20 corretoras recomendam ações para novembro

São Paulo – O Ibovespa fechou o mês de outubro aos 57.068 pontos, com queda de 3,56% e leve alta de 0,55% em 2012. As carteiras recomendadas de ações das corretoras, no geral, tiveram melhores performances do que o Ibovespa no mês passado. Nos relatórios com as sugestões para o mês de novembro, as corretoras se mostraram bastante otimistas sobre uma possível recuperação da economia brasileira e optaram por recomendar ativos mais focados no setor doméstico. Os analistas também sugeriram fortemente ações do setor de varejo, que devem se beneficiar com o aumento do consumo no final do ano.

As corretoras destacaram que em meados de outubro as bolsas no mundo todo foram impactadas negativamente pela divulgação dos balanços de empresas norte-americanas, que vieram abaixo das expectativas do mercado. Outros fatores externos que tiveram repercussão negativa na bolsa brasileira foram os sinais de desaceleração econômica na China e as expectativas sobre um pedido de resgate por parte da Espanha que não se confirmaram.

Estes fatores influenciaram negativamente os resultados da bolsa brasileira, que segundo especialistas, acaba sofrendo mais do que bolsas de outros países em uma conjuntura de crise, por ser muito baseada em empresas exportadoras de commodities. Eles destacaram, por exemplo, a queda das ações da Petrobras, que tem sido bastante afetada pelos resultados da economia chinesa.

Para novembro, o mercado aguarda os impactos da eleição presidencial norte-americana, no próximo dia 6, os balanços de empresas brasileiras, indicadores de atividade econômica dos EUA e da China e principalmente mais sinais de recuperação da economia nacional.

Veja a seguir as carteiras de ações recomendadas pelas corretoras para o mês de novembro:

Ágora e Bradesco

A carteira Top 10 da Ágora Corretora teve alta de 2,3% em outubro e acumula alta de 22,2% no ano.

Papéis incluídos: Cosan, Estácio e Localiza. Papéis retirados: Anhanguera, Dasa e Ultrapar.

Os analistas destacaram que a Localiza foi incluída no portfólio porque a empresa deve apresentar bons resultados, com a recuperação da economia brasileira e também porque a empresa aumentou seu marketshare enquanto suas concorrentes perderam participação. Eles esperam ainda bons resultados da Cosan, principalmente pelo possível reajuste da gasolina e pelas sinergias criadas com a fusão da Esso e da Shell. E por fim, eles explicam que a Estácio foi incluída na carteira por conta das boas expectativas de abertura de novos centros de ensino e do uso mais agressivo dos estudantes do Fies, programa de financiamento estudantil do governo.

Alpes/Wintrade

A carteira recomendada da WinTrade, home broker da Alpes Corretora, teve alta de 4,67% em outubro. No ano, a carteira acumula alta de 40,49%.

Não houve alterações na carteira de novembro.

Segundo os analistas, o resultado obtido na carteira de outubro valida a estratégia usada pela corretora de diminuir a exposição em ativos de maior risco, para manter a cautela, principalmente pelas incertezas do cenário externo. Para seguir com a estratégia, eles optaram por manter as mesmas recomendações do mês passado para este mês.

Ativa

Em outubro a carteira da Ativa teve alta de 1,35%.

Papéis incluídos: Gerdau Metalúrgica, Kroton, Lojas Renner, TECN3, Comgás. Papéis retirados: BR Malls, Bradesco, Magazine Luiza, Gerdau.

A corretora não fez comentários sobre as alterações feitas na carteira sugerida para novembro.

BB Investimentos

Em outubro, a carteira do BB Investimentos teve queda de 3,82%. E no ano, a carteira acumula alta de 5,33%.

Papéis incluídos: Bradesco, Cielo, Hypermarcas, Mahle Metal Leve, Marcopolo e Vale. Papéis retirados: BR Malls, Eztec, Gerdau, MRV Engenharia, Natura e OGX.

Segundo o analista Hamilton Moreira Alves, a estratégia usada para a carteira de novembro foi a inclusão de papéis que tiveram bons resultados e que devem se beneficiar com os fatores sazonais do final de ano, além da retirada de papéis que já apresentaram bons resultados durante ano, mas que podem ter alcançado seu limite. Sobre a entrada do Brasdesco, ele comentou que o impacto das medidas do governo sobre o setor bancário já foi assimilado e o último trimestre é sempre favorável aos bancos. Com a saída da Redecard, eles optaram por incluir a Cielo para ter um representante do setor de cartões na carteira. A Hypermarcas entrou no lugar da Natura, representando o setor de consumo, porque eles acreditam que a empresa tenha um maior potencial de crescimento. A Mahle Metal Leve e a Marcopolo entraram na carteira pelas expectativas de que ambas se beneficiem de uma possível recuperação da economia.

BI&P Indusval & Partners Corretora

Em outubro a carteira sugerida da corretora subiu 3,86%.

Papéis incluídos: Tim e Transmissão Paulista. Papéis retirados: CCR e Pão de Açúcar.

