Nesta terça-feira, Fed e Copom dão início às reuniões que devem decidir o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos e no Brasil (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 16 de março de 2021 às 06h59.
Última atualização em 16 de março de 2021 às 09h19.
As bolsas internacionais sobem nesta terça-feira, 16, na expectativa do início da reunião de dois dias realizada pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) para decidir o futuro da taxa de juros nos EUA.
Os índices futuros americanos operam mistos após o Dow Jones e o S&P500 renovarem recordes no pregão da véspera, impulsionados pelas perspectivas de reabertura econômica. O movimento é sustentado pelo forte ritmo de vacinação no país, que melhora as condições, por exemplo, para as ações de companhias aéreas -- algumas das maiores altas da última sessão.
Seguindo a expectativa do comunicado do Fed, os mercados asiáticos encerraram a terça-feira majoritariamente no positivo e os mercados europeus avançam nesta manhã. A alta também reflete as perspectivas de recuperação econômica global.
Nesta terça-feira, o Fed dá início à reunião que deve decidir o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos. O consenso entre investidores é de que a taxa seja mantida no intervalo vigente entre zero e 0,25 ponto percentual.
A grande expectativa é pela conferência de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, que ocorre meia hora depois da divulgação da decisão, às 15h30 de Brasília na quarta-feira.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, também se reúne a partir de hoje para definir a trajetória da taxa básica de juros, a Selic. As projeções apontam para o primeiro aumento da Selic desde junho de 2015, e as apostas variam entre aumentos de 0,25, 0,50 e 0,75 ponto percentual -- o que levaria a taxa para 2,25%, 2,5% ou até 2,75% ao ano.
Além do Fed e do Banco Central, são aguardadas pelo mercado outras duas reuniões de bancos centrais para esta semana: a do Bank of England na quinta, 18, e do Banco Central do Japão na sexta-feira, 19.
Em meio ao momento mais grave da pandemia no Brasil, o governo Bolsonaro realiza a terceira troca no comando do Ministério da Saúde. O general Eduardo Pazuello será substituído pelo médico Marcelo Queiroga, que aceitou o convite do presidente para assumir o cargo.
A substituição de Pazuello no comando da Saúde ganhou força nos últimos dias, principalmente no fim de semana. No domingo, 14, o presidente chamou o general para uma conversa, junto com outros ministros, para acertar os detalhes de sua saída. Em seguida conversou com a médica Ludhmila Hajjar, que recusou o convite para assumir o cargo.
Soma ao crescente número de mortes no país, a notícia aumenta a percepção de risco de investimento no Brasil e demonstra a dificuldade do país em engatar um movimento de recuperação econômica. Na véspera, o ministério da Saúde divulgou um balanço mostrando que o país ultrapassou a marca de 11,5 milhões de casos confirmados da covid-19.
Os Estados Unidos contam hoje com duas divulgações que podem mexer com o humor dos mercados: o resultado de vendas no varejo, divulgado às 9h30, e o saldo da produção industrial para o mês de fevereiro, que sai às 10h15 -- horário de Brasília.
“Se números do varejo e indústria nos EUA saírem acima das expectativas de mercado, é mais uma indicação de inflação, o que pode influenciar a curva longa de juros, impactando as bolsas de todo o mundo”, afirmou Luis Mollo, analista da EXAME Invest Pro, na live diária Abertura de Mercado.
Por aqui, o Ministério da Economia divulga nesta tarde, às 15h, o Caged de janeiro, com o saldo de empregos formais no país.
Após o fechamento de mercado, d1000, Gafisa, NotreDame Intermédica e Profana divulgam seus resultados do quarto trimestre de 2020.
Já a Eletrobras adiou novamente a divulgação de seus resultados para o quarto trimestre, agora para a próxima sexta-feira, 19, após o fechamento do mercado. O balanço estava previsto para esta segunda-feira, 15.
Após um pregão de perdas e ganhos, o Ibovespa encerrou a segunda-feira em alta, fechando em 114.850 pontos, perto da máxima do dia (em 114.903 pontos), acompanhando os principais índices acionários dos Estados Unidos. Na parte da manhã, o índice brasileiro mostrou forte volatilidade, em meio ao vencimento de opções sobre ações na B3, que seguiu até às 13h.
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