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Wall Street gosta, mas não adora o Facebook

Morgan Stanley e outras grandes corretoras que atuaram no IPO afirmam: ainda permanece incerto como o Facebook planeja ganhar dinheiro

Facebook: relatórios dizem que há dúvidas reais sobre o fortalecimento deste modelo de negócios (Robyn Beck/AFP)

Facebook: relatórios dizem que há dúvidas reais sobre o fortalecimento deste modelo de negócios (Robyn Beck/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2012 às 20h07.

San Francisco - O Facebook recebeu avaliações mornas dos principais analistas de Wall Street, um mês após sua tumultuada estreia de suas ações no mercado, à medida que alertas sobre seu modelo incerto de negócios e a difícil transição para plataforma móvel causaram uma desvalorização nos papéis da empresa.

Em mais de uma dúzia de esperados relatórios, Morgan Stanley e outras grandes corretoras que atuaram no IPO da empresa disseram que ainda permanece incerto como o Facebook planeja ganhar dinheiro com o crescente número de usuários que acessam a maior rede social do mundo através de smartphones e tablets.

"Os relatórios dizem que há dúvidas reais sobre o fortalecimento deste modelo de negócios, do fortalecimento fundamental desta companhia, junto com seu valor de mercado", disse Tim Ghriskey, gerente de carteira da Solaris Asset Management que acompanha a pesquisa de analistas. "Nós não estamos comprando (Facebook) agora, isso é certeza".

A maior parte dos analistas espera que a grande base de usuários do Facebook vá ajudar a empresa a ter uma substancial fatia do mercado de publicidade na Internet. Mas metade das recomendações divulgada nesta quarta-feira sugeriam "manter" (ou equivalente) estes papéis -apesar de as ações estarem sendo negociadas abaixo de seu preço de IPO, de 38 dólares.


Os relatórios, todos de bancos envolvidos no IPO, representam a avaliação mais ampla de Wall Street sobre o Facebook, primeira empresa nos EUA a estrear na bolsa com um valor de mercado de mais de 100 bilhões de dólares.

Os 33 bancos que participaram na listagem das ações foram solicitados por reguladores para que esperassem até 40 dias contados a partir do primeiro dia de negociação, em 18 de maio, para publicar suas estimativas, limitando a pesquisa sobre o Facebook a poucos analistas.

"Uma das coisas que investidores terão que se acostumar é com a recente desaceleração no crescimento da receita do Facebook", disse Scott Devitt, do Morgan Stanley, banco que coordenou a operação.

Devitt, que disse aos principais clientes do banco que havia cortado suas estimativas de receita sobre o Facebook poucos dias antes do IPO, afirmou esperar que a rentabilização móvel será um desafio para os próximos trimestre, ou até anos.

Ele espera que a receita cresça 31 por cento em 2012, forte queda sobre o avanço de 88 por cento no ano passado.

Das 15 recomendações de analistas liberadas na noite passada ou nesta quarta-feira, sete atribuíram ratings otimistas ("compra", "outperform" ou "overweight") para a rede social, incluindo JP Morgan, Goldman Sachs e o próprio Morgan Stanley.

Sete outros, incluindo Citi e Credit Suisse, deram ao Facebook recomendação "neutra" ou de "manter". E apenas um, da BMO Capital Markets, começou sua cobertura com "underperform" (quando é esperado desempenho abaixo da média do mercado), e preço alvo de 25 dólares, o que representa uma queda de quase 25 por cento sobre os níveis atuais.

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