No relatório mensal da corretora, a diretora de análise de investimento Mitsuko Kaduoka avaliou que os investidores estrangeiros continuam saindo da bolsa brasileira, assustados com políticas do governo como as do setor bancário, setor elétrico e telefonia. Entre outros comentários, Kaduoka afirmou acreditar que no setor de telefonia grande parte das notícias negativas já estão contempladas nas cotações, por isso optou pela inclusão da Tim no portfólio de novembro. E apesar do resultado fraco da Petrobras, ela afirmou que espera um novo reajuste de combustível em 2012, com reflexo positivo para a companhia no primeiro trimestre de 2013.

BTG Pactual

A carteira 10SIM™ do BTG Pactual teve alta 3,0% em outubro. No ano, a carteira apresenta alta de 21,7%.

Papéis incluídos: Hering, BR Foods, Embraer, BMF&Bovespa. Papéis retirados: BR Pharma, Copel, Minerva, Sabesp e Santos Brasil.

Assim como em outubro, os analistas do BTG optaram por manter o portfólio de novembro focado em empresas voltadas ao setor doméstico. Os analistas afirmam que, apesar das recentes dificuldades entre empresas do setor de construção, relacionadas principalmente a um crescimento excessivo, a MRV foi incluída na carteira porque eles acreditam que importantes ajustes do setor estão a caminho. Foram incluídas também as ações da Hering pelas expectativas de crescimento da empresa em 2013. A Embraer entra no portfólio pelas expectativas de aumento de demanda, e eles também acreditam que a demanda por ações e derivativos devem subir nos próximos anos, por isso a inclusão da BM&FBovespa.

Citi Corretora

Não foi divulgado o desempenho da carteira recomendada de outubro.

Papéis incluídos: São Martinho, CCR. Papéis retirados: BR Properties e Gerdau.

Até o fechamento da matéria, os analistas não haviam divulgado comentários sobre as alterações na carteira

Credit Suisse

Não foram informadas a performance da carteira do mês de outubro e quais foram as alterações feitas no portfólio.

No relatório mensal do Credit Suisse, os analistas afirmam que acreditam em uma recuperação da economia brasileira, por isso, a carteira inclui sugestões de empresas que devem se beneficiar neste movimento. Eles também optaram por aumentar a exposição aos ativos da Vale pois acreditam que a empresa é o melhor veículo para capturar a estabilização do crescimento chinês.

Empiricus

A carteira da Empiricus teve alta de 8,86% em outubro.

Papéis incluídos: OHL. Papéis retirados: Ecorodovias.

Os analistas comentam que optaram por manter a carteira praticamente inalterada uma vez que os bons resultados obtidos com os papéis representam apenas uma parcela das apreciações que ainda podem ser obtidas. Sobre a substituição da Ecorodovias pela OHL, eles comentam que a OHL, tomadas as devidas proporções, tem sido negociada com um desconto em relação à Ecorodovias. Segundo eles, este desconto histórico tende a diminuir com as demonstrações de alocação criteriosa de capital, margens estáveis, menor alavancagem e prognóstico de incremento do dividend yield da empresa nos próximos anos. Além disso, eles defendem que com a perspectiva de retomada da atividade econômica no quarto trimestre, a OHL deve ganhar atratividade. “Nome defensivo, barato, pagador de dividendos – sem muito erro”, diz o relatório.

Geração Futuro

Papéis incluídos: Ambev, Natura e BM&F. Papéis retirados: Banco do Brasil, Metalúrgica Gerdau, Itaú e Copel.

Até o fechamento desta matéria a corretora não havia divulgado comentários sobre a carteira.

Geral Investimentos

Em outubro, a carteira da Geral teve alta de 2,82%.

Papéis incluídos: Klabin e Renner. Papéis retirados: M. Dias Branco e Mahle Metal Leve.

Sobre os papéis incluídos na carteira, os analistas explicam que a recente medida de redução de custos da Klabin foi muito satisfatória e permitiu à companhia melhorar sua eficiência operacional e suas margens para seguir com sua estratégia de crescimento. E quanto à Renner, eles afirmam que a companhia tem apresentado fortes ganhos operacionais, com melhora de margens e baixo nível de endividamento e deve se beneficiar pelo bom momento esperado para o varejo no final do ano.

HSBC

A carteira HSBC Top Picks teve baixa de 0,24% em outubro. No ano, a carteira acumula alta de 9,79%.

Não houve alterações na carteira de novembro.

No relatório mensal, os analistas afirmaram que optaram por reforçar a aposta apresentada no mês anterior, nas Large Caps, as grandes empresas da Bolsa, em especial naquelas com maior exposição à recuperação econômica local e chinesa, uma vez que, segundo eles, ambos os países já estão demonstrando sinais de recuperação.

Omar Camargo

A carteira da Omar Camargo apresentou variação positiva de 1,46% no mês de outubro. No acumulado de 2012, a carteira apresenta alta de 22,75%.

Papéis incluídos: Tim. Papéis retirados: EcoRodovias.

