7 músicas que ensinam sobre dinheiro
Veja em músicas de Cazuza, Genival Lacerda e Carl Orff lições sobre riqueza, aposentadoria, aluguel de imóveis e investimentos
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2012 às 08h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h22.
São Paulo - Genival Lacerda, Cazuza, Carl Orff, Paulinho da Viola - o que estes compositores têm em comum? Difícil dizer, mas profissionais da área de finanças consultados pela reportagem da EXAME.com conseguiram chegar a uma conclusão: todos eles podem trazer importantes reflexões sobre o dinheiro. Por meio da música é possível por alguns instantes se distanciar de algumas situações que vivemos diariamente e de alguns vícios. As canções podem trazer luz a algum questionamento, tanto pelo fato de proporcionar um relaxamento mental, quanto pelos próprios ensinamentos, muitas vezes subestimados, que estão implícitos nas letras. Assim como a música muitas vezes pode ser a melhor forma de traduzir sentimentos como o amor e a felicidade, algumas experiências sobre o dinheiro (surpreendentemente) poderiam ser muito melhor compreendidas "musicalmente". Veja a seguir sete lições musicais sobre o dinheiro, que vão desde o conceito de riqueza até como planejar um aluguel.
"Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para" A menção que o trecho faz sobre o futuro ser uma repetição sobre o passado com certeza poderia servir para inúmeras reflexões, mas focando no aspecto financeiro, ela pode ensinar como o investidor deve pensar em trajetórias passadas para avaliar as decisões dos investimentos futuros. Martin Iglesias, autor do livro "Investimentos - um livro de segredos e conselhos", avalia que olhar o passado para nortear as aplicações pode ter duas consequências opostas. Segundo ele, utilizar uma análise gráfica baseada na evolução passada para prever o comportamento futuro das ações pode ser muito útil e contribuir para o sucesso dos investimentos. Mas, por outro lado, pode atrapalhar muito também se a análise for feita por alguém inexperiente. “Muitas pessoas e muitos investidores começam a investir na Bolsa usando a analise gráfica, mas ela não é para principiantes, e sim para analistas técnicos profissionais”. Ampliando um pouco a questão, a regra geral dos consultores é que as decisões nunca devem ser tomadas considerando apenas as performances passadas. O histórico de um investimento pode agregar muitos conhecimentos, mas como o futuro é imprevisível, o passado não é determinante. Nem se deve lançar um olhar superficial ou ignorar o contexto dos fatos passados.
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para" A menção que o trecho faz sobre o futuro ser uma repetição sobre o passado com certeza poderia servir para inúmeras reflexões, mas focando no aspecto financeiro, ela pode ensinar como o investidor deve pensar em trajetórias passadas para avaliar as decisões dos investimentos futuros. Martin Iglesias, autor do livro "Investimentos - um livro de segredos e conselhos", avalia que olhar o passado para nortear as aplicações pode ter duas consequências opostas. Segundo ele, utilizar uma análise gráfica baseada na evolução passada para prever o comportamento futuro das ações pode ser muito útil e contribuir para o sucesso dos investimentos. Mas, por outro lado, pode atrapalhar muito também se a análise for feita por alguém inexperiente. “Muitas pessoas e muitos investidores começam a investir na Bolsa usando a analise gráfica, mas ela não é para principiantes, e sim para analistas técnicos profissionais”. Ampliando um pouco a questão, a regra geral dos consultores é que as decisões nunca devem ser tomadas considerando apenas as performances passadas. O histórico de um investimento pode agregar muitos conhecimentos, mas como o futuro é imprevisível, o passado não é determinante. Nem se deve lançar um olhar superficial ou ignorar o contexto dos fatos passados.
