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Os BDRs mais negociados: uma empresa responde por 20% do mercado

Mercado de BDRs cresce mais de 7.000% em menos de 2 anos; volume movimentado no primeiro semestre de 2021 supera em 44% o registrado em 2020 inteiro

Elon Musk, fundador e CEO da Tesla: BDRs da empresa é o preferido dos brasileiros | Foto: Liesa Johannssen-Koppitz/Bloomberg/Getty Images (Liesa Johannssen-Koppitz/Bloomberg/Getty Images)

Elon Musk, fundador e CEO da Tesla: BDRs da empresa é o preferido dos brasileiros | Foto: Liesa Johannssen-Koppitz/Bloomberg/Getty Images (Liesa Johannssen-Koppitz/Bloomberg/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de julho de 2021 às 16h15.

Última atualização em 26 de julho de 2021 às 21h18.

Antes reservados a um seleto grupo de investidores, os BDRs (sigla para Brazilian Depositary Receipts, ou recibos de ações negociadas em bolsas do exterior) têm se popularizado desde que foram liberados para o público geral, em setembro do ano passado. Segundo dados recém-divulgados pela B3, já são 261.100  investidores com posição nessa classe de ativos, que é a forma como empresas listadas fora do Brasil são negociadas na bolsa. 

Ainda que por ora inferior aos 3,8 milhões de CPFs cadastrados na bolsa brasileira, a procura por BDRs cresce a passos largos. Somente neste ano, o número de investidores de BDRs cresceu 77,3% em relação ao fim de 2020. O total é 7.350% maior do que o do início de 2020, quando esse mercado era composto por apenas 2.900 investidores. 

Com média de mais de 40.000 negócios por dia, o mercado de BDRs movimentou 38,4 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, 44,4% a mais do que em todo o período de 2020.

É um movimento explicado não só pelo interesse crescente do investidor por empresas estrangeiras mas também pelo aumento da oferta. 

São cerca de 750 BDRs disponíveis, equivalente a quase 3 vezes o número de ações de empresas brasileiras negociáveis na bolsa (considerando os papéis com liquidez). Na prática, porém, apenas duas ações são responsáveis por um terço de toda a movimentação do mercado de BDRs. 

O BDR favorito dos brasileiros -- a julgar pelo critério de volume de negociação -- é o da Tesla (TSLA34), fabricante de carros elétricos do bilionário Elon Musk. Sozinha, a companhia movimentou por meio de seus BDRs o equivalente a 20,4% de todo o volume negociado em junho deste ano.

E isso apesar de, neste ano, os BDRs da companhia acumularem queda de quase 5%. Na contramão da desvalorização dos papéis, houve salto de mais de 800% entre o fim de 2019 e o início de 2021. 

O segundo BDR mais negociado é o do Mercado Livre (MELI34), que correspondeu a 13,2% de toda a movimentação do mercado de BDRs. Fundada na Argentina e com ações na Nasdaq, a empresa é bem conhecida entre os investidores locais, dado que é uma das maiores em e-commerce do país -- mais da metade de sua receita vem do Brasil. 

Com movimentação média de 41,440 milhões de reais por dia, os BDRs do Mercado Livre chegam a ser mais negociados do que ações de empresas de e-commerce listadas na própria B3. O volume negociado supera em 42% e 200% o das ações da Mosaico (MOSI3) e da Mobly (MBLY3), respectivamente. 

O volume dos BDRs do Mercado Livre foi 189% superior aos da Apple (AAPL34) em junho. A companhia cofundada por Steve Jobs tem o maior valor de mercado do mundo, de cerca de 2,5 trilhões de dólares. Com nível de negociação semelhante estiveram os BDRs da Amazon (AMZO34).

Completando as FAAMG, os BDRs de Microsoft (MSFT34), Facebook (FBOK34) e Alphabet (GOGL34) aparecem na sequência entre os preferidos do investidor brasileiro. Juntas, as cinco empresas representaram 17,2% do mercado de BDRs em junho.

Na oitava colocação aparece a primeira empresa asiática, o Alibaba (BABA34), com movimentação diária de 8,5 milhões de reais. O nono BDR mais negociado foi o da farmacêutica Moderna, uma das empresas que desenvolveram vacinas contra o novo coronavírus. Depois vieram os da Disney (DISB34), com 2,4% do volume negociado.

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