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Meu marido morreu e tinha herança a receber. Eu e meu filho temos direito?

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Cônjuge sobrevivente e filhos do casal não perdem o direito à herança particular por causa do falecimento (filadendron/Getty Images)

Marília Almeida

Publicado em 7 de fevereiro de 2021 às 07h30.

Sou casada em comunhão parcial de bens. Como fica apartilhacom a morte de um dos cônjuges, e com filhos, quando o que faleceu tem herança a receber? Qual é o direito do cônjuge sobrevivente e dos filhos do casal?

*Resposta de Samir Choaib, Helena Rippel Araujo e Lais Meinberg Siqueira

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No regime de comunhão parcial de bens, em caso de sucessão, o cônjuge sobrevivente tem direito à metade dos bens adquiridos na constância do casamento (os chamados “bens comuns”) e, também, a uma parcela sobre os bens particulares do cônjuge falecido, em fração igual à dos descendentes do falecido.

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Bens particulares, de modo geral, são aqueles adquiridos anteriormente ao casamento ou recebidos por doação e/ou herança. Os descendentes, portanto, recebem como herança em regra: metade dos bens comuns do falecido e uma parcela igual à do cônjuge sobrevivente sobre os bens particulares.

Portanto, conforme descrito acima, os bens recebidos por herança, pelo cônjuge falecido, compõem o seu patrimônio particular e, conforme a lei, deverão ser partilhados igualmente entre o cônjuge sobrevivente e filhos.

É importante ressaltar que o direito à herança só passa a existir com a morte do detentor dos bens. Assim, para a resposta à pergunta, estamos considerando a seguinte ordem cronológica: i) falecimento do parente do cônjuge; e ii) posterior falecimento do cônjuge, antes que o processo de inventário/partilha dos bens fosse concluído (neste caso, o espólio passará a ser o beneficiário da herança e a partilha destes bens se dará conforme já descrito acima).

Portanto, o espólio do cônjuge falecido passará a ter o direito a receber aquela herança e o inventariante deverá informar a ocorrência do falecimento no processo de inventário do parente, ainda em curso. O cônjuge sobrevivente e os filhos do casal não perderão o direito à herança por causa do falecimento.

*Samir Choaib é advogado e economista formado pela Universidade Mackenzie, pós-graduado em direito tributário pela PUC-SP. É sócio do escritório Choaib, Paiva e Justo, Advogados Associados, responsável pela área de planejamento sucessório do escritório.

*Helena Rippel Araújo é advogada especialista em Estratégias Societárias, Sucessórias e Tributação pela GVLaw/SP. Pós-graduada em Direito de Família e Sucessões pela Escola Paulista de Magistratura de São Paulo. Atua no escritório nas áreas de Planejamento Sucessório e assessoria tributária às pessoas físicas.

*Laís Meinberg Siqueira é advogada formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Cursou Contabilidade Aplicada ao Direito pela GVLaw/SP e atualmente cursando pós-graduação em Direito Empresarial pela FGV. Atua no escritório nas áreas de Planejamento Sucessório e assessoria tributária às pessoas físicas.

Tem alguma dúvida sobre direito de família? Envie suas perguntas para seudinheiro@exame.com.

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