A morte do IGP-M: gigante do aluguel adota IPCA em contratos
Substituição valerá para contratos novos de 2021 intermediados pela imobiliária Lello
Marília Almeida
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 15h21.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 15h26.
A Lello, empresa de locação que atua em São Paulo, decidiu mudar o índice que irá reajustar os novos contratos de aluguéis residenciais e comerciais em 2021. O IGP-M , índice inflacionário que usualmente corrige o valor dos contratos, será substituído pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O objetivo é reduzir o impacto sobre os reajustes: há alguns meses o IGP-M acumula alta acima da média – o índice subiu 23,5% em 2020.
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Segundo Moira de Toledo Bossolani, diretora jurídica da Lello, a mudança é uma medida emergencial cujo intuito é manter os contratos de aluguéis, atendendo às necessidades de locadores e locatários, já muito afetados pela pandemia. "Dessa forma, buscamos evitar a desocupação dos imóveis”.
A diretora explica que a medida vale apenas para contratos novos, firmados neste ano. Para os contratos do ano passado é aconselhável que os proprietários negociem com os inquilinos. Isso porque a demanda do mercado de locação está baixa e é possível encontrar imóveis com preços inferiores aos vigentes em contratos, cenário que favorece o inquilino.
Antes da Lello a QuintoAndar já havia anunciado, em novembro, a mudança no índice de reajuste dos aluguéis. Desde então todos os novos contratos de locação firmados pela plataforma passaram a ser reajustados pelo IPCA. Para os contratos firmados antes disso, a mudança é facultativa — proprietário e inqulino podem decidir, em comum acordo, migrar de regime.
Desde outubro a Lello já havia passado a intermediar negociações entre locadores e locatários. Como resultado, conseguiu segurar a alta prevista pelo índice em 60% dos contratos, seja por meio da manutenção do valor do aluguel ou a concessão de descontos. Foram concedidas três opções ao proprietário: não reajustar, aplicar o IPCA em vez do IGP-M ou determinar o percentual de reajuste.
No auge da pandemia, a imobiliária também negociou descontos nos valores dos aluguéis e prazos maiores para a realização dos pagamentos. No total, foram renegociados R$ 25 milhões em aluguéis.