Verde, de Luis Stuhlberger, zera posição em bolsa com preocupação com fiscal
Verde, de Luis Stuhlberger, reduz posição em bolsa brasileira ao menor nível em 8 anos
Editora de Finanças
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 15h42.
Última atualização em 9 de setembro de 2024 às 16h08.
Apesar da alta de mais de 6% do Ibovespa no mês de agosto, a Verde zerou a posição no Brasil e vendeu as ações, especialmente em setores domésticos cíclicos, que tinha em carteira. Em carta publicada nesta segunda-feira, 9, a gestora de Luis Stuhlberger explicou que o fluxo de estrangeiros e o otimismo com o corte de juros nos Estados Unidos não foram suficientes para superar os ‘fundamentos preocupantes’ do país.O movimento representa a menor exposição à bolsa brasileira da Verde desde 2016.
A gestora cita decisões tomadas pelo governo focadas em programas como o Pé-de-Meia e o Vale Gás, entre outros. A Verde cita um aumento da preocupação com o déficit fiscal primário e o aumento da dívida pública.
“Voltamos à era da política pública feita fora do Orçamento, alimentando a criação de um sem-número de fundos e outras tecnologias parafiscais que pareciam ter ficado num passado nem tão remoto. O exemplo do recém-anunciado Vale Gás é o mais preocupante, pela escala e por dar a largada no populismo eleitoral com vistas à eleição de 2026, mas nem de longe é o único”, disse em carta.
Onde a Verde investe
O fundo está com alocação comprada em juro real nos Estados Unidos, assim como em posição relativa entre a inflação americana e a europeia, além de comprar inflação curta americana.
Além disso, adquiriu uma pequena posição comprada implícita no Brasil e uma posição tomada na parte mais longa da curva de juros. Em moedas, estão comprados em dólar contra o real, rúpia indiana, financiados por posições vendidas no euro e no renminbi chinês. Uma pequena alocação em petróleo permanece, assim como os livros de crédito high yield local e global.
Sobre o cenário americano, a Verde afirmou que continua a ver um cenário de pouso suave como o mais provável para a economia, para o qual as principais alocações em TIPs (Treasury Inflation-Protected Securities) e ações ainda fazem sentido. A gestora diz ainda que, nos próximos meses, a dinâmica eleitoral deve voltar a predominar nos mercados.