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No radar: estímulo trilionário de Biden e o que mais move o mercado

Presidente eleito pode anunciar pacote de 2 trilhões de dólares ainda nesta quinta-feira; investidores se antecipam ao anúncio e bolsas sobem

Joe Biden: presidente eleito assume no próximo dia 20 de janeiro (Joshua Roberts/Getty Images)

Joe Biden: presidente eleito assume no próximo dia 20 de janeiro (Joshua Roberts/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 07h03.

Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 10h09.

Pacote robusto

Os principais índices de ações internacionais avançam na manhã desta quinta-feira, 14, à espera de um novo pacote de estímulo nos Estados Unidos, que deve ser anunciado ainda hoje pelo presidente eleito Joe Biden. Na última semana, Biden comentou que mais gastos seriam necessários para atenuar os efeitos econômicos da pandemia e afirmou que “trilhões de dólares” estavam por vir.

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Segundo o que fontes disseram à CNN americana, o montante seria de 2 trilhões de dólares. O pacote deve incluir repasses diretos para famílias americanas, além de recursos para fundos locais e estaduais.

O otimismo sobre novos estímulos ganhou força no mercado desde semana passada, quando o Partido Democrata garantiu a maioria no Senado, após conseguir duas vagas em segundo turno na Geórgia. Sem ter que lidar com um Senado de oposição, investidores dão a aprovação do novo pacote como praticamente certa. Na última sexta, depois da promessa de “trilhões de dólares” feita por Biden, bolsas do mundo inteiro,  incluindo a brasileira, fecharam em níveis recordes. 

Trump sofre impeachment na Câmara

A Câmara dos Representantes americana decidiu, ontem, pelo impeachment do presidente Donald Trump por incitar as manifestações violentas da última semana. Para que o impeachment seja feito, ainda é necessário o apoio de dois terços do Senado. 

O líder republicano da maioria no Senado, Mitch McConnell, sinalizou que deve bloquear o andamento do processo até a posse de Joe Biden, em 20 de janeiro. Caso isso ocorra, Trump poderá sofrer impeachment mesmo já fora da presidência. A questão tem gerado discussões legais nos Estados Unidos, com possibilidade de ir parar na Suprema Corte. 

De acordo com a Bloomberg, caso o Senado opte pelo impeachment, a Casa poderá fazer uma nova votação para impedir Trump de concorrer à presidência em 2024 - o que abriria espaço para outro candidato do partido. Segundo o New York Times, McConnell poderia estar disposto a dar continuidade ao impeachment para tentar afastar o “trumpismo” do partido. 

No mercado, as preocupações são de que um possível impeachment possa provocar uma nova onda de protestos no país, semelhante ao ocorrido em Washington. 

Fala de Powell

Por volta das 14h30, as atenções do mercado devem se voltar para o webnário da Universidade de Princeton, onde o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, irá discursar. Investidores esperam que o chefe do banco central americano dê algumas pistas sobre quando o Fed irá começar a reduzir a recompra de títulos no mercado.

A membra do Fed Lael Brainard, no entanto, sugeriu que as recompras devem permanecer pujantes até que a economia americana esteja de volta aos trilhos.

Efeitos econômicos da pandemia e inflação também podem ser abordados por Powell, tendo em vista que a eminência de mais estímulos tem gerado expectativas de efeitos inflacionários e,  consequentemente, de aumento da taxa de juros no médio e longo prazo.

Dados econômicos

Às 10h30 desta quinta, será divulgado nos Estados Unidos os pedidos semanais de seguro desemprego. O dado, referente à primeira semana de 2021, deve revelar 795.000 pedidos, segundo estimativas do mercado. Na última publicação, foram registrados 787.000 pedidos.

Os números seguem cerca de 100.000 pedidos acima das mínimas (pós-início da pandemia) de novembro. O aumento coincide com o avanço da segunda onda do coronavírus e novas medidas de isolamento no país. Antes da covid-19, a quantidade variava em torno de 200.000 pedidos semanais.

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