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Resíduos plásticos — o lado feio do setor de cosméticos

Todos os anos, são produzidas 120 bilhões de unidades de embalagens de cosméticos e, principalmente, para serem usadas uma única vez

Beleza que faz feio: uso de refil poderia reduzir 70% das emissões de CO2 do setor. (Elke Meitzel/Getty Images)

Beleza que faz feio: uso de refil poderia reduzir 70% das emissões de CO2 do setor. (Elke Meitzel/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 5 de junho de 2019 às 16h50.

São Paulo - Produtos de saúde e beleza são pensados para serem esteticamente agradáveis. É uma categoria em que a embalagem é tão importante quanto o conteúdo quando se trata de se destacar em uma galáxia de potinhos bonitinhos.

Também é um setor que já leva vantagem, pois parecer mais jovem, com um cheiro mais agradável ou simplesmente não ter mau hálito dispensam promoção. Adicione a onipresente publicidade ao mix e teremos um dos setores com maior potencial de crescimento.

Mas toda essa embalagem e crescimento contribuem para uma grande pilha de resíduos de consumo. Todos os anos, são produzidas 120 bilhões de unidades de embalagens de cosméticos e, principalmente, para serem usadas uma única vez. Recipientes vazios são muitas vezes pequenos demais para reciclagem, e itens de materiais de diferente composição acabam indo direto para aterros.

Além disso, muitos dos produtos de beleza comprados não são usados, apenas juntam poeira e acabam no lixo – e depois são substituídos por itens novos das lojas. Segundo o LCA Centre, um grupo holandês que estuda o impacto ambiental das embalagens, cerca de 70% das emissões de carbono atribuíveis ao setor poderiam ser eliminadas se as pessoas simplesmente usassem recipientes com refil.

Enquanto pequenas marcas de saúde e beleza procuram capitalizar essa dinâmica, promovendo-se como opções verdes, as maiores do mercado andam mais devagar. Mas isso pode estar prestes a mudar - se os consumidores ajudarem.

A Body Shop anunciou recentemente que estava comprando centenas de toneladas de plástico reciclado da Índia; a Beautycounter, empresa de produtos de higiene pessoal e maquiagem financiada pela TPG Growth, disse que planeja lançar um produto de beleza com refil nos próximos seis meses (embora o prazo possa ser estendido para 2020); e a Procter & Gamble, gigante do setor de consumo, participa de um programa de testes em que os consumidores usam recipientes com refil ​​para uma variedade de produtos domésticos.

Na quarta-feira, a Olay, marca de cosméticos da P&G, foi mais longe. A empresa está lançando um produto com refil como parte de um programa-piloto limitado, usando seu hidratante campeão de vendas como cobaia. A Olay disse que vendeu aproximadamente 1,26 milhão de unidades do Olay Regenerist Whip só nos EUA, e os números de vendas da Nielsen colocam o produto de cuidados com a pele como líder do mercado no ano passado.

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