TradeMap quer se tornar o terminal “Bloomberg” do pequeno investidor
Plataforma, que já oferece análises técnicas e cotação em tempo real, irá integrar multibroker para enviar ordens para a B3 e bolsas americanas
Guilherme Guilherme
Publicado em 7 de novembro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 13h35.
Conversas sobre investimentos em ações podem até não levar a maiores rendimentos, mas abrem ótimas oportunidades de negócio. Falar de bolsa é cada vez mais comum desde que os juros entraram em queda e derrubaram os rendimentos de aplicações mais conservadoras, como poupança e títulos do Tesouro. Só neste ano, o número de pessoas físicas inscritas na Bolsa subiu de 813 mil para mais de 1,5 milhão.
Foi apostando no crescimento desse público que, em 2018, a startup de softwares para o mercado financeiro Valemobi lançou o aplicativo TradeMap. “Se o TradeMap fosse feito dez anos atrás, talvez a gente não tivesse um mercado e um consumidor tão preparado para aceitar esse produto. Estamos no timing perfeito”, disse Gustavo Reis, diretor do TradeMap.
Voltado para o pequeno investidor, o programa conta com ferramentas para ajudar na hora de investir. Análises técnicas e fundamentalistas, avisos de fatos relevantes e cotações em tempo real são alguns dos recursos disponíveis na plataforma.
“A essência é fazer a conexão do mercado com a pessoa física de forma democrática. Queremos que as pessoas entrem no TradeMap para seguir uma trilha de aprendizado, com informações complexas dispostas de maneira mais simples e amigáveis.”, diz Reis.
O aplicativo também conta com um serviço que reúne os ativos do usuário e apresenta a rentabilidade da carteira de forma cotizada, como se fosse um portfólio de um fundo de investimento.
“A gente tenta mostrar para o investidor como ele está remunerando o patrimônio dele. Por exemplo, se você tinha 1 milhão de reais em um fundo de renda fixa e comprou uma ação por 10 reais que dobrou de valor, a rentabilidade mudou quase nada”, explicou Rodrigo Freitas, co-fundador do TradeMap.
Em pouco mais de um ano desde que foi lançado, o TradeMap tem cerca de 720 mil contas cadastradas, com média de 300 mil acessos de usuários únicos por dia, segundo seus fundadores.
Disponibilizado de forma gratuita em lojas de aplicativo, o programa nunca gerou receita. Para tentar rentabilizar o negócio, a empresa se prepara para lançar a versão premium, que além das funções atuais, também vai possibilitar o envio de ordens por meio de corretoras parceiras, sistema conhecido como multibroker.
“Percebemos que não fazia sentido o usuário desligar o TradeMap para entrar no homebroker da corretora. A ideia é nos posicionarmos como o principal superapp do mercado de investimentos do Brasil”, conta Reis.
Inicialmente, o recurso estará disponível para negociar ativos futuros e ações de empresas listadas tanto na brasileira B3 como nas bolsas americanas NYSE e Nasdaq . A empresa também estuda oferecer, no futuro, aportes em fundos e em investimento de renda fixa.
O serviço não é novidade. Há pelo menos duas décadas, gestoras de fundos e corretoras de valores utilizam terminais de investimento que apresentam recursos semelhantes, além de um canal próprio de notícias.
A diferença está no preço. Enquanto um dos terminais mais utilizados por profissionais da área, o da Bloomberg, custa 2.250 dólares por mês, segundo apurou EXAME - o que torna o produto inacessível para o pequeno investidor, a assinatura do TradeMap Premium deve sair por menos de 100 reais, de acordo com a empresa.
Embora o multibroker disponibilize diferentes corretoras para a compra de um mesmo ativo, Freitas diz que a intenção da plataforma não é promover uma corrida por corretagens mais baixas. “As próprias corretoras já sinalizaram que taxa de corretagem não ganha jogo. Elas vão ter que se reinventar para oferecer a melhor cesta de serviços”.