10 músicos que pediram falência
Fama, glória e milhões de álbuns vendidos não foram suficientes para salvar diversos músicos famosos da bancarrota
Gabriela Ruic
Publicado em 26 de junho de 2011 às 08h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h32.
São Paulo – O senso comum já dizia: grandes gênios também têm grandes deficiências. Um exemplo clássico sempre associado a esta tese é a dificuldade que Albert Einstein, o maior físico de todos os tempos, tinha em disciplinas da área de humanas. Já nomes da música como Marvin Gaye e Billy Joel poderiam mandar bem nos vocais, arranjos e instrumentos em suas composições. No entanto, tinham uma coisa em comum: péssimos hábitos que levaram ambos à falência. Enquanto Gaye, morto por seu próprio pai em 1985, chegou ao fim dos dias sem um tostão no bolso, Joel declarou falência mais de uma vez. Mas eles estão longe de ser exceção no que diz respeito à relação que artistas de sucesso têm com suas respectivas contas bancárias. Conheça nas próximas páginas a lista que a CNBC.com preparou sobre os músicos que conheceram dias de glória no auge da carreira e que acabaram por quebrar.
Como se ir a bancarrota uma vez não fosse suficiente, a cantora Toni Braxton faliu duas vezes. A primeira delas aconteceu em 1998, quando nem mesmo o estrondoso sucesso “Un-break my Heart” foi suficiente para pagar a fatura mensal de 20.000 dólares e despesas domésticas que chegaram aos 40.000 dólares. A cantora demorou alguns anos, mas conseguiu organizar o orçamento. Com a ajuda de um novo álbum, lançado em 2000, Toni pagou as contas e, de quebra, alguns anos depois, foi chamada para apresentar um show semanal num grande hotel em Las Vegas. O espetáculo, que sairia de cartaz em 2006, foi um sucesso e rendeu muito dinheiro. Quando tudo parecia ir bem, a cantora descobriu uma doença cardíaca que a faria diminuir o ritmo da carreira. Por consequência da quebra de contrato com o hotel, Toni teve que pagar 10 milhões de dólares de multa rescisória que quebrou, mais uma vez, suas finanças.
Um dos maiores nomes do soul mundial, o falecido Marvin Gaye conquistou milhões de fãs mundo afora, mas não tinha tino para as finanças. Gaye traiu sua esposa Anna Gordy e, para completar, teve dois filhos fora do casamento. Gordy entrou com pedido de divórcio na mesma hora em que soube das escapadas do então marido. O problema é que o vício em cocaína, carros e mulheres já haviam deixado rombos no patrimônio do cantor. Para não sair de mãos abanando do casamento, Anna acabou aceitando 600.000 dólares de royalties do próximo álbum de Gaye. O montante, na época uma bela quantia, levou o cantor a falência. Mas ainda havia esperança. Afinal, se o cantor conseguisse repetir o sucesso de “What’s Going On”, com então recém-lançado “Here, my dear” (1978), tudo estaria sob controle. Mas a vida nem sempre ajuda: o álbum foi um verdadeiro fracasso, de crítica e de venda.
Um dos fundadores do “The Byrds” nos anos 60 e membro do lendário grupo de folk Crosby, Stills and Nash (e que um dia contou com a presença de outra lenda do rock, Neil Young), David Crosby é mais um artista na lista dos que padeceram por conta do vício em cocaína e heroína. Depois de ter conseguido manter relativo sucesso com sua carreira solo durante a década de 70 e começo dos anos 80, Crosby degringolou em 1995. Foi preso por ter atropelado uma pessoa e fugir, além de porte de armas e drogas. A detenção foi péssima para as vendas do artista, arruinou sua carreira e o obrigou a declarar falência.
Lembrado pelo hit “U can’t touch this”, de 1990, parte do álbum “Please Hammer Don’t Hurt’ Em”, que vendeu 10 milhões de cópias, MC Hammer tinha fama e muito dinheiro no bolso. Fã de mordomias, o rapper comprou uma casa avaliada em 30 milhões de dólares e contratou uma equipe para manter a residência em ordem. Os 500.000 dólares mensais que tinha como despesas acabaram com todo o patrimônio acumulado na efêmera carreira. O ano de 1996 chegou e com ele veio a declaração de falência de MC Hammer, que havia acumulado dívida de 13.7 milhões de dólares.
