Onde investir em 2023: veja a visão dos gestores de fundos
Capitânia, Sparta, Trígono, Guepardo e Sulamérica apontam quais são suas recomendações para o ano
Marília Almeida
Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 06h00.
2023 se inicia nebuloso tanto na economia nacional quanto na internacional. Esse cenário torna a decisão sobre onde aplicar o dinheiro nada trivial. Por isso, é importante se apoiar na visão de investidores profissionais, como os gestores de fundos , para saber quais aplicações são mais recomendadas para o ano.
Alguns desses gestores, de casas como Capitânia, Sparta, Trígono e Guepardo, participaram de um evento organizado pela Icatu e deram um pouco de sua visão para cada ativo no novo ano. Outras, como a asset da Sulamérica, deram perspectivas em evento próprio.
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Em comum, as indicações apontam para um protagonismo da renda fixa , já que o juro nominal e a inflação continuarão a ser relevantes neste ano. Na renda variável , o tom é de cautela, com aposta em empresas mais defensivas e que dependem menos de um cenário de juros baixos.
Veja abaixo as principais indicações:
Tesouro IPCA+
Para a asset da Sulamérica, os títulos Tesouro IPCA+ seguem atrativos. Os analistas do Santander continuam a recomendar o título com vencimento em 2035.
Se a economia nacional se provar favorável para ativos de risco, ante um menor ruído pós-eleição, com inflação convergindo à meta e promessas de responsabilidade fiscal, os analistas esperam ver ummenor prêmio de risco para os títulos públicos reais, o que irá favorecer sua marcação a mercado.
Já caso a percepção de risco piore e o dólar volte a se valorizar a proteção contra a inflação do título recomendado exercerá sua função.
Debêntures, CRIs e CRAs
A Sparta acredita que a taxa de juros deve permanecer alta por mais tempo do que o inicialmente esperado pelo mercado. Isso favorece o investimento em crédito privado indexado ao DI, na visão de Ulisses Nehmi, gestor da casa.
A recomendação do gestor também vale para títulos indexados ao IPCA, que estão atrativos agora porque suas taxas embutidas estão elevadas, sem contar o spread pago, entre 1% e 2%. Para o gestor é importante que o investidor se proteja da inflação porque mais gastos previstos no novo governo podem gerar alta de preços.
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Christopher David Smith, gestor da Capitânia, ressalta que o ambiente para investir em empresas, ainda que desafiador, é mais seguro do que o cenário em 2015, quando ocorreu uma crise de crédito. "Agora temos juros altos e balanços das empresas mais equilibrados. Pós-pandemia, as companhias aguardam o melhor momento para crescer e ganhar market share".
Fundos multimercado
Para a asset da Sulamérica, eles continuarão a ser coringas em 2023, pois podem capturar tanto o fechamento da taxa de juros quanto a exposição em ações e movimentos do câmbio.
Em 2022, fundos multimercado lideraram o ranking de renda variável e registraram o melhor retorno desde 2016.
Ações small caps
Na seara das small caps a Trígono prefere atualmente empresas que não estão no índice do segmento, que concentra empresas "da moda".
As três principais posições da gestora no segmento são:
- Tupy (TUPY3): empresa industrial que tem como principal mercado os Estados Unidos, atua em diversos outros países, deve faturar R$ 15 bilhões em 2023
- Ferbasa (FESA4), empresa que produz ferro-ligas com energia hidrelétrica limpa e tem R$ 1 bilhão em caixa;
- Kepler Weber (KEPL3), uma produtora de silos e armazéns, ativos que o novo governo deve apoiar a produção como forma de ter um maior estoque de alimentos.
Ações de empresas defensivas
Em 2023 a Guepardo acredita que o mais importante é não tentar acertar no micro e no curto prazo. Por isso, a casa prefere comprar ações de empresas que transitam em qualquer cenário e são bem geridas. As principais apostas são:
- Klabin (KLBN4), que tem 123 anos de vida e já passou por diversas crises no país
- Vulcabras (VULC3), que tem caixa livre. Mesmo que os juros alto impacte o consumo no país a gestora acredita que está bem protegida, pois é maior do que Nike e Adidas no segmento de tênis esportivo, que vem sendo preferido pelos brasileiros.
O horizonte de investimento deve ser de pelo menos três anos. Antes disso será difícil domar o mercado, acredita Roberto Esteves, sócio da gestora.
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