O que considerar antes de abrir conta em um banco
Saiba o que pesar antes de escolher o banco com o qual você vai travar relacionamento
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2013 às 06h36.
São Paulo – Não que existam muitas opções no Brasil, mas se você quiser começar um novo relacionamento com um banco , sabe o que deve levar em consideração na hora de fazer a escolha? Alguma pesquisa antes de tomar essa decisão é necessária, principalmente no que diz respeito a custos e qualidade do atendimento. “O relacionamento com o banco é de longo prazo, e o custo é alto”, observa Thiago Álvarez, co-CEO do site de planejamento financeiro Guia Bolso.
Veja o que levar em conta antes de escolher um banco para abrir a sua conta:
Compare os custos
A primeira coisa a se fazer é comparar os custos dos serviços bancários. Isso é importante principalmente se você quiser fazer a chamada portabilidade de crédito, levando seu empréstimo ou financiamento de uma instituição para outra que cobre juros menores. Ao fazer isso, porém, é necessário verificar se a nova instituição não vai acabar sendo mais cara na cobrança de tarifas, por exemplo.
1. Compare as tarifas cobradas: os bancos oferecem uma miríade de pacotes de tarifas , com custos bastante variáveis, além de algumas opções isentas de qualquer cobrança. O pacote de serviços essenciais padronizado pelo Banco Central é uma das cestas gratuitas que toda a instituição é obrigada a oferecer.
Mas se seus objetivos requererem pacotes mais sofisticados, vale a pena comparar os preços das cestas e dos serviços avulsos pelo site Febraban Star, um serviço da Federação Brasileira de Bancos. Recentemente, o BC padronizou outros cinco pacotes de tarifas, de forma a facilitar a comparação de custos entre os bancos.
Veja a comparação entre os custos de dois dos pacotes “intermediários” padronizados pelo BC nos cinco maiores bancos do Brasil:
Bancos | Tarifas (pacote 2), R$/mês | Tarifas (pacote 4), R$/mês |
---|---|---|
Caixa | 11,90 | 23,90 |
Banco do Brasil | 12,00 | 24,00 |
Bradesco | 14,20 | 30,50 |
Santander | 14,50 | 30,50 |
Itaú Unibanco | 15,00 | 30,00 |
Fontes: Guia Bolso e Banco Central
2. Compare as taxas de juros: ainda que seu objetivo ao começar um relacionamento com um banco não seja contratar uma linha de crédito logo de cara, é possível que, em breve, você precise deste serviço. As taxas de juros dependem muito do relacionamento dos clientes com os bancos, mas vale a pena pesquisar as taxas mínimas e máximas de empréstimos e financiamentos.
“É importante olhar principalmente as taxas do crédito pessoal e do cheque especial , que são as linhas de crédito que os correntistas mais usam. O cartão de crédito não é importante, pois para fazer um cartão em uma instituição não é preciso ser correntista”, diz Thiago Álvarez. Ele lembra que, se você tiver intenção de obter uma linha de crédito específica dali a certo tempo, é bom levar em conta a expertise do banco. “É o que ocorre com a Caixa no caso do financiamento habitacional, por exemplo”, diz.
Veja a comparação entre as taxas de juros anuais do empréstimo pessoal e do cheque especial nos cinco maiores bancos do Brasil:
Bancos | Empréstimo pessoal (%, a.a) | Cheque especial (%, a.a) |
---|---|---|
Caixa | 44,39 | 60,91 |
Banco do Brasil | 44,54 | 85,65 |
Santander | 62,99 | 207,58 |
Itaú Unibanco | 66,99 | 153,2 |
Bradesco | 75,38 | 156,13 |
Fontes: Guia Bolso e Banco Central
3. Pesquise os custos dos investimentos: se você pretende ao menos tentar investir em algum produto financeiro do banco no qual vai abrir conta, vale a pena pesquisar também as taxas de administração dos fundos de investimento aos quais você teria acesso como correntista. Essa recomendação vale, sobretudo, para os fundos de renda fixa, que têm a rentabilidade mais impactada quando a taxa é muito alta. Observar o histórico de rentabilidade desses fundos também é fundamental.
