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Sem caviar para os ricos: cardápio de Davos tem pouca carne e opção vegana

Diretrizes do Fórum Econômico Mundial para serviços de alimentação incluem proibição a comidas sofisticadas e diversidade de proteínas

A crise climática está no centro das discussões no Fórum Econômico Mundial (Denis Balibouse/Reuters)

A crise climática está no centro das discussões no Fórum Econômico Mundial (Denis Balibouse/Reuters)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 11h09.

A cada 10 refeições servidas, apenas uma deve conter carne vermelha. A proteína de origem bovina não pode ser oferecida duas vezes seguidas para a mesma pessoa. Em todos os encontros de líderes, é obrigatório ter ao menos uma opção vegetariana, preferencialmente vegana. Alimentos sofisticados, como caviar, lagosta, foie grass e trufas, estão banidos do cardápio. De sobremesa, frutas.

Essas são algumas das diretrizes do Fórum Econômico Mundial para os serviços de alimentação durante o evento, que começou hoje na cidade de Davos, nos Alpes Suíços, e termina na sexta-feira, dia 24. “Oferecer uma alimentação balanceada e que favoreça a saúde mental é importante para garantir que os participantes aguentem os longos e intensos dias no fórum”, escrevem, em artigo, Caroline Durand-Gasselin e Lisa Sweet, diretoras de sustentabilidade e engajamento da entidade.

A preocupação com a alimentação dos cerca de 3 mil líderes que participarão do evento faz parte de uma agenda abrangente do fórum. Este ano, a crise climática está no centro das discussões. Na sexta-feira anterior ao início do evento, o alemão Klaus Schwab, fundador e presidente do fórum, divulgou uma carta em que pedia a todos os participantes estabelecerem metas de emissão zero de carbono para suas empresas ou governos.

Essa preocupação com a crise climática foi intensificada após a divulgação do Relatório de Riscos Globais, elaborado pelo próprio fórum. Pela primeira vez em uma década, os cinco principais riscos globais identificados pelo estudo são relacionados ao meio ambiente, em especial a eventos climáticos extremos, como ondas de calor e enchentes.

A produção de alimentos representa um quarto das emissões de gases do efeito estufa, no mundo. A pecuária e a pesca respondem por cerca de 30%. Durand-Gasselin e Sweet, em seu artigo, afirmam que os hábitos de consumo das pessoas, atualmente, não estão alinhados com as necessidades ambientais do planeta ou com as melhores opções de saúde. “A boa notícia é que o agronegócio começa a reduzir o seu impacto ambiental”, diz o texto. “Hambúrgueres a base de plantas estão se tornando acessíveis nos Estados Unidos e na Europa, e tecnologias sofisticadas vão ajudar a reduzir o desperdício de alimentos.”

Além do cardápio balanceado, a organização do fórum se preocupa com a seleção dos alimentos. Pelo segundo ano consecutivo, o evento conta com uma parceria com a ONG brasileira Gastromotiva, que desenvolveu um sistema de classificação ecológica dos alimentos. Seu trabalho será coletar informações sobre cada ingrediente utilizado no preparo das refeições e estabelecer notas de sustentabilidade, que são baseadas na sazonalidade dos alimentos, na origem, no impacto ambiental e no grau de transformação necessário. A classificação vai de A a G. No ano passado, a média foi C.

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