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8 lições do cinema para o seu bolso

De Wall Street a Harry Potter, veja lições que o cinema pode trazer sobre o mercado financeiro, investimentos pessoais e o ideal de riqueza

Do cinema para o seu bolso (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2012 às 09h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.

São Paulo - Decisões financeiras são diretamente ligadas a questões pessoais. A relação com o dinheiro envolve ambições, competição, incertezas e insegurança. Por isso, muitas vezes uma lição isolada de finanças pode não ser tocante o suficiente para ajudar efetivamente alguém que está em busca de uma direção.

Tanto para quem quer compreender melhor alguns conceitos, quanto para quem quer reconectá-los ao dia a dia, os filmes podem trazer reflexões significativas e ajudar na tomada de decisões definitivas.

Pensando nisso, a EXAME.com selecionou oito filmes que trazem desde ensinamentos sobre os fundamentos do mercado até dicas de como guiar os investimentos.

  • 2. Wall Street (1987)

    2 /9

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    No primeiro filme, que se passa na década de 80, o jovem Buddy Fox (Charlie Sheen) conhece Gordon Gekko (Michael Douglas), um milionário que se aproveita de informações privilegiadas para enriquecer na bolsa de Wall Street. Ambos se aproximam e logo Buddy se deslumbra com o mundo de Gekko, chegando ao ponto de traí-lo.

    O filme faz um claro retrato do "efeito manada" dos mercados de ações, ensinando ao investidor que tomar determinadas decisões baseadas em um momento de forte alta - em bom português, ir com a maré - pode não ser uma boa ideia.

    Ao escancarar as imoralidades do mercado financeiro, o filme traz a sua maior lição: “Ele é bom para quem crê naquela aura do mercado financeiro de grandes gênios, pessoas com formação fantástica e que usam genialidade no mercado. É bom para observar que o mercado também tem toda uma esfera de lobbies, de política e fraudes que impactam o investimento”, explica o professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas, César Caselani.

  • 3. Trabalho Interno (2011)

    3 /9

  • Vencedor do Oscar de melhor documentário de longa-metragem em 2011, Trabalho Interno (Inside Job), assim como Wall Street, é filme obrigatório para quem deseja conhecer melhor os meandros do mercado financeiro. Por meio de uma série de depoimentos reveladores, o diretor Charles Ferguson mostracomo foi iniciada a crise que causou um desastre financeiro sem proporções. A exposição do caráter especulativo do mercado e a impunidade dos culpados da crise são as questões centrais da produção.

    Aparentemente, um documentário sobre a crise de 2008 pode não trazer nenhuma lição prática ao dia a dia do investidor, mas, conforme defende o professor César Caselani, quem está de alguma forma ligado ao mercado deve entender os fundamentos de um dos maiores traumas da história da economia. “Para investir, as pessoas têm que olhar um pouco para os fundamentos, olhar para o mundo hoje e para estes grandes colapsos para entender que essas coisas podem acontecer, que uma nova bolha pode aparecer. Elas têm que entender onde estão entrando”, diz.

  • 4. Harry Potter e as Relíquias da Morte - parte 2 (2011)

    4 /9

    No último filme da saga Harry Poter, os personagens entram em um dos cofres do banco dos bruxos, Gringotes, para encontrar uma relíquia que os ajudaria a vencer o vilão Voldemort. O mais importante desta passagem é que eles conseguem entrar no cofre com a ajuda de um duende, mas passam por alguns apuros lá dentro, e o suposto “facilitador” acaba não os ajudando quando eles mais precisaram.

    Sempre tenha um plano de fuga e entenda exatamente como os investimentos funcionam. Algumas aplicações que oferecem altos retornos podem implicar altos riscos também. É por isso que os analistas recomendam que os investidores diversifiquem o portfólio. Parte das aplicações deve ser feita em um investimento mais seguro de renda fixa bastante líquido, caso seja necessário fazer um resgate de emergência. Outra parcela deve ser direcionada a investimentos que podem trazer mais retorno, mas no limite do prejuízo que o investidor pode arcar.

    Outra dica: não confie cegamente em conselhos, receitas milagrosas de sucesso e investimentos que prometem altíssimos retornos em pouco tempo e baixo risco. Quem tiver de fato uma receita infalível e prática para enriquecer certamente não a dividirá com um monte de gente. Todo investimento deve ser muito bem avaliado e escolhido de acordo com os objetivos particulares do investidor.

