América Latina é mercado inexplorado para o turismo gay, diz estudo
Segundo relatório, no Brasil, os consumidores locais de GBLT gastaram mais de 20 bilhões de dólares
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2010 às 22h15.
Londres - A América Latina é um mercado inexplorado e potencialmente lucrativo para a indústria do turismo homossexual, e o Brasil é o destino número um deste segmento, revela um informe apresentado esta quarta-feira, em Londres, pela consultoria de marketing Out Now.
"O Brasil não é só o destino número um da América Latina" para muitos países, inclusive os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, mas também "o maior mercado GTLB emissor da região", destacou, em comunicado, Ian Johnson, fundador e presidente da consultoria.
Cerca de 25 milhões de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GBLT) vivem na região, segundo o estudo divulgado no âmbito da feira World Travel Market (WTM), celebrada até quinta-feira na capital britânica.
Esta população, equivalente à da Venezuela, faz do segmento GBLT um "mercado multimilionário" para as cada vez mais numerosas empresas que tentam atrair este tipo de turista, acrescentou o estudo.
A América Latina é uma das regiões que tem o maior crescimento econômico nestes tempos de crise, tem sido "até agora uma região onde os clientes GBLT foram muito ignorados pela indústria turística", destacou Johnson, ressaltando que o estudo visa a "mudar" esta situação.
O relatório, que será publicado integralmente em janeiro de 2011, revela por exemplo que, em 2010, "no Brasil, os consumidores locais de GBLT gastaram mais de 20 bilhões de dólares e no México, 5 milhões de clientes GLBT gastaram 8 bilhões de dólares", enquanto "GBLT argentinos gastaram um total de 4 bilhões de dólares em viagens e outras atividades turísticas".
O fundador da Out Now advertiu às empresas que concorrem para conquistar este segmento lucrativo que "é pouco provável que tenham sucesso" se procurarem apenas o lucro porque para muitos consumidores GBLT, a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento gay, e a etiqueta 'gay friendly' não são mais suficientes.
"Esta expressão, inclusive, é uma frase batida e não faz absolutamente nada para salvar férias que podem ser arruinadas quando um hotel é pouco acolhedor para um casal de lésbicas que acabam de chegar ou um casal de gays que pedem serviço de quarto na suíte nupcial", acrescentou.