Aposentadoria: segundo especialista, o envelhecimento da população custará cada vez mais aos cofres públicos (iStock/Thinkstock)
Você já parou para pensar na sua vida após o fim de sua jornada como trabalhador? Se sim, provavelmente já fez até planos para quando se aposentar. Há diversas maneiras de conseguir um dinheiro extra sem depender apenas da aposentadoria garantida pelo governo, o INSS. A previdência pública, muitas vezes, não é o suficiente para uma pessoa manter o padrão de vida.
Por isso, os planos de previdência privada são pautas cada vez mais comuns. Se você já ouviu falar em fundos de investimento, ficará mais fácil entender sobre os fundos de previdência. A ideia destes fundos é fazer com que o investidor poupe recursos para complementar sua renda.
A EXAME Research possui, em sua assinatura de "Melhores Fundos", o EXAME Previdência. Trata-se de um produto exclusivo que aborda investimentos em fundos de previdência, visando o longo prazo, os mais indicados para os objetivos deste investidor. Além disso, os assinantes contam também com todas as explicações de aspectos da legislação que interferem na forma como os fundos de previdência atuam, como detalhes de tributação. EXAME Previdência também detalha como o fundo de previdência deve ser encaixado no seu asset allocation (alocação por classe de ativos), além, é claro, de ter recomendações e análises de performances.
A especialista em fundos da EXAME Research, Juliana Machado, afirmou que após a reforma da Previdência ficou ainda mais claro que há uma certa urgência de se pensar em alternativas para a aposentadoria além da previdência pública. Isso porque, segundo ela, é impossível prever como ficará a situação do país após as prometidas reformas futuras.
"Há o fato de que dificilmente a previdência pública garanta um padrão de vida maior na terceira idade — justamente aquela fase da vida onde estamos mais frágeis e dependemos de maior assistência. O momento de se começar a montar essa reserva é quando se é mais jovem, justamente porque é o momento em que temos mais energia para investir na carreira e quando conseguimos diluir no tempo o orçamento que será preciso para custear a vida no futuro", afirmou Machado.
De acordo com a especialista, o plano de previdência permite a assistência financeira necessária e a autonomia; para que não seja preciso depender de amigos nem de familiares nem do governo na aposentadoria.
Os planos de previdência, aos quais Machado se refere, são os produtos que os investidores adquirem com foco na aposentadoria. Ao contratar um plano de previdência, o investidor terá instituições financeiras atuando na gestão dos valores e dos prazos destes produtos para que, no futuro, ele obtenha a renda planejada.
Segundo Machado, o envelhecimento da população custará cada vez mais aos cofres públicos no Brasil, levando em conta a proporção de força trabalhadora e as mudanças demográficas. "A conta não fecha, e isso significa que os benefícios podem sofrer importante revisão no futuro, da mesma forma que a reforma da Previdência chegou em 2019. A despeito de concordar ou discordar da proposta de agora e das propostas futuras, a realidade é uma só: não dá para contar com o setor público para garantir um padrão de vida acessível e de qualidade na terceira idade", destacou a especialista da EXAME Research.
Machado ainda acrescentou que o investidor que pensa desta maneira não está "abrindo mão de um direito", mas sim pensando em maneiras de não depender somente da previdência pública em uma fase da vida tão frágil.
Vale destacar, também, que os fundos de previdência são focados em quem tem como objetivo pelo menos um horizonte de dez anos para investir. "Isso porque, em prazos mais curtos, o resgate de recursos do plano pode sofrer incidência de alíquotas de imposto extremamente elevadas. Um fundo de previdência é um produto de longo prazo por natureza. Por isso, se seu interesse é ter dinheiro disponível para qualquer eventualidade, considere aplicar recursos em outros tipos de fundo, como aqueles destinados à reserva de emergência, ou então em outros produtos com prazo relativamente mais curto, como fundos multimercado e de ações, onde o horizonte ideal é de três a cinco anos", salientou Machado.
De acordo com a especialista da EXAME Research, apesar de parecer um contrassenso, os planos de previdência são os que mais combinam com ativos de risco. "Não se faz um plano de previdência muito conservador. Partindo-se da premissa de que o prazo mínimo ideal para um plano nesse molde é de dez anos, você deve se perguntar: qual o sentido de permanecer por um horizonte de tempo tão longo em aplicações extremamente conservadoras? Se é no longo prazo que a mágica dos juros compostos aparece, é justamente na fatia da previdência que você deve ter mais risco embutido", destacou a especialista.
Ou seja, se uma aplicação com prazos longos deve ter um maior risco porque há uma maior chance de aproveitar o efeito multiplicador dos juros, além de ser melhor a diluição dos períodos de queda e volatilidade. A especialista concluiu afirmando que o montante destinado ao baixo risco deve ser o dinheiro de curtíssimo prazo, como o separado para a reserva de emergência.