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Loft, de compra e venda de imóveis, recebe aporte de US$ 175 milhões

O valor levantado na nova rodada de investimentos deverá ser usado para a expansão da startup, tanto no Brasil quanto na América Latina

Co-fundadores da Loft, João Vianna, Florian Hagenbuch e Mate Pencz (da esquerda para a direita) (Loft/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 11h06.

Última atualização em 3 de julho de 2020 às 12h20.

A Loft , startup de compra e venda de imóveis, acaba de anunciar um novo aporte, de 175 milhões de dólares, em sua terceira rodada de investimentos. Com o aporte, a startup atinge um valor estimado de mais de 1 bilhão de dólares - é o 11º unicórnio brasileiro e a startup primeira a atingir a marca em 2020. A Loft não confirma seu valuation.

As empresas Vulcan Capital e Andreessen Horowitz co-lideraram a rodada, com a participação da QED Investors, Fifth Wall Ventures, Thrive Capital, Valor Capital, Monashees e outros. A Loft é o único investimento da Vulcan Capital na América Latina e o único investimento brasileiro para Andreessen Horowitz. A startup já levantou 275 milhões de dólares em investimentos.

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O valor levantado na nova rodada de investimentos deverá ser usado para a expansão da startup, tanto no Brasil quanto na América Latina. Atualmente com atuação apenas em São Paulo, a Loft prevê chegar ao Rio de Janeiro no primeiro trimestre de 2020 e começar sua expansão internacional no segundo trimestre do ano, na Cidade do México.

“A expansão internacional vai mostrar que nosso modelo de negócios viaja bem, não só entre diversas cidades brasileiras, mas também para outros países”, diz o co-fundador Mate Pencz em entrevista a EXAME.De acordo com o empreendedor, a Cidade do México tem diversas características semelhantes a São Paulo, por isso faz sentido começar a operação internacional por ela.

Apenas no ano passado, chegaram ao posto de unicórnio as startups Loggi, de entregas, a Gympass, que vende planos de academias, a QuintoAndar, de aluguéis, o Ebanx, de pagamentos, e a Wildlife, de games.

Mercado pouco explorado

De acordo com a empresa, o mercado imobiliário residencial na América Latina é uma oportunidade de 6 trilhões de dólares, ainda pouco explorada.

O mercado pulverizado e a falta de dados tornam o processo de compra e venda longo e burocrático. Foi para melhorar essa experiência que a Loft nasceu em agosto de 2018, fundada por um grupo de empreendedores em série e executivos experientes, incluindo os fundadores e co-CEOs Mate Pencz e Florian Hagenbuch.

Desde então, movimentou mais de 2 bilhões de reais em vendas de imóveis e só em 2019 transacionou mais de mil apartamentos. No site da empresa, há mais de 300 imóveis anunciados. Há apartamentos na casa dos 300.000 reais ou 400.000 reais, mas a grande maioria são imóveis de alto padrão, com preços acima de 1 milhão de reais e que podem passar de 6 milhões de reais.

A Loft estima é que o processo de compra demore, em média, mais de 16 meses. “Essa demora na venda faz com que a liquidez de um imóvel no Brasil seja muito menor do que deveria”, disse o co-fundador João Vianna em entrevista a EXAME em dezembro.

Na Loft, o ciclo completo (da compra de um apartamento pela startup à venda para outro consumidor) demora cerca de 4 meses. “Queremos que trocar de apartamento no Brasil seja tão fácil quanto trocar de carro.”

Ciclo completo

A empresa atua em todas as frentes: compra o imóvel de um cliente, o reforma e revende a um novo comprador. No meio do caminho, também facilita um processo de permuta, caso um cliente queira trocar seu imóvel por outro (e receber a diferença, se for o caso). O processo é feito em parceria com imobiliárias e mais de 6.000 corretores parceiros nas regiões em que atua.

Os últimos meses do ano passado foram de grandes mudanças no portfólio da Loft. A empresa intensificou sua atuação em imóveis menores, com menos de 60 metros quadrados, incluindo os do tipo studio. Com esse tipo de empreendimento, já há imóveis na Loft disponíveis por menos de 400.000 reais, algo que não existia há seis meses. A companhia chegou em novas regiões nos últimos meses, e hoje atua em 18 bairros, como Itaim Bibi, Pinheiros, Jardins, Moema e Perdizes.

Também comprou 51,5% das ações da startup de reformas Decorati, que reforma apartamentos de terceiros e vai facilitar o processo de reformas no qual a Loft já atua e fazer o número de reformas simultâneas passar de 100 para 500.

 

A empresa também está expandindo sua operação para novas categorias de produtos e planeja a escalar suas linhas de produtos financeiros, incluindo hipotecas e seguros, ainda em 2020.

A Loft começou o ano de 2019 com 100 funcionários e cresceu para mais de 450, com planos de chegar a mais de 550 até o primeiro trimestre de 2020.

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