Muito sabiamente Zeca Baleiro diz na letra de Babylon que na vida "nada vem de graça, nem o pão, nem a cachaça". Jurandir Macedo, consultor de finanças pessoais do Itaú Unibanco e professor da UFSC, faz uma analogia sobre o trecho em um artigo. Segundo ele, quem viveu o período mais recente da economia, com a inflação sob controle, tem desde cedo preocupações com o futuro. “Esses jovens aprenderam o que a hiperinflação dos anos 60, 70 e 80 não deixou que seus pais aprendessem. A tarefa de prover educação financeira, que os pais deveriam dar aos filhos, mudou de mão. Agora são os filhos que ensinam os pais”, analisa. Macedo explica que a geração criada a “peito de frango” terá que suportar os pais financeiramente, pois para os mais velhos a acumulação de patrimônio foi mais difícil. O fardo não será pequeno para os jovens de hoje: agora, as famílias têm menos filhos para dividir a tarefa de cuidar dos pais e a expectativa de vida cresceu. “Os pais que viveram tentando dar do bom e do melhor para os filhos podem chegar à velhice dependendo destes filhos para sobreviver”. Afinal, nada na vida vem de graça.
A letra composta por Edson e Aloísio e imortalizada na voz de Alcione poderia ser interpretada como uma preparação para o momento do afastamento da “avenida”. “Quando eu não puder pisar mais na avenida. Quando as minhas pernas não puderem aguentar levar meu corpo junto com meu samba, o meu anel de bamba entrego a quem mereça usar”, diz a letra da música. O consultor Martin Iglesias sugere que a letra remete à aposentadoria. “Para mim, essa música reflete a inevitabilidade da aposentadoria, do momento de não poder continuar gerando recursos e à necessidade de se preparar pra este momento”. Esta preparação é um dos conceito primordiais das finanças pessoais. Pensar em um plano financeiro para a fase da aposentadoria é essencial e deve ser feito o quanto antes. Conforme os consultores financeiros explicam, um planejamento de longo prazo é imprescindível para que haja tranquilidade durante a última fase da vida. Diante das reduções nas taxas de juros anunciadas pelo governo, o planejamento de longo prazo se faz ainda mais necessário. Com a queda dos juros reais, o peso de taxas de administração ficou maior, e o investidor deve pensar em outras formas de investir para ter a renda desejável no futuro, como o investimento no Tesouro Direto. As NTN-Bs Principal de longo prazo podem ser uma boa opção. Fernando Meibak, sócio da consultoria Moneyplan, ainda dá outras dicas: “Além do Tesouro Direto, também recomendo aos jovens investir em carteiras mistas, com peso importante em renda variável, 30% é um bom número”.
O título não quer dizer muita coisa, mas o trecho “ele tá de olho na butique dela” é bastante conhecido. Parece brincadeira, mas a música pode ensinar mais do que se imagina. “Severina, minha filha não vai na onda de Pedro. Olha! ele só tem interesse em você, sabe porquê? Porque você tem uma butique, minha filha!”. Substituindo o Pedro por uma empresa e a butique pelo seu dinheiro, é possível estabelecer uma relação com o que os investidores passam diariamente no mercado de ações. Segundo o coordenador do Mestrado Profissional em Economia da Fundação Getúlio Vargas, Ricardo Ratner Rochman, quem investe está diariamente exposto a fraudadores, interesseiros e a propagandas enganosas. “Com as informações erradas, muitos acabam investindo em empresas que parecem ter grande potencial, mas que acabam falindo e fraudando todos os seus resultados”, explica. Rochman faz um paralelo com os casos dos bancos Panamericano e Cruzeiro do Sul, que listaram as ações em Bolsa, passavam uma imagem de liquidez e, ao passar por crises, deixaram muitos investidores a ver navios. Ele também faz uma comparação com o IPO do Facebook: “O investidor tem que ficar de na sua 'butique', deve desconfiar de negócios muito promissores. Não existe mágica no mercado e a empresa está de olho no seu dinheiro, ela tenta atrair o investidor para ganhar com isso”, comenta. O Facebook estreou na bolsa com preço de 38 dólares por ação e a cotação subiu a 45 dólares no primeiro dia. Desde então, porém, não parou de cair até chegar a 11 dólares. Segundo especialistas, o volume de negócios do Facebook reduziu seu ritmo em um momento em que a empresa está realizando importantes investimentos. A companhia tem tido também dificuldades para converter em dinheiro a migração do tráfego da Internet para os aparelhos móveis.
