Invest

O que são ADRs e como investir em empresas na bolsa americana

Eles são uma excelente opção para diversificar investimentos e trazer vantagens tanto para os investidores quanto para as empresas

Eles funcionam de maneira similar aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são recibos de empresas estrangeiras negociados no Brasil. (	Jackyenjoyphotography/Getty Images)

Eles funcionam de maneira similar aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são recibos de empresas estrangeiras negociados no Brasil. ( Jackyenjoyphotography/Getty Images)

EXAME Solutions
EXAME Solutions

EXAME Solutions

Publicado em 17 de junho de 2024 às 15h34.

Última atualização em 17 de junho de 2024 às 16h26.

Como os Estados Unidos são o mais importante mercado financeiro do mundo, diversas empresas estrangeiras almejam abrir o capital na bolsa americana. Esse processo, porém, não é fácil, mas há uma maneira indireta de isso acontecer – são os ADRs (American Depositary Receipt) que, na tradução livre, significa “recibo depositário americano”. É um investimento que permite que empresas de diversos países negociem suas ações nas bolsas americanas.

Os ADRs não são papéis propriamente ditos, mas sim certificados emitidos por uma instituição financeira que representam ações de uma companhia estrangeira. Funcionam de maneira similar aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são recibos de empresas estrangeiras negociados no Brasil. Ambos os instrumentos atuam como recibos de ações, facilitando a negociação de ações internacionais nos mercados locais.

Como funcionam os ADRs

Como se trata de um "recibo depositário", os investidores que comprarem ADRs de uma empresa não estarão adquirindo diretamente suas ações, mas sim os títulos que representam essas ações. Além da empresa emissora, existem duas partes envolvidas na emissão e negociação de um ADR:

  1. No país de origem, há uma instituição financeira onde as ações são depositadas, atuando como "custodiante" desses papéis.
  2. Nos Estados Unidos, há uma instituição emissora de recibos, chamada de "depositária".

A instituição depositária americana adquire as ações, que ficam bloqueadas no país de origem, e distribui os recibos entre os investidores em uma das bolsas de valores americanas, como a NYSE ou a Nasdaq. Lembrando que a cotação e a negociação são feitas em dólar, uma vez que se trata do mercado americano.

Tipos de ADRs

Patrocinados: são o tipo mais comum, em que a empresa emissora das ações que lastreiam os ativos opera em conjunto com a instituição depositária, assumindo a responsabilidade de manter um fluxo de informações adequado aos investidores.

Não patrocinados: são emitidos e distribuídos aos investidores sem que a companhia emissora das ações participe ativamente do processo.

Níveis de ADRs

Há três níveis de ADRs, cada um influenciando como os papéis da empresa são negociados, seu volume e as exigências a serem cumpridas:

Nível 1: Este é o nível mais básico. Esses ADRs são negociados apenas no mercado de balcão, não nas bolsas de valores, e a empresa não precisa lançar novas ações no mercado.

Nível 2: A empresa precisa divulgar suas informações financeiras ao banco depositário, mas não é obrigada a lançar novas ações.

Nível 3: Este nível está obrigatoriamente vinculado a novas ações. A empresa deve fazer uma oferta pública na bolsa (seja por meio de IPO ou follow-on), permitindo que ela levante capital e obtenha maior visibilidade nas bolsas dos Estados Unidos.

Vantagens dos ADRs

Os ADRs são uma excelente opção para diversificar investimentos e trazer vantagens tanto para os investidores quanto para as empresas. Para os investidores, os ADRs permitem a compra fácil de ações de empresas estrangeiras, além de possibilitar a aplicação em dólar.

Para as empresas, os ADRs oferecem acesso ao mercado dos Estados Unidos, uma das maiores fontes de captação de recursos e uma das maiores economias do mundo. Investindo em ADRs, os investidores conseguem diversificar suas carteiras, garantindo maior segurança e potencial de rentabilidade na bolsa.

Riscos dos ADRs

Os ADRs, assim como as ações, estão sujeitos a riscos de desvalorização que dependem da governança da empresa e das perspectivas para o setor. Além disso, eles também podem enfrentar riscos cambiais e políticos.

O risco cambial ocorre quando o desempenho do investimento está diretamente ligado à estabilidade da moeda do país de origem. Se a moeda desse país se desvalorizar em relação ao dólar, isso pode impactar significativamente o valor do ADR. O risco político, por sua vez, está relacionado à instabilidade governamental e à baixa segurança jurídica no país de origem do ADR, o que pode afetar o desempenho da empresa emissora.

Acompanhe tudo sobre:branded-contentInvestir Nomad

Mais de Invest

Nota Fiscal Paulista libera R$ 35 milhões em crédito; veja como transferir o dinheiro

Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, vende 1 milhão de ações da BYD

TIM (TIMS3) e Telefônica Brasil (VIVT3) pagam juros sobre capital próprio; veja valor por ação

Ibovespa opera abaixo nos 119 mil pontos após piora das expectativas da inflação

Mais na Exame