Os melhores e piores investimentos de fevereiro
As LFTs, títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic, tiveram a maior rentabilidade do mês e investimentos de renda variável apresentaram resultados negativos
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 19h10.
São Paulo – Os títulos do Tesouro Direto que são atrelados à taxa Selic (Letras Financeiras do Tesouro – LFT) foram o investimento mais rentável de fevereiro. E diante do mau desempenho de outros investimentos, a poupança, que não aparecia bem posicionada no ranking há alguns meses, ganhou mais de destaque, rendendo mais do que investimentos como os fundos de renda fixa e aplicações ligadas ao mercado de ações, que foram prejudicadas pelo péssimo desempenho da Bolsa em fevereiro.
Os resultados mensais ajudam o investidor a monitorar seus investimentos e rebalancear sua carteira de aplicações , mas, para tomar uma decisão sobre qual investimento escolher é preciso estudar quais foram os rendimentos das aplicações em um prazo maior e também quais delas são mais indicadas de acordo com o objetivo do investidor. Um investimento que teve ótimos resultados em um mês pode não ter tido um bom desempenho no último ano e também pode não ser a melhor opção para o mês seguinte.
Confira na tabela abaixo o desempenho de cada aplicação, além dos índices de inflação (IPCA e IGP-M), o principal índice da Bolsa (Ibovespa) e as taxas básicas de juros (Selic e CDI):
Aplicação | Desempenho no mês de fevereiro | Desempenho no acumulado do ano | Fechamento em |
---|---|---|---|
LFT (vencimento em 07/03/2013) | 0,57% | 1,10% | 28/02/2013 |
Fundos referenciados DI* | 0,55% | 0,99% | 22/02/2013 |
LFT (vencimento em 07/03/2014) | 0,55% | 1,08% | 28/02/2013 |
Selic* | 0,54% | 1,04% | 27/02/2013 |
CDI* | 0,50% | 0,98% | 26/02/2013 |
Poupança antiga | 0,50% | 1,00% | 28/02/2013 |
NTN-B (vencimento em 15/05/2013) | 0,50% | 1,16% | 28/02/2013 |
IPCA (estimativa do Banco Central) | 0,48% | 1,34% | 22/02/2013 |
Poupança nova* | 0,41% | 0,83% | 28/02/2013 |
IGP-M (estimativa do Banco Central) | 0,35% | 0,69% | 22/02/2013 |
Fundos de Renda Fixa* | 0,27% | 0,94% | 22/02/2013 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2014) | 0,11% | 0,53% | 28/02/2013 |
LTN (vencimento em 01/01/2014) | 0,11% | 0,52% | 28/02/2013 |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | -0,32% | 0,22% | 22/02/2013 |
Dólar comercial | -0,38% | -3,07% | 27/02/2013 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2017) | -0,50% | -0,79% | 28/02/2013 |
LTN (vencimento em 01/01/2016) | -0,57% | -0,72% | 28/02/2013 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015) | -0,60% | -0,60% | 28/02/2013 |
Fundos Multimercado Macro* | -0,85% | 0,35% | 22/02//2013 |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | -1,09% | -0,53 | 22/02/2013 |
Fundos de ações Small Caps* | -1,43% | -2,77% | 22/02/2013 |
Fundos de ações livres | -2,37% | -0,82% | 22/02/2013 |
Fundos de ações dividendos* | -2,96% | -1,83% | 22/02/2013 |
Fundos de ações Ibovespa Ativo | -3,83% | -2,68% | 22/02/2013 |
Ibovespa | -3,91% | -5,79% | 28/02/2013 |
NTN-B (vencimento em 15/08/2050) | -5,22% | -1,50% | 28/02/2013 |
Ouro BM&F | -5,37% | -7,53% | 27/02/2013 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035) | -5,43% | 1,69% | 28/02/2013 |
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
Renda fixa
Entre as aplicações de renda fixa – que têm sua forma de remuneração pré-definidas – as LFTs e os fundos DI tiveram os melhores resultados.