De acordo com os analistas, a EcoRodovias foi retirada da carteira em função dos riscos sobre possíveis mudanças nas condições de renovação das concessões de portos, uma vez que a companhia adquiriu nesse ano o Tecondi, terminal de contêineres no porto de Santos, que possui concessão até 2023. E as ações da TIM passam a fazer parte da carteira primeiramente porque a corretora acredita que o papel está sendo negociado com um desconto excessivo e também porque a empresa deu sinais de que terá uma melhoria nas margens em 2013.

Planner

A carteira da Planner teve valorização de 1,39% em outubro.

Papéis incluídos: Pão de Açúcar, Totvs e Vale. Papéis retirados: Fleury e Lojas Marisa.

As ações do Felury foram retiradas da carteira porque os analistas acreditam que ações de outras companhias apresentam maior potencial no curto prazo, diz o relatório. As ações das Lojas Marisa saem do portfólio porque já apresentaram bom desempenho, favorecendo uma realização dos lucros e um reposicionamento de maior potencial no curto prazo. O Pão de Açúcar entra em virtude das boas perspectivas para a economia brasileira, em especial para o mercado interno. Sobre a Totvs, os analistas comentam que, além do menor risco regulatório, o segmento de dados segue apresentando forte expansão, e a empresa pode ter uma elevação de seu valor. Por fim, a Vale foi incluída pela expectativa de recuperação dos preços do minério de ferro e melhoria nas margens da empresa no trimestre em curso.

Rico/Octo Investimentos

A Carteira 8+ de outubro do Rico, home broker da Octo Investimentos, registrou queda de 1,82%. No ano, a carteira acumula alta de 26,09%.

Papéis incluídos: CCR, Helbor, BR Malls e Duratex. Papéis retirados: Ambev, Itaú Unibanco, JHSF e OGX.

Para os analistas da Rico, a Duratex foi incluída porque deve se beneficiar das medidas de estímulo do governo ao setor moveleiro, ao crédito e ao consumo. A Helbor entra pela consistência na entrega de resultados, baixa volatilidade de margens, pay out acima da média do setor e valuation convidativo. A sugestão da CCR ocorre porque os analistas acreditam que as empresas de concessão rodoviária são um ótimo investimento, pois têm previsibilidade grande dos fluxos e possuem contratos de longo prazo que oferecem proteção à inflação. Já a entrada da BR Malls se justifica, segundo a corretora, pela divulgação de fortes resultados do segundo semestre do ano e pela sua estratégia de expansão.

Santander

No mês de setembro a carteira do Santander teve queda de 0,72% e no ano acumula alta de 9,10%.

Papéis incluídos: Bradesco, Qualicorp, Estácio e Marcopolo. Papéis retirados: Cielo, Itaú Unibanco, Kroton, Sabesp e Randon.

Sobre a entrada do Bradesco, os analistas justificam que a composição da carteira de crédito do banco é mais defensiva do que a de seus principais concorrentes, o que é ideal para um momento em que a inadimplência continua alta. Eles comentam que a Qualicorp foi incluída para que houvesse uma exposição ao mercado de saúde por meio de uma empresa com avaliação mais atrativa do que outras do setor. E os ativos da Marcopolo e da Estácio são sugeridos porque ambas as empresas, segundo os analistas, se destacam frente a outras companhias do setor.

Souza Barros

No mês de outubro, a carteira da Souza Barros teve alta de 0,38% e no ano, a carteira acumula alta de 45,39%.

Papéis incluídos: Natura (NATU3) e Tractebel. Papéis retirados: BrMalls (BRML3) e RaiaDrogasil.

Clodoir Vieira, economista da Souza Barros, comentou que a Natura está entre as recomendações por causa da expectativa de aumento das vendas, impulsionadas pelas festas de final de ano, e por acreditar na estratégia da companhia. Sobre a Tractebel, ele destaca que a empresa registrou um lucro líquido 18,1% acima do observado no mesmo período do ano anterior, e afirmou ainda que não acredita que a companhia tenha grandes riscos regulatórios.

TOV

Os analistas não divulgaram comentários sobre a carteira sugerida, tampouco sobre a performance da carteira em outubro.

Um Investimentos

A carteira recomendada de outubro sofreu desvalorização de 1,17%.

Papéis incluídos: Even e Hypermarcas. Papéis retirados: Itaú Unibanco e Randon.

No relatório mensal, os analistas da Um Investimentos justificam que incluíram as ações da Even porque acreditam que a incorporadora possa se beneficiar com uma possível aceleração econômica. A Hypermarcas entra na carteira pela expectativa de crescimento das vendas e das margens, com a restruturação que a companhia realizou na divisão Farma e que está realizando na divisão de Higiene Pessoal.

Votorantim

A carteira recomendada de outubro sofreu desvalorização de 0,93% e no ano acumula alta de 11,49%.

A corretora afirma que as recentes medidas do governo para ajudar a indústria (menor preço de energia/câmbio/desoneração da folha de pagamentos), e uma preocupação dos governantes em estimular o lado da oferta devem limitar uma baixa maior nos principais setores da bolsa brasileira em novembro. Para este mês, eles afirmam que seguem em busca de ativos de valor e que devem surpreender o mercado nos próximos trimestres.