Investir em ações brasileiras no Brasil ou nos EUA: saiba como decidir
A liquidez e a visibilidade global são fatores que diferenciam os mercados de ações do Brasil e dos EUA
EXAME Solutions
Publicado em 19 de setembro de 2024 às 14h00.
Algumas empresas brasileiras optam por listar suas ações tanto na B3 quanto nas bolsas americanas, como a NYSE e a Nasdaq.
Essa prática, conhecida como dupla listagem, gera dúvidas entre os investidores: vale a pena investir nos papéis brasileiros aqui ou no exterior?
De acordo com Paula Zogbi, da fintech Nomad, que oferece serviços financeiros globais, as empresas que adotam a dupla listagem buscam maior liquidez e melhores oportunidades de financiamento. “O mercado americano, sendo o maior mercado de capitais do mundo, oferece acesso a uma base global de investidores, além de aumentar a visibilidade e a captação de recursos”, explica.
Entre as empresas brasileiras que adotaram essa estratégia estão Ambev, Azul, Gerdau, Petrobras e Vale, entre outras.
Investir nos EUA ou no Brasil?
Inicialmente, não há muita diferença no preço da ação entre os dois mercados. Segundo Paula Zogbi, o valor da ação deve ser aproximadamente o mesmo em todas as bolsas. “Se houver discrepâncias, os agentes de mercado utilizam arbitragem para ajustar os valores”, detalha.
Com plataformas como a Nomad facilitando o acesso de brasileiros ao mercado americano, a facilidade de investir deixou de ser um critério decisivo. Nesse cenário, a liquidez torna-se um fator relevante na escolha entre os dois mercados.
Como o mercado americano reúne boa parte dos investidores globais, a negociação de ativos tende a ser mais dinâmica, com maior volume de operações, explica Paula. “Vale ficar atento aos volumes negociados em ambos os mercados antes de tomar qualquer decisão.”
Riscos e diversificação
Por fim, entender os riscos de investir na bolsa tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos é crucial. Paula Zogbi destaca que escolher instituições financeiras confiáveis e manter uma carteira diversificada são estratégias essenciais para mitigar riscos. “Investir no exterior pode aumentar a volatilidade no curto prazo devido às variações cambiais, mas no longo prazo pode proteger o patrimônio.”