Compare a qualidade do atendimento
Um serviço mal prestado por um banco pode causar uma dor de cabeça daquelas, assim como as dificuldades de se fazer certas transações em função de problemas tecnológicos. Por isso, vale a pena comparar os indicadores de qualidade dos bancos e conversar com clientes para saber o que eles acham do atendimento e dos serviços.
4. Verifique os indicadores ligados a reclamações: o Banco Central dispõe de um ranking atualizado mensalmente com os bancos com mais reclamações fundamentadas de clientes. Além disso, sites como o Reclame Aqui reúnem queixas informais de consumidores que querem que as empresas resolvam seus problemas.
No primeiro caso, trata-se de números oficiais, ponderados pela base de clientes, de forma a verificar quais bancos têm mais queixas em comparação ao número de correntistas. No segundo caso, o cliente potencial pode ter uma ideia da natureza das reclamações e do tipo de problema que ele pode vir a enfrentar. Claro que uma queixa pontual não significa que você vai ter o mesmo problema; mas muitas queixas de uma mesma natureza podem sinalizar uma cilada.
Veja a seguir os índices de reclamações no Banco Central dos cinco maiores bancos do Brasil nos 12 meses encerrados em junho de 2013. A seguida, confira os números das mesmas instituições no site Reclame Aqui:
Bancos | Índice de reclamações procedentes BC (médio jul/12 - jun/13), por 100 mil clientes |
---|---|
Caixa | 0,49 |
Bradesco | 0,71 |
Itaú Unibanco | 0,97 |
Banco do Brasil | 1,06 |
Santander | 1,34 |
Fontes: Guia Bolso e Banco Central
Banco | Número de reclamações no Reclame Aqui | Reclamações por 10 mil clientes | Nota atribuída pelo Consumidor | Índice de Solução de problemas |
---|---|---|---|---|
Caixa | 6.592 | 1,4 | Não disponível | Não disponível |
Bradesco | 9.952 | 2,9 | 5,04 | 72,3% |
Banco do Brasil | 10.412 | 3,2 | 3,83 | 58,2% |
Itaú Unibanco | 13.267 | 5,3 | 4,54 | 65,5% |
Santander | 13.193 | 5,7 | 4,34 | 65,9% |
Fontes: Guia Bolso e Reclame Aqui
5. Cheque a qualidade do internet banking: fazer transações bancárias pela internet é uma verdadeira mão na roda. Verifique com os clientes dos bancos comparados sobre a qualidade do internet banking e a diversidade de produtos online.
6. Escolha a agência certa: alguns bancos brasileiros têm um número elevado de agências, quase uma em cada esquina. A escolha da agência também pode fazer muita diferença no tipo de relacionamento que você vai ter com o banco. Converse com clientes sobre o que eles acham do atendimento em suas respectivas agências para descobrir se há problemas aparentemente sistêmicos – como filas longuíssimas em várias delas – ou se o atendimento é tranquilo.
Bancos que atendem a muitos não correntistas tendem a ter agências lotadas, ainda que tenham serviços mais baratos, por exemplo. Você deve verificar, nesse caso, qual a sua prioridade. Thiago Álvarez também aconselha a evitar agências localizadas nos centros comerciais e financeiros das grandes cidades.
“Não necessariamente a agência que fica mais perto do seu trabalho será a mais adequada. Em locais mais movimentados, um mesmo gerente chega a ter mais de mil clientes. Será mais difícil ele dar a atenção adequada, e as filas serão maiores. Talvez seja melhor escolher uma agência mais tranquila, perto de casa”, orienta.
Não fique preso ao seu banco
Thiago Álvarez lembra que além de pesquisar um bom banco, a pessoa deve ter em mente que ela não precisa concentrar a totalidade de sua vida financeira naquela instituição. “Considere outras fontes de informação para tomar decisões específicas. É interessante buscar informações sobre investimentos e consultoria financeira fora dos bancos, uma vez que muitas vezes o que o banco quer oferecer está em desalinho com o interesse do cliente”, diz.
