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Os bairros mais efervescentes de São Paulo

Restrições da prefeitura impedem que o mercado imobiliário residencial tenha forte crescimento, mas algumas regiões estão simplesmente bombando

Paulistano quer proximidade de metrô, parque, shopping e trabalho (EXAME)
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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 10h26.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h30.

São Paulo – O número de lançamentos imobiliários na cidade de São Paulo neste ano deve ficar muito próximo ao de 2010, segundo Mirella Paripinelle, diretor-geral de atendimento da Lopes, a maior imobiliária do Brasil. A dificuldade que as incorporadoras enfrentam para conseguir as licenças para as obras junto à prefeitura impede um crescimento dos lançamentos proporcional ao desejo dos paulistanos de comprar um imóvel. Nos nove primeiros meses de 2011, as incorporadoras lançaram 182 empreendimentos, ou 71% do total de unidades que chegaram ao mercado em todo o ano passado. Mirella aposta em uma equiparação em termos de lançamentos nos dois anos porque historicamente os volumes crescem no terceiro e no quatro trimestres. Mesmo que a cidade como um todo não viva um boom de lançamentos, uma olhada mais acurada sobre os números mostra que alguns bairros da cidade estão simplesmente bombando. Em geral, são áreas que passam por processos de revitalização urbana que despertaram o interesse de moradores e incorporadoras. As pessoas costumam ser atraídas por equipamentos como estações de metrô, parques, shoppings ou um grande número de prédios comerciais. Nas próximas páginas, EXAME.com apresenta os bairros que mais têm recebido novos imóveis em São Paulo, segundo Mirella, da Lopes.
  • 2. Campo Belo e Brooklin crescem com novo polo comercial

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    A expectativa de que a avenida Chucri Zaidan se transforme no maior polo de escritórios corporativos da cidade tem levado as incorporadoras a fazer uma série de lançamentos de imóveis residenciais nos bairros do Brooklin e do Campo Belo para atender as pessoas que não suportam o trânsito de São Paulo e fazem questão de morar próximo ao trabalho. Por trás dos investimentos privados, há uma série de obras públicas previstas para a região, dentro da operação urbana Água Espraiada. O prefeito Gilberto Kassab promete a construção de um túnel de mais de 2 km entre a avenida Roberto Marinho e a rodovia dos Imigrantes, a ampliação da avenida Chucri Zaidan e a inauguração de uma nova ponte sobre o rio Pinheiros na altura do parque Burle Marx. Já o governo paulista planeja construir um monotrilho que ligue a Vila Sônia ao aeroporto de Congonhas, cortando o Brooklin. O principal projeto imobiliário da região é da Odebrecht, que quer erguer prédios de apartamentos, torres comerciais e um shopping em um terreno de 82.000 metros quadrados que já abrigou uma fábrica da Monark. Outro empreendimento grandioso que deve ser concluído em 2012 é o Rochaverá, um conjunto de quatro prédios corporativos que estão entre os melhores da cidade. Já a empresa de shoppings Multiplan deve erguer duas torres corporativas contíguas ao MorumbiShopping, que é controlado por ela mesma. A instalação de grandes empresas na região tem levado diversas incorporadoras a investir em projetos residenciais na região. Entre elas, estão a Even, a Brookfield e a EZTEC.
  • 3. Bela Vista surfa a onda do Baixo Augusta

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  • Região boêmia da cidade, o Baixo Augusta despontou nos últimos dois anos como uma potência do mercado imobiliário. A Bela Vista sempre foi vista como uma opção interessante para quem trabalha no Centro ou na avenida Paulista devido à facilidade para o deslocamento diário. A substituição dos prostíbulos da rua Augusta por badalados bares e casas noturnas também ajudou, é verdade. Mas o que mais contribuiu para atrair moradores foi a construção do shopping Frei Caneca, que trouxe uma opção a mais de lazer durante o dia. Nos arredores do shopping, havia um bom número de terrenos disponíveis. Ainda que de pequeno porte, esses terrenos serviram bem para a construção de empreendimentos de apartamentos pequenos, que se encaixavam no perfil dos potenciais compradores: solteiros, casais sem filhos ou gays. O desenvolvimento da região começou pela rua Paim, antiga área de cortiços da cidade que abrigou lançamentos por cerca de 3.000 reais o metro quadrado há três anos. Como o desenvolvimento tem seu preço, os investidores que enxergaram valor na região lá atrás ganharam um bom dinheiro. Lançamentos recentes feitos na rua Augusta, como o Capital Augusta e o Cad’O’Ro, chegaram a ter unidades negociadas por até 10.000 reais o metro.
  • 4. Revitalização do largo da Batata beneficia Pinheiros

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    A região do largo da Batata sempre foi a mais desvalorizada de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A área é cortada pela avenida Faria Lima, a mais valorizada do mercado de escritórios paulista por tradicionalmente abrigar bancos, fundos de investimento e outras instituições financeiras. O irônico é que, em sua outra ponta, a mesma Faria Lima também tivesse se transformado em um polo de comércio popular. A revitalização do largo da Batata começou a acabar com esse anacronismo. A inauguração das estações de metrô Faria Lima e Pinheiros da linha amarela foram determinantes para tornar a região atrativa para as incorporadoras. A facilidade de acesso a outras regiões da cidade transformou a área em canteiro de obras, com vários edifícios previstos para serem entregues nos próximos anos.
  • 5. “Tatuapé de baixo” é redescoberto na zona leste

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    Localizado do outro lado da Radial Leste e da linha de trem, o “Tatuapé de baixo” sempre ficou à margem do desenvolvimento alcançado pelo Tatuapé nos últimos anos. Com a sensível piora do trânsito na Radial Leste, entretanto, o bairro voltou a ser interessante para a população, que também tem a opção se deslocar pela marginal Tietê nos dias de tráfego mais intenso. Antes apenas ocupado por antigas casas e sobrados, o “Tatuapé de baixo” tem sido redescoberto pelas incorporadoras. Outros motivos para a revitalização do bairro foram a construção do shopping Boulevard Tatuapé e a proximidade do parque do Piqueri. A existência das estações de metrô Carrão e Tatuapé também ajuda. Por último, o bairro ainda possui diversos terrenos interessantes para as incorporadoras, localizados em ruas tranquilas e arborizadas.
  • 6. Saúde atrai quem não pode comprar na Vila Mariana

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    O bairro da Saúde também tem se destacado em número de lançamentos imobiliários. Foram nove empreendimentos imobiliários em 2009, 13 em 2010 e 12 nos primeiros nove meses deste ano. Entre eles, está o View Bosque da Saúde. Como os preços dos imóveis em regiões adjacentes como a Vila Mariana já ficaram altos demais, bairros como a Saúde se tornaram uma das principais opções para quem não tem tanto dinheiro no bolso. Por ser cortada por estações de metrô, a maior distância da Saúde das regiões centrais da cidade não afugenta os compradores. Para os incorporadores, no entanto, não é tão fácil lançar um imóvel no bairro. Como há poucos terrenos vazios, geralmente é necessário comprar diversas casas, demoli-las, juntar os terrenos e só depois fazer os lançamentos.
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