(Divulgação/Divulgação)
Paula Barra
Publicado em 24 de junho de 2021 às 15h53.
Última atualização em 24 de junho de 2021 às 16h02.
A gestora de private equity Pátria Investimentos, uma das maiores da América Latina, com 73 bilhões de reais sob administração, visa replicar o sucesso do seu fundo de ações Pátria PIPE, com retorno anualizado desde o início de 32%, contra 13% do Ibovespa, em novo fundo de previdência.
“O PIPE hoje é nossa única estratégia de ações. Mas estamos estudando lançar uma versão previdenciária desse fundo”, comentou José Augusto Teixeira, sócio e chefe de marketing e produtos do Pátria, durante o evento online “Dia do Investidor” realizado pela gestora nesta quinta-feira, 24. O executivo, no entanto, não mencionou data para o lançamento.
Em quase sete anos, a rentabilidade acumulada do PIPE é 542%, enquanto o índice sobe 126% no mesmo período. Isto é, quem investiu 100 mil reais no fundo em novembro de 2014 teria atualmente 642 mil reais. No Ibovespa, esse mesmo montante seria equivalente hoje a 226 mil reais.
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O desempenho coloca o fundo – aberto no ano passado a investir de varejo brasileiro – na lista de um dos melhores de ações do Brasil. Em uma janela de 3 anos, o PIPE nunca entregou retorno inferior a 21% ao ano (frente a 0% do benchmark); e em um período de 5 anos, o menor ganho foi de 35%, versus alta de 4% do Ibovespa.
Além do fundo de previdência, Teixeira disse que a gestora, que tem buscado se abrir cada vez mais ao varejo, tem avaliado também outras estratégias com ações no país, com foco no longo prazo e em setores que já tem grande conhecimento, como o de infraestrutura.
“Só vamos entrar se estivermos muito à vontade com os setores, apenas em áreas em que temos grande conhecimento”, afirmou.
O sucesso do PIPE está pautado na busca por setores resilientes, acionistas alinhados aos mesmos princípios da gestora e preços atraentes. “Quando achamos isso, propomos uma parceria. Queremos participar do dia a dia das empresas investidas”, comentou Teixeira.
Por conta desse perfil, a carteira do fundo é bem concentrada. O PIPE investe, em média, em dez empresas, mas hoje conta com apenas oito no portfólio.
A maior posição é em Unidas (LCAM3), com 24% da alocação, seguida por Tenda (TEND3), com 21%, e CVC Brasil (CVCB3), com 17%. Entram na lista ainda Ultrapar (UGPA3) e Qualicorp (QUAL3), cada uma com 12%, e Alper (APER3), com 5%. As outras duas posições, chamadas “investimentos satélite”, são em Centauro (CNTO3) e Time For Fun (SHOW3).
"Em Unidas, por exemplo, que estamos desde 2014, tivemos um retorno sobre o capital investido de 80% ao ano, e com uma atuação muito intensa da nossa parte da companhia. Mas mesmo com essa valorização, continua como o investimento mais relevante do fundo. Em Tenda, somos o maior acioinista", disse Flávio Menezes, sócio e CIO do Pátria PIPE, que também participou do evento.
Segundo ele, a vantagem do PIPE é que permite uma liquidez maior ao investidor, uma vez que é possível fazer o resgate uma vez a cada ano (diferente de fundos tradicionais de private equity, que exigem um período de carência maior), ao mesmo tempo em que entregam um retorno muito superior ao do mercado.
O objetivo, disse, é atingir uma rentabilidade média de 20% ao ano. "Mas temos conseguido um desempenho superior a esso nos últimos anos e de forma muito descorrelacionada do Ibovespa", comentou. Ele, contudo, salienta que o foco deve ser sempre o longo prazo, pensando em uma aplicação de pelo menos cinco anos.
O patrimônio total do PIPE é de aproximadamente 1,5 bilhão de reais, sendo 30% desse capital vindo dos sócios e funcionários da gestora. "Isso mostra que estamos muito alinhados com nossos investidores". Apesar da aplicação mínima inicial de 25 mil reais, o PIPE é direcionado a investidores qualificados (aqueles que possuem mais de 1 milhão de reais investidos), tendo em vista que só pode fazer o resgate uma vez a cada ano.