São Paulo – Não que existam muitas opções no Brasil, mas se você quiser começar um novo relacionamento com um banco , sabe o que deve levar em consideração na hora de fazer a escolha? Alguma pesquisa antes de tomar essa decisão é necessária, principalmente no que diz respeito a custos e qualidade do atendimento. “O relacionamento com o banco é de longo prazo, e o custo é alto”, observa Thiago Álvarez, co-CEO do site de planejamento financeiro Guia Bolso.
Veja o que levar em conta antes de escolher um banco para abrir a sua conta:
Compare os custos
A primeira coisa a se fazer é comparar os custos dos serviços bancários. Isso é importante principalmente se você quiser fazer a chamada portabilidade de crédito, levando seu empréstimo ou financiamento de uma instituição para outra que cobre juros menores. Ao fazer isso, porém, é necessário verificar se a nova instituição não vai acabar sendo mais cara na cobrança de tarifas, por exemplo.
1. Compare as tarifas cobradas: os bancos oferecem uma miríade de pacotes de tarifas , com custos bastante variáveis, além de algumas opções isentas de qualquer cobrança. O pacote de serviços essenciais padronizado pelo Banco Central é uma das cestas gratuitas que toda a instituição é obrigada a oferecer.
Mas se seus objetivos requererem pacotes mais sofisticados, vale a pena comparar os preços das cestas e dos serviços avulsos pelo site Febraban Star, um serviço da Federação Brasileira de Bancos. Recentemente, o BC padronizou outros cinco pacotes de tarifas, de forma a facilitar a comparação de custos entre os bancos.
Veja a comparação entre os custos de dois dos pacotes “intermediários” padronizados pelo BC nos cinco maiores bancos do Brasil:
Bancos | Tarifas (pacote 2), R$/mês | Tarifas (pacote 4), R$/mês |
---|---|---|
Caixa | 11,90 | 23,90 |
Banco do Brasil | 12,00 | 24,00 |
Bradesco | 14,20 | 30,50 |
Santander | 14,50 | 30,50 |
Itaú Unibanco | 15,00 | 30,00 |
Fontes: Guia Bolso e Banco Central
2. Compare as taxas de juros: ainda que seu objetivo ao começar um relacionamento com um banco não seja contratar uma linha de crédito logo de cara, é possível que, em breve, você precise deste serviço. As taxas de juros dependem muito do relacionamento dos clientes com os bancos, mas vale a pena pesquisar as taxas mínimas e máximas de empréstimos e financiamentos.
“É importante olhar principalmente as taxas do crédito pessoal e do cheque especial , que são as linhas de crédito que os correntistas mais usam. O cartão de crédito não é importante, pois para fazer um cartão em uma instituição não é preciso ser correntista”, diz Thiago Álvarez. Ele lembra que, se você tiver intenção de obter uma linha de crédito específica dali a certo tempo, é bom levar em conta a expertise do banco. “É o que ocorre com a Caixa no caso do financiamento habitacional, por exemplo”, diz.
Veja a comparação entre as taxas de juros anuais do empréstimo pessoal e do cheque especial nos cinco maiores bancos do Brasil:
Bancos | Empréstimo pessoal (%, a.a) | Cheque especial (%, a.a) |
---|---|---|
Caixa | 44,39 | 60,91 |
Banco do Brasil | 44,54 | 85,65 |
Santander | 62,99 | 207,58 |
Itaú Unibanco | 66,99 | 153,2 |
Bradesco | 75,38 | 156,13 |
Fontes: Guia Bolso e Banco Central
3. Pesquise os custos dos investimentos: se você pretende ao menos tentar investir em algum produto financeiro do banco no qual vai abrir conta, vale a pena pesquisar também as taxas de administração dos fundos de investimento aos quais você teria acesso como correntista. Essa recomendação vale, sobretudo, para os fundos de renda fixa, que têm a rentabilidade mais impactada quando a taxa é muito alta. Observar o histórico de rentabilidade desses fundos também é fundamental.
