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Como investir em fundos estrelados, como o Verde, e ainda fazer o bem

Fundo de fundos da VRB destina parte de taxa de administração dos gestores para apoiar projetos sociais e permite aplicações a partir de 10 mil reais

Planta com moedas (Towfiqu Photography/Divulgação)

Planta com moedas (Towfiqu Photography/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 6 de maio de 2019 às 16h21.

Última atualização em 6 de maio de 2019 às 19h41.

São Paulo - O Verde, de Luis Stuhlberger, o SPX Nimitz e Kapitalo Zeta são fundos de investimento reconhecidos no mercado financeiro que estão fechados para novas aplicações de investidores. De tempos em tempos eles abrem uma breve janela para captação, que é fechada rapidamente. O último a fazer isso foi o Verde, em setembro e outubro do ano passado.

Contudo, investidores que queiram aplicar nesses fundos têm uma alternativa acessível: o fundo de fundos multimercado da instituição filantrópica VRB, que inclui no portfólio nove produtos, seis deles fechados para aplicações. O Verde corresponde a 13,8% do seu portfólio, enquanto o Kapitalo corresponde a 11%. e, o SPX Nimitz, 8,64%.

O fundo de fundos da VRB replica a carteira ideal de cada casa e se baseia em três estratégias: macro, ações long biased (que busca ganhar não apenas com a alta, mas também com a baixa dos papéis) e renda fixa. A aplicação, portanto, é indicada para investidores com perfil moderado.

Neste ano, até abril, o fundo rendeu 4,17% —equivalente a 205% da taxa CDI. Nos últimos doze meses encerrados em abril, fechou com rentabilidade de 6,07%, equivalente a 106% do CDI. Distribuído em plataformas como a XP, o fundo exige investimento mínimo de 10 mil reais.

A partir do momento em que entrou na plataforma da XP, no começo do ano, o número de investidores do fundo saltou de 22 para 271. O total aplicado no fundo soma 160 milhões de reais.

Criada em 2016 inspirada em um fundo inglês, o The Children’s Investment Fund (TCI), a VRB, cujos fundos são gerenciados pela Tera Investimentos, conseguiu reunir estrelas do mercado financeiro por conta de um propósito: apoiar projetos sociais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Os apoiadores aceitam vender um porcentual de cotas fechadas para captação para ajudar a atrair investidores, enquanto os gestores do fundo doam parte da taxa de administração cobrada, descontadas despesas, para os projetos parceiros. Como resultado, o investidor fica com os resultados líquidos e não tem custo financeiro adicional: só paga a taxa de administração de 1%. O fundo não cobra taxa de performance, "É um jogo onde todos ganham, um modelo de filantropia 2.0", diz Tiago Fernandes, CEO da VRB.

Além de ter fundos de renome espelhados na carteira, executivos de gestoras como Turim e UBS Consenso figuram como membros do Comitê de Investimento do fundo. A cada dois meses eles montam o cenário macroeconômico do fundo e, baseados nele, selecionam ativos e gestores. Outros nomes, como o economista Edmar Bacha e Anna Victoria Lemann, a filha de Jorge Paulo Lemann, atuam como consultores.

O multimercado é o segundo fundo da instituição, criado após uma experiência positiva em parceria com a gestora Oceana. Em 2014 a VRB replicou o fundo de estratégia long biased da casa com a mesma estrutura de custos, também doando parte relevante da taxa cobrada.

A seleção dos projetos apoiados é feita pela VRB com o apoio de especialistas. Atualmente, são três instituições: o clube de futebol Pérolas Negras, que tem sede em Paty do Alferes (RJ) e tem como objetivo inserir refugiados do Haiti, Síria, Venezuela e brasileiros no mercado de trabalho por meio do esporte, também apoiado pelo megainvestidor George Soros; o projeto Educação na Escola, que integra a matemática financeira à grade curricular do ensino médio de escolas públicas da grande São Paulo; e o Compromisso com o Futuro do Rio, destinado a implementar novas ideias e políticas sociais para a redução de mortes de policiais no Rio de Janeiro.

A ideia é agregar mais projetos ou substituir os da carteira ao longo do tempo. A estimativa da VRB é que 4 milhões de reais já tenham sido doados para esses projetos desde o início das operações dos dois fundos.

Além dos fundos da VRB, outra gestora que investe em projetos sociais é a Vox Capital. Mas o modelo é diferente: os fundos investem diretamente em empresas que promovem impacto social, no modelo de venture capital.

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