Marketing

O atendimento ao cliente na visão dos CEOs

Itaú, Magazine Luiza, Porto Seguro, Coca-Cola, Lojas Renner, entre outros, explicam como se relacionam com o consumidor

"Não temos SAC, nem 0800. Temos 11 mil pessoas para resolver os problemas", diz José Galló, CEO da Lojas Renner (.)

"Não temos SAC, nem 0800. Temos 11 mil pessoas para resolver os problemas", diz José Galló, CEO da Lojas Renner (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Rio de Janeiro - Um varre o chão. O outro recebe e-mails de reclamação no celular e responde na hora. Mais um entra a noite para resolver todos os problemas. Assim é a vida dos principais executivos de empresas como O Boticário, HP, Porto Seguro, Golden Cross, Lojas Renner, Brasilveículos, Magazine Luiza, Odontoprev, Outback, SulAmérica, Nextel, Coca-Cola, Itaú e Motorola. Pelo menos é o que eles disseram quando o assunto é atendimento ao cliente, em debate organizado na última semana pelo Instituto Brasileiro de Relações com o Cliente (IBRC). Acompanhe a seguir os principais trechos.

Artur Grynbaum, CEO de O Boticário
"Um dos diferenciais do Boticário é que o cliente não busca apenas um produto, mas uma experiência. Temos 15 mil consultoras no Brasil em nossas lojas franqueadas e, se o consumidor não tiver uma boa experiência, ele vai ficar com essa impressão sobre a marca como um todo. Por isso, todo mundo tem que se preocupar com o cliente. Todos nós representamos a marca. Sou um despertador. Meu papel é acelerar. É preciso resolver qualquer problema de forma imediata e, por isso, tenho uma proximidade muito grande com o SAC".

Luiza Helena Trajano, Presidente do Magazine Luiza
"É o cliente quem paga o nosso salário. O complicado é que ele quer uma coisa agora e daqui a 15 minutos quer outra. Não tem jeito de ter bom atendimento se as pessoas do SAC não estiverem comprometidas. Hoje, o SAC é o único departamento operacional que eu cuido diretamente. Se tem um e-mail aqui no meu iPhone de uma reclamação, eu respondo. Atendimento e inovação é o que diferencia uma empresa da outra".

José Galló, CEO da Lojas Renner
"É impossível criar uma empresa duradoura em que o encantamento ao cliente não permeie todos os colaboradores, não só as pessoas da ponta. Esse é o grande mandamento da Renner. Não temos SAC, nem 0800. Temos 11 mil pessoas para resolver os problemas. Meu negócio não é ser presidente. O patrimônio não é o lucro, são as histórias de encantamento do cliente".

Salim Maroun, Presidente da rede de restaurantes Outback
"Meu desafio diário é ser a pessoa que melhor varre o chão da loja. Trabalho para achar as pessoas certas, para saber se ela tem uma alma para a excelência. Sei que erramos, mas queremos pessoas que sejam donas do negócio. O meu trabalho é criar uma estrutura que deixe as pessoas orgulhosas".


Fabio Luchetti, CEO da Porto Seguro
"Estamos tomando conta dos sonhos das pessoas. Por isso, o nosso maior patrimônio são os relacionamentos. Temos sonhos que precisam ser protegidos. Nossa marca é ativada em um momento delicado e o meu grande papel é ser guardião da filosofia da empresa, passando isso para todos os líderes".

Thomaz Menezes, CEO do Grupo SulAmérica Seguros
"Vendemos uma expectativa e a necessidade de prestar um serviço à altura desta expectativa é a nossa maior missão. São 12 milhões de ligações por ano. Isso é muito complexo, mas temos que ter responsabilidade no atendimento ao cliente. O CEO tem que liderar. Cada colaborador tem que ter a responsabilidade, o comprometimento e o engajamento com o cliente. Os 114 anos de sucesso não garantem os próximos anos".

Julio Cezar Oliveira, Presidente da Brasilveículos
"Temos o papel de fazer com que todos os colaboradores estejam comprometidos com o atendimento. Tem que colocar a mão na massa e sentir o cliente para ter a percepção dele com relação ao serviço, que hoje é desenhado de fora para dentro. O presidente tem que colocar a cara para bater em todos os campos de atendimento".

Oscar Clark, CEO da HP do Brasil
"Não há nada mais importante do que o cliente. É óbvio que erros acontecem. Não consigo sair antes das 11 da noite da HP, porque ouço todas as demandas. A estrutura de uma multinacional é complexa, mas temos que dar prioridade ao cliente".

João Carlos Regado, presidente da Golden Cross
"O grande desafio é ter o cliente satisfeito. A empresa precisa ser virtual e estar presente na vida das pessoas para atender o cliente sem que ele precise entrar em contato".

Randal Zanetti, CEO da Odontoprev
"O nosso negócio não está relacionado apenas à saúde, mas ao bem estar. Isso é um desafio que faz com que nos preocupemos com o atendimento. A empresa precisa reagir desde a ponta até todos os colaboradores para fazer com que o atendimento seja satisfatório. Sou a ponta deste processo e atuo para fazer tudo funcionar em todas as esferas da empresa. Por isso, a nossa remuneração variável leva em consideração a satisfação do cliente, do colaborador e do conveniado. Isso garante um atendimento sustentável".


Marcos de Barros Lisboa, Vice-Presidente do Itaú
"A nossa função não é simples, mas fascinante. Estamos muito dentro da vida do consumidor com produtos que são complexos e com muitas pessoas tendo acesso recente a eles. Criamos uma diretoria de qualidade que reflete a cultura de atendimento ao cliente. A nossa remuneração variável também depende da satisfação do cliente. Qualidade de atendimento é um ponto central na nossa cultura hoje".

Mauricio Minas, Vice-Presidente do Bradesco
"O Bradesco se relaciona com o cliente desde a época em que nem todas as pessoas tinham contato com um banco, quando um visionário chamado Amador Aguiar criou a filosofia de atender todos os clientes da melhor forma. Temos 52 milhões de clientes que se relacionam com o banco em diferentes canais. Monitoramos o Twitter, por exemplo, de onde vimos que havia um cliente reclamando que estava há vários minutos numa fila para quitar um leasing. Ligamos para a agência, um funcionário o retirou da fila e resolveu o problema em cinco minutos. O desafio é tratar clientes diferentes de formas diferentes".

Marco Simões, Vice-Presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola
"Temos um problema bom. Somos um país de massa. Temos 190 milhões de consumidores hoje e o nosso desafio é trabalhar a partir de uma rede de varejo representada por um milhão de pontos-de-venda. Desde o grande varejo até a birosca da esquina. Temos que atender cada cliente de forma especial. Estamos aprendendo a atender a nova classe média e trabalhando até na formação profissional em lugares onde não estávamos presentes".

Sérgio Buniac, Vice-Presidente Executivo da Motorola
"Antes do mercado de celulares ser o que é hoje, a Motorola já estava no Brasil. Tinha sete pessoas, sendo duas de atendimento. Eu ligava para os clientes e ouvia suas necessidades. O que eles pedem não é nada menos que o básico. Por isso, todo mundo tem que ter autonomia para resolver os problemas a agir proativamente. Não descanso um dia até que os problemas estejam resolvidos e trabalho para achá-los antes que apareçam".

Alejandro Raposo, Vice-Presidente da Nextel para América Latina
"O setor de telecomunicações tem sido muito criticado e nos destacamos pela consistência do que fazemos com simplicidade. Está nos nossos valores o compromisso com o atendimento ao cliente".

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