Compare a qualidade do atendimento
Um serviço mal prestado por um banco pode causar uma dor de cabeça daquelas, assim como as dificuldades de se fazer certas transações em função de problemas tecnológicos. Por isso, vale a pena comparar os indicadores de qualidade dos bancos e conversar com clientes para saber o que eles acham do atendimento e dos serviços.
4. Verifique os indicadores ligados a reclamações: o Banco Central dispõe de um ranking atualizado mensalmente com os bancos com mais reclamações fundamentadas de clientes. Além disso, sites como o Reclame Aqui reúnem queixas informais de consumidores que querem que as empresas resolvam seus problemas.
No primeiro caso, trata-se de números oficiais, ponderados pela base de clientes, de forma a verificar quais bancos têm mais queixas em comparação ao número de correntistas. No segundo caso, o cliente potencial pode ter uma ideia da natureza das reclamações e do tipo de problema que ele pode vir a enfrentar. Claro que uma queixa pontual não significa que você vai ter o mesmo problema; mas muitas queixas de uma mesma natureza podem sinalizar uma cilada.
Veja a seguir os índices de reclamações no Banco Central dos cinco maiores bancos do Brasil nos 12 meses encerrados em junho de 2013. A seguida, confira os números das mesmas instituições no site Reclame Aqui:
Bancos | Índice de reclamações procedentes BC (médio jul/12 - jun/13), por 100 mil clientes |
---|---|
Caixa | 0,49 |
Bradesco | 0,71 |
Itaú Unibanco | 0,97 |
Banco do Brasil | 1,06 |
Santander | 1,34 |
Fontes: Guia Bolso e Banco Central
Banco | Número de reclamações no Reclame Aqui | Reclamações por 10 mil clientes | Nota atribuída pelo Consumidor | Índice de Solução de problemas |
---|---|---|---|---|
Caixa | 6.592 | 1,4 | Não disponível | Não disponível |
Bradesco | 9.952 | 2,9 | 5,04 | 72,3% |
Banco do Brasil | 10.412 | 3,2 | 3,83 | 58,2% |
Itaú Unibanco | 13.267 | 5,3 | 4,54 | 65,5% |
Santander | 13.193 | 5,7 | 4,34 | 65,9% |
Fontes: Guia Bolso e Reclame Aqui
5. Cheque a qualidade do internet banking: fazer transações bancárias pela internet é uma verdadeira mão na roda. Verifique com os clientes dos bancos comparados sobre a qualidade do internet banking e a diversidade de produtos online.
6. Escolha a agência certa: alguns bancos brasileiros têm um número elevado de agências, quase uma em cada esquina. A escolha da agência também pode fazer muita diferença no tipo de relacionamento que você vai ter com o banco. Converse com clientes sobre o que eles acham do atendimento em suas respectivas agências para descobrir se há problemas aparentemente sistêmicos – como filas longuíssimas em várias delas – ou se o atendimento é tranquilo.
Bancos que atendem a muitos não correntistas tendem a ter agências lotadas, ainda que tenham serviços mais baratos, por exemplo. Você deve verificar, nesse caso, qual a sua prioridade. Thiago Álvarez também aconselha a evitar agências localizadas nos centros comerciais e financeiros das grandes cidades.
“Não necessariamente a agência que fica mais perto do seu trabalho será a mais adequada. Em locais mais movimentados, um mesmo gerente chega a ter mais de mil clientes. Será mais difícil ele dar a atenção adequada, e as filas serão maiores. Talvez seja melhor escolher uma agência mais tranquila, perto de casa”, orienta.
Não fique preso ao seu banco
Thiago Álvarez lembra que além de pesquisar um bom banco, a pessoa deve ter em mente que ela não precisa concentrar a totalidade de sua vida financeira naquela instituição. “Considere outras fontes de informação para tomar decisões específicas. É interessante buscar informações sobre investimentos e consultoria financeira fora dos bancos, uma vez que muitas vezes o que o banco quer oferecer está em desalinho com o interesse do cliente”, diz.