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Comercial subverte ideias sobre como mulheres deveriam agir

H&M investe em campanhas que buscam quebrar preconceitos e estereótipos

Comercial da H&M: não existe isso de "se comporte como uma mocinha" (Reprodução)

Guilherme Dearo

Publicado em 18 de setembro de 2016 às 07h00.

São Paulo - "Isso não é coisa de mocinha". "Mulher não faz isso". "Uma dama não se veste assim".

A nova campanha da H&M resolveu dar um basta em todo esse machismo e sexismo.

No comercial, que divulga sua coleção de outono, a marca traz uma versão da música "She's a Lady".

As cenas mostram mulheres quebrando todos os tipos de estereótipos sobre como "uma mulher deveria agir ou se vestir".

A criação foi da agência sueca Forsman & Bodenfors.

A campanha conta com a atriz Lauren Hutton, a modelo Adwoa Aboah e a atriz transsexual Hari Nef, entre outros.

Assista:

Quebrando tabus

Em campanhas passadas, a H&M já investiu na ideia de quebrar preconceitos e estereótipos no mundo da moda .

Em um comercial de 2015, a ideia era mostrar que não existe "errado" ou "pecado" quando o assunto é estilo. Cada um faz o que quiser e ponto.

No vídeo, apareciam pessoas de todos os tipos e chamou a atenção por fugir do óbvio e trazer, por exemplo, uma mulher de hijab, homens sikhs e transsexuais.

Em outro vídeo, de julho de 2016, a famosa Caitlyn Jenner, nascida William, fala sobre superação.

https://youtube.com/watch?v=38OV5g7yMEo

São Paulo - No meio da polêmica sobre o chocante caso de uma adolescente estuprada por 30 homens no Rio de Janeiro, sobram acusações sobre "quem seria o responsável" por tal crime e quem "incentivaria" a cultura do estupro em nossa sociedade. Até para a música funk já sobraram xingamentos. Entre muitas dúvidas, uma coisa é certeza: a culpa nunca é ou será da mulher. Não há justificativa cabível em nenhuma circunstância para esse tipo de crime.  Já entre os muitos fatores que contribuem para a criação de uma cultura de violência contra a mulher (e, depois, a relativização e banalização desses crimes), estão as milhares de horas de filmes, seriados, comerciais e músicas que tratam essa violência como algo legítimo.  No mundo da publicidade , não é diferente.  Ao longo dos anos, foram dezenas de polêmicas envolvendo anúncios que acabaram acusados de promover mensagens sexistas e que, de certa forma, glamourizavam o estupro.  E nem falamos aqui dos anos 50 e 60, quando anúncios sexistas eram tão difundidos que pareciam ser a regra. São casos recentes, do século 21. Confira, nas imagens, 13 exemplos de casos polêmicos de anúncios acusados de promovorem a violência contra a mulher.
  • 2. 1. Skol

    2 /15(Reprodução/Facebook)

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    A campanha de Carnaval da Skol de 2015 errou feio quando criou diversas peças que foram espalhadas pelas ruas de São Paulo. Em um dos cartazes, havia o mote "Esqueci o 'não' em casa". A ideia era falar das pessoas mais "livres" nas festas carnavalescas, algo como um "permita-se". Mas, para muita gente, pareceu uma mensagem que incentivava o assédio sexual e o estupro - e ainda envolvendo bebida alcoólica.  A marca acabou pedindo desculpas e trocando as frases, dessa vez com mensagens que falavam claramente sobre respeito e consentimento.
  • 3. 2. Calvin Klein

    3 /15(Reprodução)

  • Esse anúncio de 2010 da Calvin Klein foi acusado de promover uma imagem de "gang rape" ao mostrar uma mulher dominada por três homens. Na Austrália, a propaganda foi banida.
  • 4. 3. Dolce & Gabbana

    4 /15(Reprodução)

    O anúncio de 2007 da Dolce & Gabbana foi duramente criticado quando apareceu pela primeira vez. Em anos recentes, foi "relembrado" durante um reality show americano e mais críticas vieram.  Na imagem, uma mulher é segurada à força por um homem, enquanto outros observam. Ainda há outras versões da mesma campanha, mas em todas há um sentido de submissão e poder.  A marca teve de pedir desculpas e, em muitos países, o anúncio foi retirado.
  • 5. 4. Lola Cosmetics

    5 /15(Reprodução)

