Os 13 Porquês: campanha no Brasil para falar sobre bullying e suicídio (Netflix/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 22 de março de 2018 às 12h38.
Última atualização em 22 de março de 2018 às 12h41.
São Paulo - Uma das séries da Netflix mais comentadas e vistas no Brasil, "Os 13 Porquês" ("13 Reasons Why", no original) levantou um debate sério e complexo sobre suicídio em 2017, quando a primeira temporada foi lançada.
Na série, a protagonista adolescente Hannah Baker conta, em 13 episódios, os motivos que a levaram a tirar a própria vida. Bullying, drogas, estupro e depressão no ensino médio são alguns dos temas tratados nos episódios.
Para alguns críticos (e muitos pais), a série foi "irresponsável" ao tratar de maneira romantizada um tema sensível como o suicídio. Para outros, apenas mostrar o tema na TV poderia induzir pessoas em situações limítrofes a também tirarem a própria vida.
Mas a maioria aprovou o debate, considerado necessário: era preciso derrubar o tabu de "Não se fala sobre suicídio" e tratar a questão com a devida importância e urgência.
O efeito da série, aliás, foi positivo. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) viu um aumento de 445% em e-mails com pedidos de ajuda. Já os acessos no site cresceram 170%.
Segundo o CVV, a maioria das buscas de ajuda eram de jovens, que tinham se identificado com o seriado.
Agora, com a estreia da segunda temporada se aproximando, a Netflix lançou uma campanha no Brasil com depoimentos reais de jovens que se identificaram com o drama da série e resolveram compartilhar suas próprias histórias.
Assista:
Na segunda temporada, uma mudança, pensando no debate criado em 2017: uma breve mensagem dos atores aparecerá no começo de cada episódio, alertando que o conteúdo da série pode ser "pesado" e que os adolescentes talvez queiram assistir o episódio ao lado de um adulto.
A Netflix também decidiu colocar informações sobre centros de ajuda espalhados pelo mundo no site oficial do show.
O número de emergência do Centro de Valorização da Vida é 141.