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ETFs de renda fixa são nova opção de investimento

A partir de agora o investidor conservador poderá diversificar suas aplicações com fundos que acompanham índices e têm cotas negociadas na bolsa

Homem e cifrões: benefício fiscal e custo baixo são vantagens do produto (NicoElNino/Thinkstock)

Marília Almeida

Publicado em 10 de setembro de 2018 às 17h07.

Última atualização em 1 de novembro de 2018 às 11h49.

São Paulo - A Mirae lançou, nesta segunda-feira (10) o primeiro ETF de renda fixa do país, uma opção de fundo para investidores com perfil conservador e moderado diversificarem a sua carteira de investimentos.

O fundo, que acompanha índices de referência e tem cotas negociadas na bolsa de valores, chama atenção pelo custo baixo, já que não necessitam de uma gestão ativa. Sobre a aplicação, incide uma taxa de manutenção do fundo equivalente a 0,3% ao mês. Sobre os ETFs também não incide IOF nem come-cotas, a cobrança antecipada de imposto de renda sobre os ganhos de fundos.

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Um benefício fiscal importante do novo produto é sua alíquota de Imposto de Renda (IR), de 15%, não importando em que momento o investidor compre ou venda a sua cota. O porcentual é uma vantagem em relação aos fundos de renda fixa,tributados pela tabela regressiva.

A aplicação financeira também oferece uma menor exposição ao risco. Quando o investidor adquire uma cota de um ETF, é como se ele estivesse comprando todas ações da carteira usada como referência. Ou seja, se um ativo tiver uma queda, ela pode ser compensada pela alta de outro ativo.

O ETF da Mirae seguirá um índice personalizado, desenvolvido pela gestora em conjunto com a S&P Dow Jones Índices.O S&P/B3 Índice de Renda Fixa medirá o desempenho de uma carteira hipotética composta por contratos futuros pré-fixados de DI de três anos. Será possível aplicar no fundo valores a partir de 10 reais.

Até hoje, a B3 negociava apenas cotas de ETFs de renda variável, mercado que, nos últimos meses, vem registrando uma volatilidade maior por conta da turbulência política pela qual passa o país. "Esperamos que os ETFs de renda fixa atraiam mais investidores pessoas físicas. Os ETFs de renda variável somam, até hoje, 30 mil pequenos investidores. Acreditamos que possamos atrair quem aplica em poupança, que hoje são 7 milhões de brasileiros com recursos", conta Felipe Paiva, diretor de relacionamentos com clientes Brasil da B3.

O investidor que se assustar com o fato das cotas serem negociadas em bolsa, o que dá a possibilidade de serem acompanhadas em tempo real, deve ter em mente que a volatilidade média de um ETF é de, em média, 5%, conta André Pimentel, diretor de investimentos da Mirae. "Como comparação, o Ibovespa, principal índice da bolsa, costuma oscilar 12%. Ou seja, o sobe e desce de um ETF é bem menor."

Concorrência

A corretora Mirae mal lançou o produto inédito e já terá concorrência no ano que vem.

O Tesouro Nacional irá apoiar a criação de um ETF de renda fixa, que será gerido pelo Itaú, em um modelochamado de Issuer-Driven Exchange Traded Fund (ID ETF, na sigla em inglês).

No Brasil, o ID ETF tem como objetivo replicar a carteira teórica do IMA-B (Índice de Mercado Anbima), formado por títulos públicos indexados ao IPCA.

A emissão inicial do ID ETF será de no mínimo R$ 300 milhões e vai ocorrer no primeiro semestre de 2019.

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