EXCLUSIVO: Mansão mais cara do Brasil vai virar empreendimento de até R$ 150 mil/m²
Construtora Mozak quer entrar no mercado de casas oferecendo um “desfile de arquitetura” no Leblon
Repórter de Invest
Publicado em 24 de julho de 2024 às 18h17.
Última atualização em 24 de julho de 2024 às 18h59.
“O Leblon está voltando a ser o Leblon”: assim Isaac Elehep, presidente da construtora Mozak, define o cenário que permitiu o fechamento do maior negócio da empresa em seus 30 anos de história. A construtora focada na Zona Sul do Rio de Janeiro assinou há 10 dias a compra da mansão mais cara do Brasil, um imóvel icônico de 2,5 mil metros quadrados que ocupa um terreno do tamanho de uma quadra: 11 mil m². A localização é uma das mais desejadas e exclusivas do País: o Jardim Pernambuco, fatia do Leblon que funciona quase como um condomínio fechado, cercado por guaritas de segurança e mata nativa.
O negócio, adiantado com exclusividade àEXAME, não teve o valor divulgado, mas até poucas semanas atrás a mansão era anunciada com preço de R$ 220 milhões– a casa mais cara à venda no País. Os planos da Mozak incluem fatiar o gigantesco terreno em lotes; no mínimo 10 e no máximo 12. O valor geral de vendas (VGV) do projeto deve alcançar, sozinho, até R$ 500 milhões – mesmo montante que a construtora espera levantar em todo o ano de 2024.
Veja fotos da mansão mais cara do Brasil
![Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/mansaoAQUI6.png)
2 /14Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro(Imóvel foi construído pela família Amaral, ex-proprietária da rede de supermercados Disco)
![Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/mansaoAQUI4.png)
3 /14Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro(Negócio não teve valor divulgado, mas mansão estava à venda por R$ 220 milhões)
![Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/mansaoAQUI5.png)
4 /14Mansão de R$ 220 milhões no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro(Aquisição marca a entrada da Mozak na construção de casas)
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A expectativa da empresa é negociar cada imóvel a um preço de R$ 150 mil/m² o que colocaria o empreendimento isolado no posto de mais caro do País.O segundo imóvel mais caro do Brasil é uma cobertura de luxo no próprio Leblon, no edifício Tom Delfim Moreira, lançado pela Gafisa a R$ 100 mil/m². Ele é seguido de perto pelo Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences, projeto que mistura propriedade compartilhada e hotelaria em Canela, no Rio Grande do Sul, e que foi negociado a 98 mil/m².
Vale lembrar que o Leblon está há anos no topo dos bairros com metro quadrado mais caro por ser pequeno, com pouca oferta de terrenos, e muito desejado pela altíssima renda. O executivo defende, no entanto, que ele vinha sendo preterido nos últimos anos por outras opções em São Paulo (SP) e Balneário Camboriú (SC).
“Todas as cidades reajustaram os preços de venda depois da inflação pós-pandemia – aqui, no Rio de Janeiro, isso tem acontecido apenas recentemente. O negócio que acabamos de assinar é parte desse movimento do Leblon voltando a ser o Leblon em termos de preço.”
Desfile de arquitetura no Leblon
O negócio marca a entrada da Mozak na construção de casas. Até então, a construtora era focada em prédios residenciais e comerciais para o altíssimo padrão na Zona Sul carioca – que de tão escassa em terrenos, fez com que 30% do portfólio da empresa fosse voltado para retrofit.
A mansão comprada no Jardim Pernambuco pode, inclusive, fazer parte do portfólio de retrofit da marca. A casa construída pela família Amaral, ex-proprietária da rede de supermercados Disco, ocupa apenas 22% do terreno e estará disponível em um dos lotes que a Mozak pretende comercializar. Quem adquirir a fatia poderá decidir se quer continuar com imóvel de estilo inglês ou criar um novo projeto.“A casa já está pronta e pode ser mantida nesse formato. Nunca vi uma biblioteca tão bonita”, diz Elehep.
A construção de 1986 conta com seis suítes, 18 banheiros e 15 vagas de garagem, além de salas de estar, jantar, música e reunião. Para entretenimento, o imóvel conta com biblioteca, área de lazer com churrasqueira, piscina semiolímpica e sauna. O paisagismo é assinado por Burle Marx, e o imóvel conta ainda com heliponto particular.
Os outros lotes devem receber projetos inteiramente do zero.A Mozak está em negociação com três arquitetos renomados – Marcio Kogan, Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen – para realizar os projetos. O diferencial deve estar não apenas no projeto arquitetônico, mas no design, paisagismo, luminotécnica e a questão da ambiência e hospitalidade. O último ponto vem emprestado da hotelaria, e analisa as sensações do consumidor ao entrar no imóvel.
“Vamos mediar o relacionamento com arquitetos e artistas para criar um desfile de arquitetura no terreno”, explica o CEO. “A ideia é que o cliente tenha a oportunidade de co-criar e fazer arte junto com esses profissionais – é algo que diverte muito o altíssimo padrão. O comprador ideal é quem quer se divertir e ter esse tipo de experiência.”
Isaac Elehep, presidente da construtora Mozak: "Aideia é que o cliente tenha a oportunidade de co-criar e fazer arte junto com esses profissionais"(Mozak/Divulgação)
Não vai haver nenhum tipo de lançamento, a ideia são visitas ou coquetéis individuais para interessados vindos da própria base da Mozak. Os clientes habituais da empresa são profissionais liberais do mercado financeiro, médicos e advogados, além dos veranistas, tanto brasileiros como estrangeiros, que vêm ao Rio de Janeiro passar as férias. “Somos uma metrópole de praia de alto padrão”, define o CEO da construtora.
A expectativa da Mozak é que o projeto esteja finalizado em um prazo de até dois anos e meio.