25% em fevereiro. A redução dos juros nos últimos meses fez com que, de um lado, investidores estrangeiros perdessem o interesse por investir em renda fixa no Brasil.

Do outro, a mudança também tem feito com que empresas que tinham dívidas em dólar, fizessem operações para trocar essa dívida por dívidas em reais. Outro ponto, segundo o economista, é que o dólar tem sido buscado pelo investidor especulador. “O DI está nas mínimas, então especulador já saiu do DI. A Bolsa dobrou de valor, então vai todo mundo no dólar”, afirmou.

Para ele, a moeda brasileira é forte se comparada com outras moedas de países emergentes. “O Brasil tem uma institucionalidade do mercado financeiro muito superior a de outros países emergentes. O real é uma moeda mais internacionalizada do que as pessoas pensam. Quando alguém precisa fazer um hedge contra uma moeda emergente, é aqui que ela faz”, diz.

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