UBS-BB rebaixa Oi e não recomenda mais a compra da ação
Analistas preveem maior endividamento e queima de caixa para os próximos anos, apesar de expansão de negócio de fibra óptica
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de julho de 2022 às 12h13.
Última atualização em 8 de julho de 2022 às 12h22.
Analistas do UBS-BB rebaixaram a recomendação para as ações da Oi de compra para neutro. O preço-alvo para as ações ordinárias da companhia ( OIBR3 ) foi reduzido em 65%, de R$ 1,70 para R$ 0,60.
Maior endividamento por adiamento de venda de ativos, crescimento mais lento e despesas financeiras maiores pela alta de juros são alguns dos fatores que motivaram a revisão das estimativas, segundo relatório do UBS-BB.
Mesmo com a perspectiva mais pessimista, o novo preço-alvo ainda sugere 11% de potencial de alta em relação à cotação do último fechamento, de R$ 0,54. O upside, segundo os analistas, está na gestão de dívidas, mas o cenário macroeconômico "de baixa liquidez e alta aversão a riscos" será um desafio extra à melhoria de custos.
Os analistas disseram que o atraso na venda da Oi Móvel e de fatia da V.Tal de 2021 para 2022 elevou em 80% a dívida líquida esperada até 2026. Mesmo com projeção de que sua participação remanescente na V.tal ajude a triplicar o Ebitda da Oi no período, a expectativa é de que a companhia continue queimando caixa nos próximos anos.
"Apesar de nossa visão construtiva no médio prazo, acreditamos que a realidade de curto prazo será desafiadora. Prevemos um crescimento forte e lucrativo para a V.tal, mas acreditamos que as condições de mercado atrasarão a capacidade da Oi de monetizar a participação"disseram em relatório.
Potencial de crescimento da V.tal
A previsão de analistas do UBS-BB é de que o Ebitda da V.tal cresça dos R$ 1,1 bilhão de 2021 para R$ 4,246 bilhão em 2026. A projeção para a receita líquida é de crescimento de R$ 3,667 bilhões para R$ 6,793 bilhões no período e para 10,9 bilhões em 2032.
O UBS-BB pontuou que ainda há muito investimento a ser feito para a V.tal chegar à meta de casas passadas com fibra óptica de 34 milhões e que a maior aversão ao risco do mercado pode ser um complicador.
Por outro lado, os analistas classificaram a V.tal como um "ativo único" por sua presença nacional. "É por isso que o BTG pagou 21x o EBITDA no início de 2021 e está povoando a gestão e o conselho da empresa com alguns de seus principais executivos. Acreditamos que a valorização da V.tal em linha com os pares locais é responsável por esses dois fatores de contrapeso."
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