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Devo comprar imóvel agora, ou espero o estouro de uma bolha?

Internauta quer saber se deve esperar que preços de imóveis caiam após a Copa para comprar a casa própria na cidade para onde acabou de se mudar

Setor (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2014 às 08h53.

Dúvida do internauta: Vendi um imóvel em Brasília e me mudei para São Paulo, por questões profissionais. Estou com 200 mil reais em mãos e estou na dúvida em relação ao que fazer: compro umimóvelimediatamente para morar (complementando o resto do valor com umfinanciamentoou carta de crédito deconsórcio) ou invisto a quantia em uma aplicação sugerida pelo banco para me render juros, à espera de um horizonte mais concreto sobre um possível estouro de umabolha imobiliáriaapós aCopa do Mundo. O que fazer? Devo mesmo temer uma bolha?

Resposta de Paulo Bittencourt*:

Em um cenário de taxa de juros básica ( Selic ) ainda em ascensão (saiu de 7,25% em abril/13 atingindo 10,75% em março/14) e crescimento do PIB abaixo de 2% em 2014, a pressão sobre o setor imobiliário só tende a aumentar.

Isto ocorre porque as taxas cobradas em financiamentos se tornam mais caras para quem pretende adquirir um imóvel com parte do pagamento financiado. Por outro lado, o dinheiro investido em produtos financeiros neste mesmo cenário é favorecido pela elevação dos juros.

O ideal é que você aguarde para adquirir um imóvel, pois a tendência é que os preços médios se reduzam nos próximos dois anos. Mesmo que o preço seja mantido pelo vendedor, a inflação estará corroendo o valor real do imóvel no tempo.

Lembre-se também que diversos empreendimentos imobiliários estão ainda em construção, pois foram resultado do grande aquecimento das vendas até o final e 2012. Estas obras não podem ser interrompidas agora e em breve haverá maior disponibilidade de unidades no mercado, ajudando a baixar o preço principalmente dos imóveis usados.

Não se deve esperar, porém que haja um estouro de “bolha” como ocorreu nos EUA, pois as características de hipotecas por lá e seus produtos financeiros derivados são completamente diferentes do que existe no Brasil. Na verdade, o nosso mercado é menos sofisticado e não utiliza em larga escala os chamados produtos derivativos imobiliários.

*Paulo Bittencourt é diretor técnico da Apogeo Investimentos, empresa de investimentos voltada para pessoas físicas do grupo Vinci Partners, e tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.

Perguntas, críticas e observações em relação a esta resposta? Deixe um comentário abaixo!

Envie suas dúvidas sobre planejamento financeiro, crédito e investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.

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Resposta de Paulo Bittencourt*:

Em um cenário de taxa de juros básica ( Selic ) ainda em ascensão (saiu de 7,25% em abril/13 atingindo 10,75% em março/14) e crescimento do PIB abaixo de 2% em 2014, a pressão sobre o setor imobiliário só tende a aumentar.

Isto ocorre porque as taxas cobradas em financiamentos se tornam mais caras para quem pretende adquirir um imóvel com parte do pagamento financiado. Por outro lado, o dinheiro investido em produtos financeiros neste mesmo cenário é favorecido pela elevação dos juros.

O ideal é que você aguarde para adquirir um imóvel, pois a tendência é que os preços médios se reduzam nos próximos dois anos. Mesmo que o preço seja mantido pelo vendedor, a inflação estará corroendo o valor real do imóvel no tempo.

Lembre-se também que diversos empreendimentos imobiliários estão ainda em construção, pois foram resultado do grande aquecimento das vendas até o final e 2012. Estas obras não podem ser interrompidas agora e em breve haverá maior disponibilidade de unidades no mercado, ajudando a baixar o preço principalmente dos imóveis usados.

Não se deve esperar, porém que haja um estouro de “bolha” como ocorreu nos EUA, pois as características de hipotecas por lá e seus produtos financeiros derivados são completamente diferentes do que existe no Brasil. Na verdade, o nosso mercado é menos sofisticado e não utiliza em larga escala os chamados produtos derivativos imobiliários.

*Paulo Bittencourt é diretor técnico da Apogeo Investimentos, empresa de investimentos voltada para pessoas físicas do grupo Vinci Partners, e tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.

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