Como o rendimento das LFTs é atrelado à variação da taxa Selic, o título se beneficiou pelas perspectivas de elevação da taxa básica de juros aventadas durante o mês de fevereiro, já que mais investidores compram o título para aproveitar essa possível elevação da taxa.
Os fundos referenciados DI tiveram o segundo melhor rendimento do mês. Esse tipo de fundo busca reproduzir as variações do CDI (taxa média de juro cobrada nos empréstimos entre os bancos) investindo, no mínimo, 95% da sua carteira em ativos que acompanham o CDI. Como a Selic serve de parâmetro para a taxa cobrada entre os bancos, o CDI fica muito próximo à Selic. Por esse motivo, os fundos DI também se valorizam com perspectivas de elevação da Selic.
As Notas do Tesouro Nacional série B Principal (NTN-B) com vencimento em 2013 também ficaram entre as melhores posições do ranking. Esse título do Tesouro Direto remunera o investidor com uma taxa prefixada mais a variação da inflação medida pelo IPCA. “Com o IPCA de fevereiro projetado em 0,48% [os títulos indexados à variação do IPCA], apresentaram bons resultados”, comenta o administrador de investimentos Fabio Colombo.
Por outro lado, as NTN-Bs com vencimentos mais longos sofreram desvalorização no mês. Com a possibilidade de uma Selic menor, as taxas dos títulos são elevadas para se ajustar aos juros do mercado. Assim, as NTN-Bs que foram vendidas com taxas mais baixas antes se desvalorizam agora.
Esse é o efeito da chamada marcação a mercado, que pode ser explicada pelo exemplo a seguir. Um título que pagará ao investidor 1.000 reais no vencimento e é vendido atualmente a 600 reais precisa pagar uma determinada taxa por mês para que no vencimento o investidor receba esses 1.000 reais. Por isso, se essa taxa aumenta, para que no futuro sejam recebidos os mesmos 1.000 reais, o preço desse título, que era de 600 reais, precisa cair um pouco, desvalorizando o título no curto prazo.
A poupança nova, que rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (taxa que se aproxima de zero), se saiu melhor do que outros investimentos no mês. Ainda que com a nova remuneração seu rendimento seja menor, ela pôde se destacar pelas baixas rentabilidades de outros investimentos, ocasionadas de maneira geral pelo maior pessimismo no cenário econômico.
As Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-F), que pagam uma taxa de juro prefixada, tiveram rendimentos piores do que o de outros títulos do governo porque são papéis que não aproveitam possíveis altas da inflação, como a NTN-B e também não se beneficiam com a alta da Selic, como as LFTs.
Renda variável
Os investimentos de renda variável, que são mais arriscados e não têm uma forma de remuneração pré-definida, tiveram, de forma geral, um resultado negativo no mês de fevereiro. Como esse tipo de investimento varia muito de acordo com os ânimos dos investidores, o pessimismo no cenário econômico nacional teve um impacto negativo na renda variável, sobretudo em aplicações ligadas ao mercado de ações.
O Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa brasileira, teve um dos resultados mais negativos no mês, apresentando uma queda de 4,13%. “No Brasil, a Bolsa teve um desempenho muito ruim com queda, em reais, de 4,13%, principalmente em razão do mau desempenho de Petrobras, do baixo crescimento e aumento das pressões inflacionárias, que começaram a indicar que o governo deverá subir os juros no curto prazo”, explica Colombo.
Apesar do resultado negativo da Bolsa brasileira, no cenário externo os mercados tiveram uma tendência positiva. O que também impacta no resultado de investimentos por aqui, como é o caso do ouro.
O ouro é um tipo de investimento que serve como refúgio para investidores em momentos de crise, já que ele é um ativo real. E diante de movimentos de alta dos mercados ele perde sua atratividade para outros investimentos. Conforme Colombo explica, apesar de nacionalmente outros investimentos também não terem sido boas alternativas, o ouro não se valorizou porque sua performance varia em função da cotação do dólar e do ouro negociado nos Estados Unidos. “Como a níveis mundiais as bolsas tiveram tendência de alta, lá fora a cotação do ouro caiu, o que influenciou sua performance aqui”, explica o administrador de investimentos.