  • 5. Uma linda mulher (1990)

    5 /9

    A trama da garota de programa mais adorada da história do cinema, Vivian, e do bilionário Edward pode ir além do romance se for observado com um pouco mais de atenção. O personagem de Richard Gere tenta fazer uma negociação para comprar uma empresa, mas acaba desistindo no final. Os donos temiam a compra porque, com o negócio, a companhia passaria por uma série de reformulações que jogariam no lixo anos de trabalho da família para manter o padrão da empresa. Para Erica Gorga, professora de finanças da Fundação Getúlio Vargas, a passagem pode ensinar que uma fusão ou determinada decisão da diretoria de uma empresa pode trazer lucros imediatos, mas o acionista deve ficar atento sobre aquele movimento. “Às vezes, um fundo de investimento está com uma enorme lucratividade, mas está fazendo negócios de alto risco. Ou ainda, uma empresa pode ter um lucro extraordinário, mas para isso os os donos estão comprando alguma briga que pode trazer problemas futuros”, avalia. Ela completa dizendo que o investidor deve ficar atento, não só ao mercado, às notícias sobre a empresas em que investe, mas também aos gestores do fundo de que participa. Outra lição é que os excessos com o trabalho podem vir aliados a problemas. No filme, Edward só fica com seu grande amor quando o trabalho deixa de ser a prioridade. Nas finanças, as decisões devem ser tomadas com calma. Estresse e tribulações podem levar o investidor a más decisões.
  • 6. Missão Madrinha de Casamento (2011)

    6 /9

    Indicado ao Globo de Ouro de melhor filme de comédia em 2011, "Missão Madrinha de Casamento" conta a história de Annie Walker (Kristen Wiig), que descobre que a melhor amiga está noiva e, apesar de estar sem dinheiro, faz questão de liderar as madrinhas do casamento e fazer rituais caros (e bizarros). A despeito de ser uma comédia, o filme faz um retrato de uma situação bastante comum, a comparação da situação financeira. É o que se chama de riqueza relativa: o olhar sobre riqueza do outro. Você tem o que precisa, mas quando se compara aos outros, tem a falsa sensação de que não tem o suficiente. Em investimentos e negociações é importante ser honesto com amigos e conhecidos, e ser sensível às suas limitações. “Qualquer tipo de investimento tem que levar em conta o quanto a pessoa precisa manter de gastos fixos. Às vezes ela vai na onda de um amigo, e faz um investimento sem ter margem para isso. A possibilidade de a pessoa assumir risco no mercado varia de acordo com seu patrimônio extra”, explica Erica Gorga, professora de finanças da Fundação Getúlio Vargas.
  • 7. Up - Altas Aventuras (2009)

    7 /9

    Um desenho animado e finanças? Sim. "Up" tem pelo menos três bons ensinamentos sobre investimentos. O primeiro deles é a importância de se ter um colchão de emergências - dinheiro aplicado em um investimento de baixo risco, voltado apenas para necessidades emergenciais. Os personagens Ellie e Carl economizaram dinheiro a vida inteira para realizar o sonho de fazer uma viagem, mas tiveram que usar parte da economia para imprevistos. A segunda dica: persista no seu objetivo. Russel, o garotinho dos balões, insistiu muito até conseguir a atenção de Carl. Alguns dos mais ricos investidores dizem que só conseguiram enriquecer depois de sofrer alguma perda financeira, e sempre mantendo a paciência para esperar o retorno de um investimento. O filme mostra ainda a fixação de Carl por sua casa e o seu sofrimento ao perdê-la. Muitos investidores compartilham dessa fixação pelo imóvel, o velho sonho da casa própria, e acreditam que este é um investimento sem risco, certeiro e essencial. Nenhum investimento é imune a riscos e prejuízos. Os imóveis, por exemplo, também podem desvalorizar.
  • 8. Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (2009)

    8 /9

    "Delírios de consumo de Becky Bloom" mostra a realidade de mulheres extremamente consumistas que acabam se afundando em dívidas. Uma frase emblemática da protagonista resume bem o sentimento destas compradoras compulsivas: “Porque quando eu compro o mundo parece melhor”. O filme ensina que é importante fazer algumas reflexões sobre os estímulos de consumo a que estamos expostos atualmente. E também que a consciência sobre cada atitude no campo dos investimentos é crucial para que o investidor não seja arrastado para uma situação catastrófica, sem perceber. O endividamento, quando compulsivo, se torna uma doença, que pode levar a consequências tão extremas quanto o vício em drogas. Atualmente, pessoas de vários países se reúnem em grupos anônimos, no mesmo formato do Alcóolicos Anônimos, para tentar se livrar da doença. Os grupos chamados Devedores Anônimos estão espalhados em 10 países e 50 estados pelo mundo.
  • 9. O Primeiro Milhão (2000)

    9 /9

    O filme "água com açúcar" narra a história do jovem Seth Davis (Giovanni Ribisi), que montou um pequeno cassino em seu apartamento e tem dois objetivos na vida: ganhar seu primeiro milhão de dólares e conquistar o respeito do pai. Para isso, ele deixa o cassino e passa a trabalhar em uma empresa que promete aos jovens torná-los milionários. Eles recebem altas comissões para convencer grandes investidores a comprar participações de empresas quase falidas, inflando preços pouco antes de a empresa sofrer um colapso. É mais um filme que mostra alguns excessos do mercado. Novamente, leva o investidor a pensar duas vezes antes de decidir encarar altos riscos e a desconfiar de propostas inebriantes. Além disso, o filme leva à reflexão de que o primeiro milhão não é inalcançável, mas que também não será obtido sem disciplina e uma dose de sacrifício. O investidor precisa estabelecer seus limites. Provavelmente será preciso abrir mão de alguns prazeres imediatos para ser rico no futuro. Mas será que vale a pena tomar decisões antiéticas no processo?
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