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8 dicas sobre dinheiro dos veteranos para os mais jovens

Veja quais recomendações especialistas no assunto dariam a eles mesmos quando eram mais jovens


	Homem olha as horas: Investir 10% de seus ganhos e não concentrar tudo em imóveis são algumas das dicas para os jovens
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Homem olha as horas: Investir 10% de seus ganhos e não concentrar tudo em imóveis são algumas das dicas para os jovens (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 21h00.

São Paulo – Planejamento e tempo são grandes aliados das finanças pessoais. Economizar dinheiro para a aposentadoria durante décadas, por exemplo, com certeza será muito mais fácil do que deixar para a última hora. Exatamente por isso é comum que muitas pessoas quando mais velhas reflitam sobre o que teriam feito com seu dinheiro quando mais jovens. 

A seguir, elencamos alguns dos principais conselhos que especialistas no assunto dariam para o seu “eu passado” ou recomendariam para quem ainda está em tempo de colocar sua vida financeira nos trilhos. Confira a seguir e saiba que tipos de dicas seguidas hoje podem evitar algumas lamentações no futuro.

1) Preocupe-se mais em ampliar suas fontes de renda do que em ganhar dinheiro com investimentos

André Massaro, especialista em finanças pessoais e autor do livro “Dinheiro é um santo remédio” recomenda que os investidores gastem menos tempo buscando a aplicação ideal e mais tempo pensando em como aumentar sua fonte de renda. “Em finanças pessoais, ganhar dinheiro é um lado um pouco negligenciado, mas antes de se preocupar em investir na poupança, é preciso se preocupar em investir na capacidade de gerar dinheiro. E nada melhor para isso do que investir em educação”, afirma.

A recomendação está cada vez mais em voga entre especialistas porque muitos investimentos que antes traziam grandes rentabilidades hoje já não rendem tanto com a Bolsa em queda e com a redução dos juros básicos da economia, que diminuiu o retorno entre as aplicações de renda fixa

2) Destine 10% da sua renda a investimentos

Mesmo sendo uma dica óbvia, muita gente se arrepende por não ter investido com regularidade desde cedo. E isso ocorre por alguns motivos. Um deles, estudado pelas finanças comportamentais, vertente da psicologia econômica, é a dificuldade de se enxergar o longo prazo. Na prática, isso se traduz em priorizar objetivos de curto prazo, como uma viagem, em detrimento de metas de longo prazo, como a aposentadoria.

Luiz Krempel, especialista em finanças da plataforma de planejamento financeiro GuiaBolso, também afirma que muitos jovens acreditam que devem começar a poupar apenas quando passarem a ganhar um salário maior. “Geralmente, quando ganhamos pouco, os gastos também são menores, por isso é mais fácil acumular dinheiro. Mas muitos jovens ganham o primeiro salário e querem gastar com uma série de coisas que não podiam gastar antes”, diz.

Para Massaro, seja com um salário mínimo ou um salário milionário, quem quer estar em paz com as finanças deve investir pelo menos 10% da renda todo mês. “Nove em cada dez especialistas em finanças recomendam o investimento de 10% da renda por mês”. Quando o investimento se torna um hábito, além de a tarefa se tornar menos árdua, evita-se que no futuro seja preciso fazer grandes sacrifícios diante de uma necessidade. 

3) Invista em ações e seja criterioso na escolha

Especialistas ressaltam que os investimentos em ações tendem a ter uma boa performance no longo prazo. Um estudo realizado com mais de 70 mil contas de investidores americanos durante dez anos mostrou que há uma relação inversa entre desempenho e frequência de transações: quanto mais transações pior é o retorno.

“Eu acho que o investimento lento e diversificado em ações é a melhor forma que existe para se investir. Claro que existem tropeços, mas é por isso que é preciso diversificar as aplicações”, comenta Jurandir Macedo, consultor de finanças pessoais do Itaú e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ele acrescenta que, se pudesse voltar no tempo, teria se preocupado mais em se informar sobre o controlador das empresas nas quais investiu, além de desconfiar de ações muito baratas. “Se a empresa está barata, algum motivo existe. Se eu pudesse mudar alguma coisa, eu seria muito mais cuidadoso em olhar quem é o controlador da empresa à qual eu estava me associando do que para os números. Geralmente, o problema que eu tinha com ações era muito ligado ao comportamento dos controladores”, diz Macedo.

4) Cuide da sua saúde

Pode parecer que não, mas investir em saúde tem tudo a ver com dinheiro. Ter hábitos saudáveis desde cedo pode não só gerar uma grande economia de gastos com remédios, como pode contribuir para que você não arque com altos custos de oportunidade, por exemplo, ao interromper um bom momento de sua carreira para se submeter a um tratamento médico. 