São Paulo – Os títulos do Tesouro Direto que são atrelados à taxa Selic (Letras Financeiras do Tesouro – LFT) foram o investimento mais rentável de fevereiro. E diante do mau desempenho de outros investimentos, a poupança, que não aparecia bem posicionada no ranking há alguns meses, ganhou mais de destaque, rendendo mais do que investimentos como os fundos de renda fixa e aplicações ligadas ao mercado de ações, que foram prejudicadas pelo péssimo desempenho da Bolsa em fevereiro.
Os resultados mensais ajudam o investidor a monitorar seus investimentos e rebalancear sua carteira de aplicações , mas, para tomar uma decisão sobre qual investimento escolher é preciso estudar quais foram os rendimentos das aplicações em um prazo maior e também quais delas são mais indicadas de acordo com o objetivo do investidor. Um investimento que teve ótimos resultados em um mês pode não ter tido um bom desempenho no último ano e também pode não ser a melhor opção para o mês seguinte.
Confira na tabela abaixo o desempenho de cada aplicação, além dos índices de inflação (IPCA e IGP-M), o principal índice da Bolsa (Ibovespa) e as taxas básicas de juros (Selic e CDI):
Aplicação | Desempenho no mês de fevereiro | Desempenho no acumulado do ano | Fechamento em |
---|---|---|---|
LFT (vencimento em 07/03/2013) | 0,57% | 1,10% | 28/02/2013 |
Fundos referenciados DI* | 0,55% | 0,99% | 22/02/2013 |
LFT (vencimento em 07/03/2014) | 0,55% | 1,08% | 28/02/2013 |
Selic* | 0,54% | 1,04% | 27/02/2013 |
CDI* | 0,50% | 0,98% | 26/02/2013 |
Poupança antiga | 0,50% | 1,00% | 28/02/2013 |
NTN-B (vencimento em 15/05/2013) | 0,50% | 1,16% | 28/02/2013 |
IPCA (estimativa do Banco Central) | 0,48% | 1,34% | 22/02/2013 |
Poupança nova* | 0,41% | 0,83% | 28/02/2013 |
IGP-M (estimativa do Banco Central) | 0,35% | 0,69% | 22/02/2013 |
Fundos de Renda Fixa* | 0,27% | 0,94% | 22/02/2013 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2014) | 0,11% | 0,53% | 28/02/2013 |
LTN (vencimento em 01/01/2014) | 0,11% | 0,52% | 28/02/2013 |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | -0,32% | 0,22% | 22/02/2013 |
Dólar comercial | -0,38% | -3,07% | 27/02/2013 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2017) | -0,50% | -0,79% | 28/02/2013 |
LTN (vencimento em 01/01/2016) | -0,57% | -0,72% | 28/02/2013 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015) | -0,60% | -0,60% | 28/02/2013 |
Fundos Multimercado Macro* | -0,85% | 0,35% | 22/02//2013 |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | -1,09% | -0,53 | 22/02/2013 |
Fundos de ações Small Caps* | -1,43% | -2,77% | 22/02/2013 |
Fundos de ações livres | -2,37% | -0,82% | 22/02/2013 |
Fundos de ações dividendos* | -2,96% | -1,83% | 22/02/2013 |
Fundos de ações Ibovespa Ativo | -3,83% | -2,68% | 22/02/2013 |
Ibovespa | -3,91% | -5,79% | 28/02/2013 |
NTN-B (vencimento em 15/08/2050) | -5,22% | -1,50% | 28/02/2013 |
Ouro BM&F | -5,37% | -7,53% | 27/02/2013 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035) | -5,43% | 1,69% | 28/02/2013 |
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
Renda fixa
Entre as aplicações de renda fixa – que têm sua forma de remuneração pré-definidas – as LFTs e os fundos DI tiveram os melhores resultados.
Como o rendimento das LFTs é atrelado à variação da taxa Selic, o título se beneficiou pelas perspectivas de elevação da taxa básica de juros aventadas durante o mês de fevereiro, já que mais investidores compram o título para aproveitar essa possível elevação da taxa.