    Um produto da marca Lola Cosmetics causou uma polêmica na internet brasileira em 2015.   A marca lançou um removedor de maquiagem da linha "Oh! Maria" chamado "Boa Noite Cinderela". A ideia era fazer alusão ao fato de que a mulher que tirar a maquiagem está indo, muito provavelmente, dormir. Mas claro que a frase acabou criando uma referência ao golpe "Boa Noite, Cinderela", que consiste em drogar uma vítima para depois estuprá-la.
  • 6. 5. Bud Light

    6 /15(Reprodução)

    Nos EUA, a Bud Light criou, em 2015, um novo rótulo que trazia a frase "The perfect beer for removing 'No' from your vocabulary for the night". Ou seja: "a cerveja perfeita para remover o 'não' do seu vocabulário para a noite". A ideia da campanha era similar à da Skol: "permita-se". Mas acabou sofrendo duras críticas por remeter ao estupro.
  • 7. 6. Polícia da Hungria

    7 /15(Balazs Mohai/Bloomberg/Getty Images)

    A intenção da polícia da Hungria parecia boa. O vídeo "You Can Do Something About It, You Can Do Something Against It" ("Você pode fazer alguma coisa sobre isso, você pode fazer alguma coisa contra isso") fazia parte de uma campanha contra o estupro e a violência contra a mulher. Mas o anúncio acabou piorando a situação que visava combater. O comercial falava que, para evitar os ataques, as mulheres deveriam se "comportar": parar de beber, não flertar, não sair na rua com roupas "sugestivas", não dançar de "modo sugestivo". Ou seja, colocando a culpa nelas em um eventual ataque. Um desastre. O vídeo, de 2014, foi excluído do YouTube após a polêmica.
  • 8. 7. Ministério da Justiça

    8 /15(Reprodução/Twitter/@TuiterMarginal)

    Em 2015, o Ministério da Justiça tentou falar dos perigos do consumo excessivo de álcool. Mas usou as palavras erradas. Escreveu "bebeu, perdeu". E escolheu uma foto de uma mulher para ilustrar o caso.  Claro: o "conselho" pareceu um incentivo (ou uma justificativa) ao estupro. O governo teve de pedir desculpas.
  • 9. 8. Gucci

    9 /15(Reprodução)

    Essa campanha da Gucci causou polêmica por causa da situação da foto, onde um homem "domina" uma mulher e parece bater nela. A imagem foi acusada de criar uma situação de "possível violência".
  • 10. 9. Belvedere

    10 /15(Reprodução)

    Esse anúncio de 2012 da vodka Belvedere foi duramente criticado. A imagem mostra claramente uma mulher desesperada tentando fugir de um homem. A frase diz que, ao contrário de algumas pessoas, a vodka sempre desce suavemente (ou seja, não insiste ou reluta). Em inglês, "goes down" é uma gíria que remete ao sexo oral.
  • 11. 10. Relish

    11 /15(Reprodução)

    Esse anúncio da marca italiana Relish, de 2009, foi criticado por mostrar uma abordagem policial onde os agentes molestam as mulheres. A imagem mostra a orla carioca. E os policiais vestem a farda da corporação do Rio de Janeiro.
  • 12. 11. Duncan Quinn

    12 /15(Reprodução)

    A marca nova-iorquina de ternos Duncan Quinn criou, em 2008, um anúncio onde uma mulher (com roupas de baixo) parecia estar sendo enforcada com uma gravata. Já o homem responsável por isso sorri para a câmera. Claro que a marca foi duramente reprimida.
  • 13. 12. Valentino

    13 /15(Reprodução)

    Esse anúncio de 2010 da Valentino mostra uma mulher de vestido dominada no chão por dois policiais. O pé no pescoço da modelo chocou quem viu o anúncio.
  • 14. 13. Fluid

    14 /15(Reprodução)

    Um anúncio do salão de belezas Fluid, no Canadá, causou bastante barulho em 2011. A série de anúncios trazia diversas imagens de situações ruins ou desagradáveis. Mas maquiagem e cabelo estavam impecáveis. A ideia era dizer algo como "o que importa é que você está bem arrumado". A foto que causou polêmica traz uma mulher de olho roxo, enquanto o marido, atrás dela, só observa. O salão acabou pedindo desculpas.
  • 15. Agora confira os anúncios proibidos pelo Google

    15 /15(Reprodução)

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