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Ibovespa sobe 2,9% e atinge maior valor desde março. O que puxou o índice?

O índice acompanhou a reabertura de economias na Europa e nos Estados Unidos e com otimismo

Ibovespa: índice acompanhou o otimismo das bolsas no exterior com o pacote de 750 bilhões de euros da União Europeia e com a reabertura das economias na Europa e nos Estados Unidos (Jesada Wongsa/Getty Images)

Ibovespa: índice acompanhou o otimismo das bolsas no exterior com o pacote de 750 bilhões de euros da União Europeia e com a reabertura das economias na Europa e nos Estados Unidos (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Natália Flach

Publicado em 27 de maio de 2020 às 17h21.

Última atualização em 27 de maio de 2020 às 17h31.

O Ibovespa subiu 2,90% para 87.946 pontos, neste quarta-feira, 27, acompanhando o otimismo das bolsas no exterior com o pacote de 750 bilhões de euros da União Europeia e com a reabertura das economias na Europa e nos Estados Unidos. Com isso, o principal índice da bolsa brasileira alcançou o maior valor desde 10 de março.

O avanço da bolsa ganhou um empurrão com a decisão do governo de São Paulo de afrouxar o isolamento em alguns municípios do estado, apesar de manter as restrições na capital. A primeira fase será implementada no estado entre 1º e 15 de junho. As medidas de isolamento social, que começaram no início de março, têm validade até o próximo dia 31.

Os investidores se mantém otimistas com a retomada da economia, apesar do avanço nos casos de coronavírus no Brasil. Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae, a explicação para o otimismo é o anúncio do plano de recuperação da União Europeia de 750 bilhões de euros em subsídios e empréstimos para ajudar os países a se recuperar dos impactos do coronavírus. "Além disso, o presidente do maior banco de investimentos dos Estados Unidos, JP Morgan, Jamie Dimon, disse que há grandes chances de a economia se recuperar no terceiro trimestre", disse, em vídeo. O Japão também aprovou um novo pacote de estímulo de 1,1 trilhão de dólares que inclui gastos diretos significativos para impedir que a pandemia leve a terceira maior economia do mundo a uma recessão ainda mais profunda.

O rali de alta desta quarta-feira se sobrepôs ao aumento das tensões geopolíticas com os Estados Unidos planejando novas sanções contra a China que tenta impor uma lei de segurança nacional sobre Hong Kong. "Para os próximos dias continuaremos monitorando a disputa, além do número de novos casos nas economias que iniciaram o processo de reabertura, como principais ameaças à continuidade da recuperação dos mercados", escrevem  analistas da Guide, em relatório.

O otimismo dos investidores chegou a arrefecer com a notícia publicada pela Miriam Leitão, em O Globo, de que organismos internacionais, como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento, podem cortar crédito ao Brasil. Também contribuiu para o arrefecimento os números de desemprego: o país tem saldo negativo de 860.000 empregos formais em abril.

Bolsas no exterior

O índice Dow Jones é negociado em alta de 2,21%, enquanto o S&P 500 sobe 1,48%. Já Nasdaq avança 0,77%. O motivo é o otimismo com a reabertura da economia americana e com o desenvolvimento de vacinas capazes de impedir a contaminação pelo coronavírus. 

“Elevamos nosso preço-alvo do S&P 500 para 3.250 em 30 de agosto de 2020, dada a expectativa de melhora de dados / pesquisas econômicas (consumidor, serviços, industrial)”, escreveu Barry Bannister, estrategista da Stifel, em uma nota nesta quarta-feira, publicada pelo site MarketWatch.

 

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