A famosa letra que se consagrou com o verso “dinheiro na mão é vendaval” também pode trazer uma boa reflexão para quem quer aprender um pouco mais sobre a relação com o dinheiro. Sobretudo, o seguinte trecho: “Quanta gente aí se engana e cai da cama com toda a ilusão que sonhou e a grandeza se desfaz [...]”. A letra evidencia alguns traços fundamentais sobre a riqueza: as ilusões, a imprevisibilidade, as ambições e o desapontamento. Conforme comenta o professor da FGV, Ricardo Rochman, é muito difícil ganhar dinheiro, e é muito fácil perder. Trazendo a questão um pouco mais para o dia a dia, Rochman explica que entender de fato que o dinheiro na mão é vendaval pode ajudar o investidor a se proteger de uma grande perda: “Deve-se tomar muito cuidado com as decisões de investimento, pensar com muita calma, tomar cuidado com dicas dos seus amigos, cuidado com dicas do próprio pessoal de mercado. Alguém que parece muito confiável pode ter outros interesses e levá-lo a perder dinheiro", afirma. Não apenas confiar na pessoa errada, mas também no investimento errado, pode levar um patrimônio a se desmoronar em menos de um dia. Por isso, manter sempre parte dos investimentos em uma aplicação mais segura de renda fixa é muito importante, pois permite que o investidor tenha um colchão financeiro ao qual recorrer em uma eventual emergência.
De acordo com Martin Iglesias, a cantata composta em 1937 pelo alemão Carl Orff, um dos compositores mais destacados do século XX, mostra que com a riqueza tudo se constrói e tudo se destrói. Em uma tradução livre do latim, o professor destacou as seguintes frases do primeiro movimento da obra: Como a lua sempre cresce ou míngua / Ora frustras ora satisfazes / Com zombaria os desejos da mente a pobreza/ E o poder dissolves como gelo. Iglesias explica que o primeiro movimento, “O Fortuna”, faz referência à deusa romana Fortuna, que simboliza a roda da fortuna, que eternamente gira, trazendo alternadamente boa e má sorte. “Mostra a aleatoriedade da riqueza, que a partir dela tudo se constrói e tudo se destrói”, diz No livro "Investimentos - um livro de segredos e conselho", Iglesias se utiliza deste trecho para discorrer sobre o mercado financeiro. “No mercado, o investidor deve ficar atento às bolhas. Existem momentos positivos que se tornam ruins, e momentos em que se perde tudo”. As crises são cíclicas - ora a economia vai bem e ora vai mal. Quem pretende ter longa experiência no mercado financeiro deve saber que não estará livre delas.
A música mostra de forma divertida que a relação entre o inquilino e o proprietário de um imóvel pode ser bastante complexa. Entre os trechos, pode-se destacar a seguinte estrofe: “Mas a gente pode, você sabe que a gente pode / Vamos linchar o proprietário / Vou dizer para eles ligarem a água / Vou dizer para eles ligarem o aquecedor / Ele me diz: 'você só faz reclamações' / E remexe o lugar quando eu não estou”. Para evitar conflitos entre as partes, é essencial que seja feito um laudo de vistoria assim que o contrato é firmado. O inquilino e o proprietário devem listar questões como o estado da pintura, do piso, do carpete, das portas e de eventuais móveis, além de fotografar cada detalhe. É baseado neste laudo que o inquilino vai ajeitar o imóvel para a entrega, quando for embora. Se o proprietário assinar o recibo de entrega de chaves sem ressalvas, não poderá mais se queixar caso constate problemas no imóvel em seguida. Por isso, antes de receber o imóvel de volta, o locador deve verificar se realmente não há problemas com o imóvel ou divergências em relação ao início do contrato. Por outro lado, o inquilino deve se resguardar de possíveis erros. O que não for relatado no início do contrato pode gerar reclamações do proprietário no futuro. Se, por exemplo, o locador reclamar de algo que não foi documentado no laudo fotográfico inicial, pode ser difícil para o inquilino provar que o problema já existia quando ele se mudou para o imóvel.