Os fundos referenciados DI tiveram o segundo melhor rendimento do mês. Esse tipo de fundo busca reproduzir as variações do CDI (taxa média de juro cobrada nos empréstimos entre os bancos) investindo, no mínimo, 95% da sua carteira em ativos que acompanham o CDI. Como a Selic serve de parâmetro para a taxa cobrada entre os bancos, o CDI fica muito próximo à Selic. Por esse motivo, os fundos DI também se valorizam com perspectivas de elevação da Selic.
As Notas do Tesouro Nacional série B Principal (NTN-B) com vencimento em 2013 também ficaram entre as melhores posições do ranking. Esse título do Tesouro Direto remunera o investidor com uma taxa prefixada mais a variação da inflação medida pelo IPCA. “Com o IPCA de fevereiro projetado em 0,48% [os títulos indexados à variação do IPCA], apresentaram bons resultados”, comenta o administrador de investimentos Fabio Colombo.
Por outro lado, as NTN-Bs com vencimentos mais longos sofreram desvalorização no mês. Com a possibilidade de uma Selic menor, as taxas dos títulos são elevadas para se ajustar aos juros do mercado. Assim, as NTN-Bs que foram vendidas com taxas mais baixas antes se desvalorizam agora.
Esse é o efeito da chamada marcação a mercado, que pode ser explicada pelo exemplo a seguir. Um título que pagará ao investidor 1.000 reais no vencimento e é vendido atualmente a 600 reais precisa pagar uma determinada taxa por mês para que no vencimento o investidor receba esses 1.000 reais. Por isso, se essa taxa aumenta, para que no futuro sejam recebidos os mesmos 1.000 reais, o preço desse título, que era de 600 reais, precisa cair um pouco, desvalorizando o título no curto prazo.
A poupança nova, que rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (taxa que se aproxima de zero), se saiu melhor do que outros investimentos no mês. Ainda que com a nova remuneração seu rendimento seja menor, ela pôde se destacar pelas baixas rentabilidades de outros investimentos, ocasionadas de maneira geral pelo maior pessimismo no cenário econômico.
As Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-F), que pagam uma taxa de juro prefixada, tiveram rendimentos piores do que o de outros títulos do governo porque são papéis que não aproveitam possíveis altas da inflação, como a NTN-B e também não se beneficiam com a alta da Selic, como as LFTs.
Renda variável
Os investimentos de renda variável, que são mais arriscados e não têm uma forma de remuneração pré-definida, tiveram, de forma geral, um resultado negativo no mês de fevereiro. Como esse tipo de investimento varia muito de acordo com os ânimos dos investidores, o pessimismo no cenário econômico nacional teve um impacto negativo na renda variável, sobretudo em aplicações ligadas ao mercado de ações.
O Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa brasileira, teve um dos resultados mais negativos no mês, apresentando uma queda de 4,13%. “No Brasil, a Bolsa teve um desempenho muito ruim com queda, em reais, de 4,13%, principalmente em razão do mau desempenho de Petrobras, do baixo crescimento e aumento das pressões inflacionárias, que começaram a indicar que o governo deverá subir os juros no curto prazo”, explica Colombo.
Apesar do resultado negativo da Bolsa brasileira, no cenário externo os mercados tiveram uma tendência positiva. O que também impacta no resultado de investimentos por aqui, como é o caso do ouro.
O ouro é um tipo de investimento que serve como refúgio para investidores em momentos de crise, já que ele é um ativo real. E diante de movimentos de alta dos mercados ele perde sua atratividade para outros investimentos. Conforme Colombo explica, apesar de nacionalmente outros investimentos também não terem sido boas alternativas, o ouro não se valorizou porque sua performance varia em função da cotação do dólar e do ouro negociado nos Estados Unidos. “Como a níveis mundiais as bolsas tiveram tendência de alta, lá fora a cotação do ouro caiu, o que influenciou sua performance aqui”, explica o administrador de investimentos.