De olho no fiscal: BTG Pactual aposta em carteira mais ‘defensiva’ para outubro
Com a perspectiva de mais volatilidade e inflação para os próximos meses, o banco adicionou Totvs e Equatorial na carteira
Repórter de Invest
Publicado em 2 de outubro de 2023 às 12h47.
O atual (e incerto) cenário fiscal brasileiro deu o tom da carteira recomendada de outubro do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME). Com o governo federal ainda sem o apoio necessário para aprovar o seu pacote de medidas que visam ampliar a arrecadação, a meta fiscal pode ser revista. Além disso, a aversão ao risco pesa com a alta dos treasuries nos Estados Unidos e dados econômicos decepcionantes da China.
Com a perspectiva de mais volatilidade para os próximos meses, os analistas do BTG adicionaram dois ativos que tendem a sofrer menos com um cenário inflacionário: a Totvs (TOTV3) e a Equatorial (EQTL3). As empresas entram no lugar da varejista Renner (LREN3) e da construtora residencial MRV (MRV3).
Totvs: confiável, estável e lucrativa
Para a fabricante de software, o BTG Pactual destaca que trata-se de uma ação que proporciona certa ‘defensividade’ à carteira de investimentos. Isso porque dentro do atual cenário, o potencial de queda parece limitado e as ações também devem acompanhar bem uma eventual recuperação do mercado.
“A Totvs vem consistentemente entregando resultados sólidos trimestre após trimestre. Esperamos que a empresa continue apresentando fortes adições líquidas em seu negócio principal no terceiro, e que continue crescendo a taxas muito fortes na casa dos 30% ao ano”, escrevem os analistas do banco.
Eles reconhecem que os resultados da techfin foram a parte mais fraca do balanço do primeiro semestre de 2023, mas devem ser mais fortes no terceiro trimestre. “A crescente atividade do agronegócio no período deve resultar em expansão do crédito e a queda das taxas de juros deve impulsionar as margens.”
Equatorial: proteção e diversificação
Outra empresa adicionada na carteira recomendada de outubro do BTG foi a Equatorial que, segundo os analistas, é negociada a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 10,1%, enquanto também oferece proteção e diversificação aos investidores. Esses diferenciais se dão porque a companhia opera principalmente no setor de distribuição, mas também está presente nos segmentos de energias renováveis e saneamento.
“A companhia tem consistentemente apresentado fortes indicadores operacionais , com redução de perdas de energia e rigoroso controle sobre os custos, bem como progresso nas reestruturações das concessões de distribuição recentemente adquiridas. Adicionalmente, a Equatorial se beneficiou de revisões tarifárias melhores do que o esperado para a Celpa, Celg e Cepisa, levando-nos a revisar nosso preço-alvo para R$37 (versus R$35) em setembro”, explicam.
Além desses fatores, o banco ainda aponta como um diferencial em um cenário de aversão a risco a nota técnica #19/2023 do Ministério de Minas e Energia (MME), divulgada no mês passado, que representou uma significativa redução de riscos para o processo de renovação de concessão das distribuidoras.