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É possível comprar imóveis mais baratos no fim do ano?

Segundo especialistas, preços dos imóveis não costumam ser afetados pela época do ano, como acontece com os carros; entenda


	Prédios em construção: mais dinheiro na mão para dar uma entrada maior pode ajudar a obter descontos
 (Claudio Rossi/VOCÊ S/A)

Prédios em construção: mais dinheiro na mão para dar uma entrada maior pode ajudar a obter descontos (Claudio Rossi/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h58.

São Paulo – Muita gente aproveita o tempo livre das férias coletivas e o fôlego financeiro do 13º salário para comprar um carro ou mesmo um imóvel na virada do ano. Mas ainda que possa ser financeiramente vantajoso comprar um veículo, não necessariamente a época favorece a compra da casa própria.

No caso dos carros, a vontade das concessionárias de acabar com os estoques para dar espaço para os modelos fabricados no ano seguinte faz com que elas concedam descontos.

Mas a lógica do mercado imobiliário é diferente. Embora as construtoras possam terminar o ano com imóveis em estoque, elas não têm a necessidade de desová-los para o ano seguinte.

“Não constato mudanças de preços nos imóveis no fim do ano, como descontos. Há oportunidades durante o ano inteiro, e com a euforia de preços e forte demanda de 2011 e 2012, o mercado ficou mais seletivo”, diz Wang Chi Hsin, investidor imobiliário e coautor do livro “Investir em imóveis: entenda os segredos práticos deste mercado”.

Assim, diferentemente do que ocorre com os carros, a virada do ano não tem influência nos preços dos imóveis, não favorecendo descontos nem altas.

Segundo o consultor imobiliário do escritório Areal Pires Advogados, Alex Strotbek, o máximo que pode ocorrer nessa época é as imobiliárias concederem descontos para alavancar as vendas de fim de ano. E mesmo assim, o evento é pontual.

Strotbek explica que, pelo lado das incorporadoras, o desconto não acontece por conta da época. No caso dos imóveis novos, os descontos ocorrem quando as vendas na planta não atingem o mínimo necessário para tornar o projeto viável. E isso pode ocorrer em diferentes épocas do ano.

Uma superoferta de um determinado tipo de imóvel também pode gerar descontos, e isso também normalmente independe da época.

“O mercado ainda está aquecido. Se estivesse parado, poderia até haver desconto para as épocas em que as pessoas estão com dinheiro no bolso, como agora”, observa Strotbek.


Para comprar um imóvel usado, a concessão de descontos depende mais da necessidade e da urgência do vendedor que de qualquer outra coisa.

Segundo Wang Chi Hsin, os imóveis cujos preços podem responder a alguma sazonalidade são os imóveis de temporada.

Ele afirma que imóveis de praia, por exemplo, costumam ficar mais caros no verão, e imóveis de regiões de turismo de inverno encarecem na estação mais fria.

Mais dinheiro na mão permite negociar condições melhores

O que é possível fazer ao comprar um imóvel – seja novo ou usado – é negociar um desconto oferecendo uma entrada ou sinal maior.

Nesse sentido, a época é boa, pois em dezembro chega o 13º salário, e no início do ano há quem receba participação nos lucros da empresa onde trabalha.

Alex Strotbek dá o exemplo do imóvel vendido na planta. Se você tiver que pagar 25% do valor do imóvel até a entrega das chaves, pode obter um desconto se conseguir oferecer a mesma quantia numa tacada só ou em menos parcelas.

“Digamos que o prazo da obra seja de 30 meses. A incorporadora precisa desses 25% até o fim desse prazo para financiar a obra. Se ela receber tudo adiantado, vai ter o mesmo poder de compra que só teria dali a 30 meses. Ela poderá conceder um desconto referente a esse tempo que ela não precisará esperar”, explica.

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