André Massaro ressalta que, mesmo quem tem um bom plano de saúde deve se preocupar com isso, porque as operadoras podem não cobrir alguns tratamentos. “O sistema de saúde privado brasileiro está enfrentando um problema de sustentabilidade econômica. As operadoras de plano de saúde estão passando por dificuldades para equilibrar as contas, e é bem possível que haja uma mudança estrutural para pior e que os clientes tenham menos direitos e mais gastos”, diz.

5) Não concentre todas as suas aplicações em imóveis

Comprar imóveis pode ser uma ótima estratégia de investimento, mas investir todo seu dinheiro apenas nisso pode ser um problema. “Eu canso de ver pessoas com um bom patrimônio em imóveis, mas sem liquidez. Se a pessoa precisa de dinheiro de uma hora para outra, mas seu patrimônio está todo investido em apartamentos e terrenos, ela pode ter dificuldade para vender seus imóveis e ter de aceitar o preço de mercado pelas suas propriedades, o que pode ser desvantajoso”, afirma Macedo, consultor do Itaú.

Concentrar os investimentos em um único produto financeiro é sempre muito arriscado. Alguém que investe seu dinheiro apenas em imóveis durante toda a vida pode ter um enorme prejuízo se uma bolha imobiliária estourar - efeito que seria atenuado caso uma parcela do patrimônio estivesse ligada a outros tipos de investimento.  

6) Não gaste tanto com carros e não consuma apenas para impressionar seu vizinho

"Muita gente comete o erro de focar demais em sinais exteriores de riqueza e acaba gastando o seu dinheiro apenas para aumentar o status. Especialmente os jovens, que compram carros muito caros e depois não conseguem arcar com seus custos", comenta Jurandir Macedo.

Segundo Macedo, além de carros, bens como casas na praia, barcos e até cavalos são outros exemplos de itens comprados para impressionar, mas que muitas vezes geram altos gastos e são poucos usufruídos por seus donos. "Muitas pessoas gastam muito dinheiro com bens que não trazem bons retornos em termos de prazer. E grande parte das vezes, esses desequilíbrios financeiros não são só financeiros, são pessoais. As pessoas que às vezes têm amor próprio muito baixo querem ter muitos bens para aumentar o status social", diz Macedo. 

7) Não peque pelo excesso

Segundo o consultor do Itaú, outro erro muito comum é encarar o dinheiro como um fim e não como um meio. “Algumas pessoas reclamam que não viram os filhos crescer porque trabalharam muito e isso não tem volta, eles não vão crescer de novo. Elas focam demais somente em ganhar dinheiro e escolhem a profissão somente porque o salário é alto. Ganhar dinheiro é um meio na vida e erra quem coloca o dinheiro como fim”, afirma o professor da UFSC.

Ele ressalta que além do excesso de trabalho, os exageros na forma de administrar as finanças também são extremamente prejudiciais. “Há quem economize muito e morra cedo, e quem poupe pouco e viva muito. Um bom planejamento financeiro é aquele em que a pessoa gasta um pouco menos do que ganha. Não se deve poupar demais nem gastar demais, é preciso ter equilíbrio”, diz.

8) Invista no Tesouro Direto para a sua aposentadoria

Especialistas têm recomendado cada vez mais o investimento em títulos do Tesouro Nacional, que podem ser comprados pela plataforma Tesouro Direto, para quem deseja acumular patrimônio para a aposentadoria. “Muita gente entra em fundos de previdência caríssimos ou deixa o dinheiro na poupança, que tem rentabilidade baixa. O Tesouro Direto é um ótimo investimento para a aposentadoria porque seus retornos costumam ser superiores no longo prazo e seus custos são inferiores”, afirma Luiz Krempel.

Dentre os diferentes títulos disponíveis para investimento, as Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-Bs) são as mais indicadas quando o foco é a aposentadoria. As NTN-Bs pagam ao investidor no vencimento um juro pré-definido mais a variação da inflação, remuneração extremamente conveniente para um objetivo de longo prazo, já que no longo prazo a inflação corrói o poder de compra do dinheiro.   

Massaro também acredita que os títulos públicos são um ótimo instrumento de investimento para a aposentadoria, mas lembra que os planos de previdência fechados, oferecidos por empresas a seus funcionários, podem ser extremamente vantajosos quando o empregador contribui com o plano a cada aporte que o funcionário faz.

“Muitas vezes as vantagens fiscais dos planos de previdência são perdidas por causa das altas taxas. Mas a situação em que a previdência compensa incontestavelmente é quando a empresa tem um fundo de pensão e contribui para o plano do funcionário”, diz o consultor.

E você, teria dito algo diferente ao seu "eu mais jovem"? Deixe seu comentário abaixo!

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