O que é Copom e qual sua função?
Entender o que é Copom e qual a sua importância auxilia os investidores a acompanharem quando essas reuniões acontecem
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2022 às 16h24.
Última atualização em 9 de novembro de 2022 às 10h17.
As reuniões realizadas pelo Copom costumam impactar de forma direta a economia brasileira, sobretudo quando tomam novas decisões a respeito da taxa básica de juros do Brasil (Selic) e divulgam o relatório de inflação. Desse modo, saber o que significa Copom é fundamental para quem investe.
Entender o que é Copom e qual a sua importância auxilia os investidores a acompanharem quando essas reuniões acontecem. Assim, é possível tomar as melhores decisões e escolher os ativos mais relevantes do momento, tanto do ponto de vista de rentabilidade, como na gestão dos riscos na construção de uma carteira de investimentos diversificada.
O que é Copom (Comitê de Política Monetária)?
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão responsável pela implementação e acompanhamento da política monetária brasileira, estabelecendo a meta da taxa básica de juros da economia (Selic) e analisando os relatórios de inflação, tendo como principal objetivo o crescimento econômico.
O significado de Copom se tornou um dos principais comitês a serem acompanhados pelo investidor, impactando diretamente nas ações de política monetária brasileira e atuando no controle da inflação . Ele foi instituído em 1996 no âmbito do Banco Central do Brasil.
É importante destacar que a política monetária que visa proporcionar a estabilidade de preços, alto nível de emprego e crescimento econômico mais acelerado, gerida pelo Comitê de Política Monetária, foi inspirada nos Estados Unidos, por meio do chamado Federal Open Market Committee (FOMC), e através do Banco Central alemão, o Central Bank Council.
Qual a importância do Copom?
O Comitê de Política Monetária (Copom) é responsável por determinar os rumos da política monetária do Brasil e monitorar as condições econômicas internas e externas. Ao formular os rumos da política monetária, o Copom a define e implementa.
Dessa forma, a política monetária passa a ser responsável pelo controle da oferta monetária, pela concessão de crédito e, principalmente, pela fixação da taxa básica de juros, também conhecida como Selic .
Como resultado, isso afeta os custos de empréstimos do setor financeiro, os investimentos em renda fixa e renda variável, oscilação da inflação e fortalecimento ou enfraquecimento da taxa de câmbio, que, por sua vez, afetam a economia em geral.
Quando surgiu o Comitê de Política Monetária (Copom)?
O Copom foi criado em 20 de junho de 1966, possuindo até então uma grande relevância na economia nacional. Além dos brasileiros, os próprios investidores estrangeiros acompanham as decisões do comitê.
Quais são os objetivos do Copom?
O objetivo do Copom é ser um órgão que decide as principais diretrizes da política monetária brasileira. Além disso, o Comitê de Política Monetária é quem decide quais serão as variações da taxa básica de juros no Brasil, impactando nos demais juros praticados e na rentabilidade associados a produtos financeiros e ativos.
Quando o Copom foi criado, a ideia era se inspirar em outros modelos praticados em países pelo mundo. Com isso, o Banco Central passou a ter mais transparência nas tomadas de decisão, além de proporcionar melhores práticas no processo decisório.
Em suma, os principais objetivos do Copom são:
- Estabelecer diretrizes de política monetária que estejam mais adequadas a realidade do Brasil no momento;
- Definir a meta e os reajustes da taxa básica de juros (Selic) no Brasil;
- Divulgar o relatório de inflação todo trimestre.
Quando acontecem as reuniões do Copom?
Por ser de grande interesse público, os investidores sempre costumam se informar quando será a próxima reunião do Copom.
O calendário do Comitê de Política Monetária encontra-se acessível ao público no site do Banco Central do Brasil. Ele registra as próximas reuniões a cada 45 dias ou 8 vezes por ano. Além disso, as reuniões geralmente ocorrem todas às terças e quartas-feiras.
Ressalte-se que o Copom é composto pelo presidente e diretores do Banco Central e representantes de setores direta ou indiretamente relacionados à economia brasileira.
Quem faz parte do Copom:
- Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep);
- Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban);
- Departamento das Reservas Internacionais (Depin);
- Departamento de Assuntos Internacionais (Derin);
- Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab);
- Departamento Econômico (Depec).
Por fim, antes de tomar decisões sobre política monetária, o presidente, diretores do BC e demais representantes especulam sobre a inflação, balanço de pagamentos, atividade econômica, finanças públicas, aspectos cambiais e expectativas sobre a política monetária de outros países.
Como o Copom determina a meta da taxa Selic?
Os investidores, principalmente os leigos, costumam pensar que a alta ou a queda da Selic só afetará seus investimentos. No entanto, esta é uma afirmação falsa. Mudanças na taxa Selic afetam toda a economia. Portanto, se considerarmos o aumento da taxa de juros pelo Copom, observam-se os seguintes efeitos:
- Aumento dos custos para os mutuários com dívida com taxa de juros flutuante, como, por exemplo, a taxa de juros dos empréstimos destinados à habitação;
- Promoção da poupança e desencorajamento do endividamento. Resultando no enfraquecimento da demanda (poder de compra fica reduzido) e redução das pressões de preços na economia;
- Fortalecimento da taxa de câmbio do real, melhorando os retornos dos investimentos baseados em reais. Por sua vez, um real mais forte reduz o preço dos bens importados;
- Compromisso de redução da inflação.
Em suma, a política monetária brasileira conduz as responsabilidades do Copom, com o objetivo principal de manter a estabilidade de preços, tendo em vista os objetivos de crescimento do país. Mas como o Copom determina a meta da taxa Selic?
Quando a inflação se descontrola, a tendência é que a taxa Selic seja aumentada pelo Copom, atraindo investimentos em real e aumentando a demanda pela moeda brasileira. No entanto, tal decisão pode impactar diretamente no crescimento da economia do Brasil.
Com juros mais altos estabelecidos pelo Copom, as empresas têm uma menor capacidade de realizar empréstimos e financiamentos para investir em novos negócios ou aprimorar os já existentes.
De modo contrário, quando a taxa de juros se encontra em queda, em meio a um maior controle dos índices inflacionários, a tendência é de fomento da atividade econômica. Saber dosar esses diferentes momentos de alta ou de baixa da Selic é uma das grandes responsabilidades do Copom.
Nos investimentos, quando a Selic está alta, os investidores tendem a migrar seu capital para títulos de renda fixa, já que remuneram de forma interessante nesses cenários com um risco mais baixo.
Com isso, pode haver uma menor demanda por ativos de risco, afetando o desempenho dos ativos de renda variável. Com a Selic em níveis baixos, a tendência é que se tenha uma maior exposição ao risco por parte dos investidores, optando por investimentos que tragam um maior retorno e que estejam acima da inflação.
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