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Quanto vale o Brasil? 764 bilhões de dólares, diz consultoria de marcas

O Brasil ficou em 16º lugar no ranking de marcas das nações mais valiosas do mundo, segundo a consultoria inglesa Brand Finance

Centro de distribuição do Mercado Livre: queda menor do PIB ajudou o Brasil a melhorar sua posição no ranking de marcas das nações; Estados Unidos e China encabeçam a lista (Divulgação/Divulgação)
EY

Ernesto Yoshida

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 07h01.

Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 11h15.

A pandemia da covid-19 provocou um impacto negativo não somente nas marcas empresariais — ela corroeu também o valor das marcas das nações. É o que revela um estudo da consultoria inglesa Brand Finance, especializada em avaliação de marcas. Segundo o levantamento, os 100 países com marcas nacionais mais valiosas do mundo perderam, em conjunto, 13,1 trilhões de dólares em valor neste ano em consequência da crise do novo coronavírus.

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O Brasil ficou em 16º lugar no ranking de 2020, com sua marca nacional avaliada em 764 bilhões de dólares, uma queda de 15% em relação ao estudo realizado em 2019. Mesmo com essa redução de valor, o Brasil subiu uma posição em relação ao ranking do ano passado. “Isso ocorreu basicamente porque o PIB do Brasil caiu neste ano menos que o de outros países que estavam à sua frente”, diz Eduardo Chaves, diretor-geral da Brand Finance no Brasil.

De acordo com a consultoria inglesa, em um mercado globalizado, a marca nacional é um dos ativos mais importantes de qualquer país, pois estimula investimentos, agrega valor às exportações e ajuda a atrair turistas e trabalhadores estrangeiros mais qualificados.

Para calcular o valor das marcas das nações, a Brand Finance aplica o mesmo método que utiliza para avaliar as marcas empresariais . Ela estima a “força da marca” nacional com base em uma série de métricas, como os indicadores de PIB, os investimentos diretos estrangeiros, os gastos com turismo, a facilidade de fazer negócios, a reputação do país e o seu soft power (capacidade de influenciar outras nações por meio da cultura e da diplomacia).

Os Estados Unidos continuam sendo a marca nacional mais valiosa do mundo, com 23,7 trilhões de dólares. Esse valor, no entanto, é 14,5% inferior ao do ranking de 2019. Com isso, os Estados Unidos veem cada vez mais perto no retrovisor a segunda colocada, a China , cuja marca nacional é avaliada em 18,8 trilhões de dólares, uma queda relativamente modesta de 4% em relação ao levantamento anterior.

“Estamos testemunhando a China chegar cada vez mais perto dos Estados Unidos em nossa classificação das marcas nacionais mais valiosas do mundo”, comentou David Haigh, CEO of Brand Finance. “A China mostrou sua capacidade de se recuperar em um ritmo meteórico, fornecendo um farol de esperança de que a recuperação também pode acontecer no cenário global.” Entre os países do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, a China deve ser a única a crescer em 2020.

O estudo da Brand Finance mostra que poucos países conseguiram aumentar o valor de sua marca em ano de pandemia. Na lista das 100 marcas nacionais mais valiosas, o Vietnã foi o país que registrou maior aumento de valor em 2020. A marca da nação do Sudeste Asiático está avaliada agora em 319 bilhões de dólares, 29% a mais do que no levantamento anterior. Com quase 98 milhões de habitantes, o Vietnã teve até agora apenas 35 mortes por covid-19. Tem sido um dos destinos mais procurados por multinacionais que estão transferindo suas operações da China para se proteger dos efeitos da guerra comercial entre chineses e americanos.

No outro extremo, a Argentina foi o país cuja marca mais perdeu valor de um ano para outro, com redução de 57%. A pandemia agravou a situação do país, que vive em recessão desde meados de 2018 e, ao que tudo indica, não terá um caminho curto até conseguir recuperar sua economia. A marca nacional argentina está avaliada agora em 175 bilhões de dólares, o equivalente a 23% do valor da marca nacional brasileira. Com isso, de acordo com a avaliação da Brand Finance, a marca nacional da Argentina vale hoje menos que as do Chile e da Colômbia.

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