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Bolsa pode triplicar de valor em até 5 anos, diz economista

Otimista e didático, o economista e autor de best-seller Eduardo Moreira diz crise é momento de oportunidade, e usa padaria para explicar o mercado a iniciantes


	Eduardo Moreira: Otimista em relação à vida e ao mercado
 (Divulgação)

Eduardo Moreira: Otimista em relação à vida e ao mercado (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2012 às 09h04.

São Paulo – O engenheiro e economista Eduardo Moreira é um otimista inveterado. Vítima de dois acidentes graves, o ex-sócio do BTG Pactual e atual sócio do Grupo Brasil Plural decidiu contar em um livro as histórias de Monty Roberts, a maior autoridade mundial em doma não violenta de cavalos, e do preparador de atletas Nuno Cobra, ambos personagens que, como o autor, aproveitam momentos difíceis para aprender a encarar a vida de outra forma.

No caso de Moreira, o fascínio pela superação se traduz em um entusiasmo e otimismo inesperados em relação ao mercado financeiro atual. Em sua palestra “As perspectivas para o mercado de ações e para renda fixa”, o magnético economista fascina a plateia com seu didatismo, ao explicar o funcionamento dos mercados de ações e de títulos por meio de analogias com o funcionamento da “padaria do Seu Zé” e da “loja de sapatos de Seu João”.

O entusiasmo do autor em relação ao mercado financeiro pode parecer um pouco fora de lugar em um momento de tamanho pessimismo e grandes incertezas ao redor do mundo. Mas para o sócio do Grupo Brasil Plural, que neste ano se fundiu à corretora Geração Futuro, a crise é sinônimo de oportunidade. “Eu acho que daqui a três, quatro ou cinco anos a Bolsa vai duplicar ou triplicar de valor, e haverá quem diga ‘caramba, que chance eu perdi’”, vislumbra.

É claro que Moreira é um profissional ligado a uma corretora de valores em um momento em que a crise tornou hercúlea a já difícil tarefa de se fazer projeções econômicas. Apesar de tudo isso – ou talvez por causa de tudo isso – o economista defende o investimento em ações com vistas ao longo prazo. “Hoje o preço está diferente do valor que as empresas efetivamente têm. O comportamento em massa é isso, todo mundo faz a mesma coisa e desvirtua o preço da ação. Aí esse preço cai, mas o valor da empresa continua o mesmo”, argumenta. “O Brasil é um dos melhores países do mundo, tem ótima capacidade de pagamento e de manutenção. Tem interferência do governo, mas também tem segurança institucional”, defende.

Padarias e lojas de sapatos

No início de sua apresentação, Eduardo Moreira pede licença aos mais informados sobre o mercado e passa a usar uma linguagem simples, que acaba por agradar até a quem entende um pouco mais sobre o mercado financeiro, ao unir entretenimento à simplificação de assuntos mais espinhosos. Segundo o economista, as explicações são necessárias porque os investidores não sabem fazer as perguntas certas a seus gerentes e consultores, o que seria crucial para o sucesso nos investimentos pessoais.

Moreira condensa os conceitos do mercado financeiro na história da abertura da padaria do Seu Zé, que começa com um investimento inicial de 10.000 reais, bons sonhos e vitaminas de abacate e um bom atendimento que logo conquistam uma vasta clientela. Para expandir seu negócio, o empreendedor propõe ao amigo João, que entende um pouco de padarias, um investimento de 10.000 reais para ser dono de metade da empresa: metade dos lucros, dos gastos e, é claro, dos prejuízos. Em resumo, João se tornaria um acionista, um sócio.


“Ao comprar uma ação, é preciso entender se a empresa é boa e se quem toma as decisões é inteligente. Se a ação está barata pode ser porque quem decide não pensa direito ou não está preparado. Nós associamos a compra de ações à especulação, mas na verdade se trata de se tornar ‘sócio da padaria do Seu Zé’”, compara Moreira.

O mesmo exemplo explica o mercado de renda fixa. Seu Zé quer ampliar ainda mais seu negócio, mas quem tem dinheiro disponível é Cláudio, um sujeito que não entende muito do ramo e provavelmente diria para “colocar farinha de rosca no sonho”, brinca o palestrante. Assim, em vez de se tornar acionista, Cláudio empresta dinheiro a Seu Zé, esperando recebê-lo de volta dentro de um ano com juros de 10%.

Apesar de Moreira sugerir que “isso é tudo que se precisa saber” sobre o mercado de renda fixa, seus exemplos são bastante simplificados, e bastam apenas para fazer o iniciante entender os princípios que regem os mercados. Por meio da linguagem didática, o autor consegue também fazer a plateia compreender a sopa de letrinhas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto.

Ele explica que, como não pode ter um sócio, o governo apenas capta recursos por meio de empréstimos, emitindo títulos de dívida. Assim, ao comprar uma Nota do Tesouro Nacional – série B (NTN-B), o investidor que quer preservar seu poder de compra frente à inflação assume uma dívida do governo, mediante a promessa de uma taxa de juros predefinida e a correção pela inflação do período.

Já as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são aquelas pelas quais o governo se compromete a pagar a taxa de juros definida pelo próprio governo. “O governo altera os juros o tempo todo, e o investidor não quer ficar fora da festa. Então o governo emite esse título, por meio do qual promete que, quaisquer que sejam os juros, ele paga”, explica Moreira. Só que o investidor que não quer saber da história do sobe e desce de juros, diz o economista, pode determinar a taxa de juros que quer receber antes de comprar a dívida. Para isso, ele pode investir em uma Letra do Tesouro Nacional (LTN), um título prefixado.

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