Tesla: o que o mercado achou do resultado do 3º trimestre?
Empresa de Elon Musk tem receita recorde no período, mas perspectivas para o 4º trimestre, com aumento de gastos e gargalos logísticos, preocupam analistas
Guilherme Guilherme
Publicado em 20 de outubro de 2022 às 07h05.
Última atualização em 20 de outubro de 2022 às 08h00.
As ações da Tesla são negociadas em queda de mais de 5% no pré-mercado americano na manhã desta quinta-feira, 20, com investidores reagindo negativamente ao balanço do terceiro trimestre da empresa de Elon Musk divulgado na última noite.
A desvalorização ocorre mesmo após a fabricante de veículos elétricos ter registrado a maior receita de sua história para um trimestre, ficando em US$ 21,45 bilhões. O número, no entanto, saiu levemente abaixo das projeções de analistas, que esperavam por US$ 21,96 bilhões de receita. Já o lucro, de US$ 1,05, por ação saiu acima do consenso, próximo de US$ 1,02.
A produção de veículos no timestre ficou em 365.923, 54% superior ao mesmo período de 2021, enquanto a entrega cresceu 42% para 343.830. A margem operacional aumentou de 14,6% para 17,2%.
Porém, a leitura do mercado foi de copo meio vazio, especialmente em relação as perpesctivas para os próximos meses de operação.
"Nem tudo foi perfeito. A Tesla salientou o impacto inflacionário negativo em sua estrutura de custos, o que contribuiu para o aumento do preço dos veículos. A empresa também alertou para os gargalos da capacidade de transporte para entregar carros novos e disse que estava 'em transição para um ritmo de entrega mais suave'", afirmaram analistas da Avenue em relatório.
As despesas na frente de venda de carros teve salto anual de 60% no terceiro trimestre para US$ 13,1 bilhões. O crescimento foi superior ao da receita da mesma linha de negócios, que saltou 56% período para US$ 17,8 bilhões. Já na divisão de energia, menos representativa no balanço da Tesla, os custos representaram 90,6% da receita, ficando em US$ 1,013 bilhão, 32% superior ao do trimestre anterior.