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A nova onda do mercado de Cannabis no Brasil: a legalização está próxima?

Espera-se que as vendas globais de cannabis aumentem de US$ 13,4 bilhões, em 2020, para US$ 33,6 bilhões até 2025. Mas como o mercado de cannabis se expandiu pelo mundo e qual o futuro do setor dentro do Brasil? Entenda.

 (Aleksandr_Kravtsov/Getty Images)

(Aleksandr_Kravtsov/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2022 às 09h30.

Última atualização em 2 de maio de 2022 às 21h31.

Desde a flexibilização do consumo e liberação do plantio de cannabis em vários países, a indústria se viu inundada por uma onda verde que vai desde óleos para fins medicinais e cosméticos, até o uso recreativo da erva.

Mas não estamos falando apenas de maconha. A cannabis é matéria prima para mais de 5 mil produtos em 21 setores diferentes da economia. Só a fibra de cânhamo (uma variante da cannabis) pode ser usada nas indústrias têxtil, alimentícia, de combustível e de construção civil. Ou seja, a regulamentação da Cannabis abre espaço para o crescimento de diversos mercados que podem movimentar muito dinheiro. 

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As grandes potências de produção e consumo, hoje, são a Europa e os Estados Unidos, em especial o estado da Califórnia e a cidade de Amsterdam. No entanto, a legalização e a venda de cannabis estão avançando rapidamente não apenas nestes países, mas globalmente. 

Espera-se que as vendas globais de cannabis aumentem de US$ 13,4 bilhões em 2020 para US$ 33,6 bilhões até 2025. E essa oportunidade de crescimento gerou uma longa lista de startups, IPOs e também uma onda de fusões e aquisições relacionadas à cannabis (M&A) envolvendo empresas de produção, distribuição, imobiliário, varejo e outras áreas.

E isso só aumentou com a pandemia do COVID-19

Nas últimas edições da Newsletter da EXAME Invest, foi mostrado um estudo do The Lancet, publicado em outubro de 2021, que registrou 53,2 milhões de casos adicionais de transtorno depressivo e 76,2 milhões de casos adicionais de transtornos de ansiedade em todo o mundo devido à pandemia. Junto disso, o estudo descobriu que pessoas com problemas de saúde mental aumentaram o uso de cannabis medicinal em 91% desde que o COVID-19 foi declarado uma pandemia em 11 de março de 2020.

Não é à toa que farmacêuticas do mundo todo estão em uma verdadeira corrida para lançarem seus produtos à base de cannabis. É o caso da STADA Arzneimittel AG, uma das maiores empresas farmacêuticas da Alemanha, que entrou no mercado da cannabis medicinal junto à empresa canadense MediPharm Labs, para o lançamento de dois produtos à base de maconha.

E a produção segue em ritmo acelerado. De acordo com um levantamento da Leafly, a cannabis já é o quinto maior cultivo dos EUA em valor de mercado, ficando atrás apenas do milho, da soja, do feno e do trigo.

O mercado de cannabis no Brasil

Por aqui, a situação é um pouco diferente. Em 2006, a atual Lei de Drogas permitiu o plantio da cannabis para fins medicinais. Em 2011, o STF reconheceu a legitimidade da “Marcha da Maconha.” Já em 2014, foi aprovado o uso de canabidiol para tratamento de epilepsia. E em 2021, a Anvisa aprovou mais produtos à base de cannabis para outras patologias.

No entanto, por ser conhecida como "a planta da maconha", produtos à base de cannabis ainda são encarados como tabu no Brasil, já que seu uso recreativo é proibido.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), estima-se que a indústria possa atrair até US$ 30 bilhões e gerar 300 mil empregos dentro de dez anos, estando US$ 15 bilhões destes concentrados na área medicinal. A farmacêutica brasileira Prati-Donaduzzi, por exemplo, foi pioneira no desenvolvimento do medicamento de canabidiol no Brasil e faturou R$ 1,5 bilhão apenas em 2020. Hoje, o medicamento pode chegar a custar R$2 mil para o consumidor final.

Mesmo assim, a desburocratização continua lenta e a legalização do uso recreativo não parece estar próxima de acontecer. De qualquer forma, a onda é forte. Porque enquanto o uso recreativo não é permitido, os brasileiros encontram outras oportunidades de investir no mercado.

Fundos e ETFs de cannabis

Atualmente, os entusiastas da erva podem investir, por exemplo, em fundos e ETFs ligados ao setor. Essa é uma oportunidade de diversificar a carteira e, também, alocar patrimônio em um setor com muito potencial de crescimento. Um dos fundos mais importantes do Brasil é o Cannabis Ativo FIM, que tem aplicação de 100 reais e 100% de exposição ao mercado de cannabis no exterior. 

Além disso, tendo conta em corretoras estrangeiras, o brasileiro também pode investir em empresas listadas nas bolsas do mundo todo, como: Canopy Growth CO., Curaleaf Holdings, Green Thumb Industries, Tilray e Truelieve Cannabis.

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