Poucos são tão amados nos Estados Unidos como o cantor country Willie Nelson. Atire a primeira pedra quem nunca pegou estrada ao som de “On the Road Again”. Pois bem, ser o mais amado raramente significa ser o mais organizado quando o assunto é dinheiro. Em 1990, o cantor teve 32 milhões de dólares em bens apreendidos pelo fisco americano, o que o levou a falência. De acordo com Nelson, no entanto, a culpa da sonegação era de seus contadores, que deixaram de pagar os impostos em dia. Para tentar recuperar o patrimônio, o cantor começou a participar de comerciais na televisão para a rede de fast-food Talco Bell’s e gravou o “The IRS Tapes: Who'll Buy My Memories?”. Toda a renda obtida foi direto para os cofres do fisco. Em 1993, Nelson estava finalmente livre das dívidas.
Um dos pioneiros do rock, Lewis foi o único artista a emplacar duas músicas no primeiro lugar entre as mais ouvidas do pop, country e R&B, simultaneamente. Tudo ia bem não fosse o polêmico casório, em 1958, com uma prima de segundo grau, Myra Gale Brown, de apenas 13 anos. Quando a união foi revelada pela imprensa, o escândalo praticamente arruinou sua carreira. Dez anos se passaram até que o músico conseguisse, finalmente, limpar sua imagem e voltasse a ter a simpatia do público. Em 1986, seu nome foi oficializado no Rock and Roll Hall of Fame. Quando todos achavam que tudo ia bem, outra bomba: Lewis foi à falência novamente, com dívidas que atingiram os 3 milhões de dólares.
O excêntrico Dee Snider foi líder da banda Twisted Sister (TS), sucesso nos Estados Unidos nos anos 80 com a famosa canção “We are not gonna take it”, e que até hoje é uma das músicas do rock mais celebradas em qualquer balada do gênero. Como qualquer outra banda glam, o TS também se desfez no final da década. Snider nunca mais conseguiu emplacar nenhum hit com outras bandas e acabou declarando falência em meados dos anos 90. Depois do episódio, o cantor foi talentoso o suficiente para escrever mais um hit, a música natalina “The Magic of Chrsitmas Day”, um sucesso na voz de Celine Dion. A canção literalmente salvou o patrimônio de Snider.
Um dos maiores artistas de todos os tempos é também um dos grandes falidos, Billy Joel declarou falência não apenas uma, mas diversas vezes. O episódio mais famoso aconteceu quando seu então empresário, Frank Weber, passou a mão em 30 milhões de dólares da conta bancária de Joel sem que o mesmo soubesse. O cantor foi à bancarrota, mas perdeu mais que milhões. Weber era cunhado de Joel e padrinho de sua filha. Mesmo com tantos laços familiares, o cantor não deixou por menos e processou o empresário por fraude e outros crimes financeiros, pedindo 90 milhões de dólares.
Um dos maiores nomes do funk, Clinton foi parte de importantes bandas como Parliament e Funkadelic. Apesar de considerado uma lenda, praticamente não recebeu reconhecimento financeiro por toda a obra. Os empresários de Clinton tinham propriedade dos direitos autorais do seu trabalho. Portanto, receberam todos os louros financeiros da genialidade do músico. Em 1984, Clinton oficializou sua ruína financeira e, como se não bastasse, passou batido por um parágrafo que falava sobre o trabalho que escreveu entre 1976 e 1983 e que poderia servir como fonte de renda no futuro, uma vez que as canções do período são consideradas sua obra prima e venderam muito bem. Estima-se que a falta de atenção tenha feito com que Clinton perdesse 100 milhões de dólares em royalties.
Quem é mais novo conhece o cantor por ser o dublador do Chef, no engraçadíssimo desenho “South Park”. Quem é mais velho, no entanto, deve-se lembrar do artista como a voz por trás do sucesso “Theme of Shaft”, música oficial do filme “Shaft” e que rendeu a ele o Oscar de melhor canção original em 1971. O problema financeiro que causou a falência de Hayes foi um calote dado por sua própria gravadora, a Stax, que fechou as portas em 1975, devendo à ele 5 milhões de dólares. Na mesma época, as vendas do cantor também deram sinais de declínio. Com mais de 6 milhões de dólares em dívidas, Isaac Hayes declarou falência e perdeu tudo, inclusive os direitos autorais da música que fez sua fama.
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