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Ações da construção só se recuperam no longo prazo

A tarefa de recuperar os papéis de construtoras não será fácil, pois o mercado imobiliário está mais fraco neste ano

Boa parte das contrutoras está com endividamento alto e lucratividade baixa devido aos erros nos projetos do passado, que só estão ficando prontos agora (Divulgação/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2014 às 07h38.

São Paulo - Os papéis das empresas do setor de construção ainda vão levar algum tempo para se recuperar na bolsa, refletindo o longo processo de reestruturação das companhias e a deterioração dos fundamentos do setor.

As incorporadoras já sanaram os atrasos de obras e estouros de orçamento, que não deverão se repetir nos empreendimentos lançados recentemente. No entanto, boa parte delas está com endividamento alto e lucratividade baixa devido aos erros nos projetos do passado, que só estão ficando prontos agora. Para os próximos meses, o desafio estará, portanto, em reduzir o volume dos estoques e gerar caixa.

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A tarefa não será fácil, pois o mercado imobiliário está mais fraco neste ano. Há uma vasta oferta de imóveis e saldões promocionais, o que acirra a competição entre as empresas. Além disso, o ambiente econômico está mais desafiador, com baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e queda na confiança de consumidores, o que tem adiado a decisão de compra de imóveis.

Esse desaquecimento pode ser visto nos dados da última pesquisa FipeZap . O valor médio dos imóveis residenciais no país subiu 9,9% nos últimos 12 meses encerrados em agosto. O mês de agosto foi o nono consecutivo de queda na aceleração, que se iniciou em dezembro, quando o indicador estava em 13,8%.

"Estamos em meio a um processo de ajuste macroeconômico, com possível piora do nível de emprego e do índice de inadimplência. Podemos esperar mais ajustes, dadas as dificuldades pelas quais o país está passando", avalia Jorge Simino, diretor de Investimentos e Patrimônio da Fundação Cesp. "O setor tende a se recuperar, mas vai demorar, não diria que é para já", completou.

O analista do banco JPMorgan, Marcelo Motta, acredita que as empresas que atuam dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, como MRV e Direcional, podem se beneficiar da ampliação do programa nos próximos anos.

Dentre os candidatos à Presidência da República com maior chance de vitória de acordo com as pesquisas de intenção de voto, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) planejam ampliar a meta de contratação para 3 milhões e 4 milhões de moradias, respectivamente, entre 2015 e 2018.

"É importante sinalizar aos investidores, porém, que qualquer programa habitacional destinado à população de baixa renda é muito dependente de subsídios do governo", afirmou Motta, em relatório do banco.

"E dada a situação fiscal (de aperto) do governo, nós acreditamos que 4 milhões de unidades vão representar um desafio significativo", alertou.

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