Marketing

Rio 2016 aposta em sandálias e mascote para levantar R$ 1 bi

Olímpiadas do Rio terão 12.000 produtos relacionados aos jogos, mais do que em qualquer Olimpíada anterior

Cristo Redentor iluminado com as cores do Brasil para celebrar os dois anos para a abertura das Olimpíadas do Rio (Buda Mendes/Getty Images)

Cristo Redentor iluminado com as cores do Brasil para celebrar os dois anos para a abertura das Olimpíadas do Rio (Buda Mendes/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2014 às 16h29.

Rio de Janeiro - Os organizadores dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro apostam na popularidade das sandálias e de um mascote ainda a ser anunciado para atingir uma meta de R$ 1 bilhão (US$ 420 milhões) em vendas totais de merchandise.

A empresa organizadora da Rio 2016 está na metade do caminho para fechar 65 contratos de licenciamento com empresas que produzirão e venderão 12.000 produtos relacionados aos jogos, mais do que em qualquer Olimpíada anterior.

Cerca de 16 por cento das vendas totais serão revertidas para levantar os R$ 7 bilhões necessários para a realização do evento.

“A empresa está esticando isso quase o máximo possível”, disse a diretora de licenciamento da Rio 2016, Sylmara Multini, sobre a meta de vendas, durante uma entrevista, no Rio.

Além de mirar as empresas para fazer produtos como um bracelete que enviará um sinal aos telefones celulares toda vez que um brasileiro ganhar uma medalha, a Rio 2016 vai vender licenças para a administração de 150 lojas temporárias.

Multini disse que a escolha do mascote certo para a primeira Olimpíada da América do Sul será de grande utilidade para determinar o sucesso da engrenagem de venda das Olimpíadas.

A identidade do mascote dos Jogos Olímpicos será anunciada no mês que vem. Multini disse que houve motivos específicos pelos quais o Fuleco, um tatu-bola usado pela Fifa, não conseguiu despertar interesse antes ou durante a Copa do Mundo deste ano.

O Fuleco foi queimado por alguns manifestantes em alguns protestos antes da Copa do Mundo.

“Na minha opinião o nome foi um desafio e eu acho que por causa do momento político do Brasil eles decidiram recuar com o mascote”, disse Multini.

“Acho que estamos chegando em um momento diferente. Eu realmente acredito que as pessoas se envolverão com os nossos mascotes”.

Ajuda da TV

Multini citou o mascote como um provável campeão de vendas e disse que os organizadores estão em negociações com empresas locais de TV para a criação de uma série de desenhos animados.

A meta do Brasil redundaria em US$ 67,2 milhões em receita revertida para a realização dos jogos, menos da metade do recorde de US$ 163 milhões que o licenciamento contribuiu para os Jogos de Pequim, em 2008, e dos US$ 129 milhões gerados pelos Jogos de Londres, em 2012.

Multini, que trabalhou em empresas americanas como a Walt Disney Co. e a fabricante de brinquedos Mattel Inc. antes de ingressar na Rio 2016, disse que até 40 por cento das vendas serão de produtos para crianças com idade entre quatro e oito anos.

“Acho que as compras para crianças são maiores no Brasil que em qualquer outro país que eu tenha visto na América Latina e algumas vezes maiores até que nos EUA”, disse ela. As vendas para essa categoria “podem ser as maiores na história de todas as Olimpíadas”.

Vendas domésticas

Cerca de 90 por cento do merchandise dos jogos visa ao mercado doméstico. Como o Rio é banhado pelo mar, há bastante ênfase para produtos como sandálias, toalhas de praia e cangas.

“Nós acreditamos que podemos vender milhões de sandálias”, disse Multini, que revelou estar próxima de um acordo com uma das maiores marcas de sandálias do Brasil.

“Você toma como exemplo os Jogos de Londres e nenhuma sandália foi vendida. E aqui elas podem ser nosso produto número um”.

As vendas deverão ser lentas até perto dos jogos, pois há pouco dinheiro atualmente sendo investido para a divulgação do evento, que começa no dia 5 de agosto de 2016.

“Historicamente, 80 por cento das vendas acontecem no último ano”, disse Multini. “Nos jogos anteriores, algumas categorias decidiram começar mais cedo, mas geralmente sem sucesso, porque o estímulo simplesmente não está lá”.

Acompanhe tudo sobre:Esportesestrategias-de-marketingMarcasMerchandisingOlimpíada 2016Olimpíadas

Mais de Marketing

Uniformes, mascote, cama 'antisexo': o que as redes sociais dizem sobre as Olimpíadas

Campanhas de marcas de moda propõem novos olhares sobre a paternidade

Palco gigante, óculos da Chilli Beans e R$ 2,5 milhões: os planos da Gerdau no Rock in Rio

NBA fecha acordo com Disney, NBC e Amazon – e TNT deixa de transmitir jogos

Mais na Exame