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BlackRock vê espaço para rotação de ações em novo momento das bolsas

Ações de empresas de tecnologia, que dispararam com a demanda maior em meio à quarentena, devem ter performance mais fraca

BlackRock (BLAK34): maior gestora do mundo (Toru Hanai/Reuters)

BlackRock (BLAK34): maior gestora do mundo (Toru Hanai/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 15 de outubro de 2020 às 06h10.

A perspectiva de um longo período de taxas de juros globais baixas ou negativas tem levado gestores de ativos a apostarem em títulos mais arriscados, mercado em que podem ter menos experiência. É o que afirma a BlackRock, a maior gestora do mundo, com quase 8 trilhões de dólares sob administração.

É uma tendência que deve continuar à medida que investidores buscam opções aos ativos tradicionais considerados seguros para obter rendimento e resiliência, disse Isabelle Mateos y Lago, responsável global do grupo de instituições oficiais da empresa.

Isso significa recorrer a investimentos ilíquidos e alternativos, bem como a dívidas de alto rendimento, afirmou.

O estoque mundial de títulos de dívida com rendimento negativo disparou para 16,3 trilhões de dólares, aproximando-se de uma máxima histórica e acima da mínima de 7,7 trilhões de dólares em meados de março, de acordo com um índice da Bloomberg.

“A construção dos portfólios está sendo reiniciada porque as pessoas entendem que enfrentaremos essas baixas taxas de juros por muito, muito tempo”, disse Mateos y Lago à Bloomberg TV.

“Proprietários de ativos tentam obter retornos de acordo com seu mandato. Graças a isso, vemos o retorno do fluxo de capital aos mercados emergentes que precisam urgentemente disso.”

O dinheiro também tem retornado aos mercados de títulos corporativos, disse. Ao mesmo tempo, a combinação de estímulo fiscal e reabertura econômica mais ampla, apesar das segundas ondas de casos de Covid-19, pode desencadear uma rotação dentro das ações.

“Devemos ver um desempenho mais fraco dessas ações de tecnologia que se beneficiaram tanto com o lockdown”, disse Mateos y Lago. Segundo ela, os investidores estão de olho em empresas de baixa capitalização, ou small caps, ações cíclicas e setores que tendem a ter bom desempenho na “reflação e na expansão”.

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